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Renda Variável

Dividendos e JCP em junho: Petrobras e Usiminas são os destaques da temporada

Alta do preço das commodities favoreceu o lucro dessas companhias, segundo especialistas

Data de publicação:30/06/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Em junho, cerca de 30 empresas distribuíram dividendos para os seus investidores, totalizando R$ 24,6 bilhões, segundo levantamento feito pela Mais Retorno. Duas empresas foram destaques nesse sentido: a Petrobras e a Usiminas, de acordo com os especialistas entrevistados. Juntas, elas desembolsaram R$ 19,6 bilhões, o que representa 79,6% do total distribuído pelas empresas no mês.

Entre Juros sobre Capital Próprio (JCP) e dividendos, a Petrobras entregou aos seus acionistas cerca de R$ 19 bilhões (ou R$ 3,715 por ação ON e PN, no caso de dividendos, e R$ 0,430 por ação em JCP). Já a Usiminas pagou R$ 734,2 milhões em JCP, o que representou R$ 0,571 por ação ordinária e R$ 0,629 por papel preferencial.

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Petrobras respondeu por 70% dos dividendos de junho, com perspectivas positivas nos próximos meses - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O que essas duas empresas têm em comum? Ambas se beneficiaram da onda de altas acentuadas das commodities nos últimos meses. No caso da Petrobras, a companhia engordou o seu caixa com o avanço expressivo do preço do barril do petróleo tipo Brent, que chegou ao patamar de US$ 140.

Já em relação à Usiminas, a empresa aproveitou o bom momento do preço do minério de ferro no início do ano, que chegou a bater mais de US$ 120 a tonelada, também para elevar seus ganhos.

“No segundo semestre do ano passado chegamos a avaliar que o petróleo tipo Brent, que guia a Petrobras, não chegaria a US$ 100 o barril em 2022, porém foi muito além disso. O mercado realmente é uma caixinha de surpresas”.

Rafael Germano, especialista em Renda Variável da Blue 3

Porém, o contexto geopolítico, que inclui a inflação global em níveis históricos e a guerra na Ucrânia, acabaram impactando no preço da commodity. De acordo com Germano, o embargo da Rússia ajudou a disparar a cotação do petróleo no mercado, além do fato de que o produto já estava com problemas de desequilíbrio entre oferta e demanda antes mesmo do conflito.

Para Gustavo Pazos, analista do time de research da Warren, o movimento de distribuição de dividendos que brilham os olhos dos investidores deve continuar forte na Petrobras.

“O preço do petróleo não deve baixar tão cedo e a Petrobras não tem grandes planos de investimentos, o que garante um bom pagamento de dividendos nos próximos meses”.

Gustavo Pazos, da Warren

Outro ponto que pesa a favor da companhia é o movimento de reestruturação que ela vem fazendo desde 2016, com a venda de vários ativos que não integram seu foco e a redução do quadro de colaboradores, contribuindo para uma gestão mais eficiente.

Apesar dos bons ventos, a Petrobras está no centro da discussão do governo federal sobre a elevação dos preços dos combustíveis, o que pode trazer volatilidade para os papeis da companhia. No entanto, os especialistas acreditam que isso não deve tirar a empresa dos trilhos da distribuição de dividendos gordos.

Para Vitorio Galindo, analista de investimentos da Quantzed, o resultado das eleições talvez pode trazer alguma mudança para a companhia.

“Se o presidente Bolsonaro for reeleito, não acredito que haja mudanças na política da Petrobras. Porém, não sabemos o que esperar se um outro candidato for eleito. Mas há como ponto a favor, a política fixa do conselho que prevê o pagamento de dividendos”.

Vitorio Galindo, da Quantzed

Confira as empresas que mais pagaram dividendos em junho

EmpresaTickerProventosSetorValor por ação
PetrobrasPETR3 e PETR4DividendoscommoditiesR$ 3,715
PetrobrasPETR3 e PETR4JCPcommoditiesR$ 0,430
UsiminasUSIM3 e USIM5JCPcommoditiesR$0,571 por ação ON ou 
R$ 0,629 por ação PN
CPFLCPFE3DividendosenergiaR$ 0,673
Banco do BrasilBBSA3JCPbancosR$ 0,250
Fonte: B3

Minério de ferro

O preço do minério de ferro iniciou o ano de 2022 em níveis elevados, porém acabou perdendo a força, refletindo a política de covid zero da China, que ocasionou lockdowns em cidades importantes do país.

A boa fase inicial trouxe lucros elevados para a Usiminas – a empresa trabalha com aço, que também seguiu a mesma toada positiva de preços do minério de ferro no período – que, ao não ter grandes projetos pela frente, acabou distribuindo proventos aos acionistas.

Germano, da Blue3, destaca ainda que os próximos proventos da siderúrgica não devem ser tão elevados, por conta da queda do preço da commodity nas últimas semanas.

Múltiplos reduzidos

O especialista da Blue3 aponta também que os múltiplos das ações estão sendo negociados com preço pela metade, o que ajuda a reforçar os dividendos das empresas. “O Ibovespa hoje negocia um P/L (Preço sobre Lucro) de 6 vezes, sendo que a média histórica é de 12 vezes. A nossa Bolsa está muito barata, até mais do que no ápice da pandemia”, enfatiza Germano.

Elétricas

Considerado um setor defensivo, o mercado de energia elétrica também seguiu pagando bons dividendos em junho, com destaque para os proventos pagos pela CPFL, no total de quase R$ 776 milhões, ou R$ 0,673 por ação. No mês, pagaram dividendos e JCP ainda as companhias Cemig, Energisa, entre outras.

Para Germano, da Blue3, o setor elétrico é considerado anticíclico, ou seja, não depende das movimentações da economia do País, o que acaba gerando uma previsão perene de distribuição de lucros.

Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, pontua ainda o fato de que essas companhias trabalham com contratos longos, indexados à inflação.

“E neste início de ano, o setor foi beneficiado pela quantidade de chuvas, que reabasteceu os reservatórios. É um setor blindado da alta dos juros e do crédito caro”.

Charo Alves, da Valor Investimentos

Bancos

Considerados tradicionais pagadores de dividendos recorrentes, os bancos Itaú, Bradesco e Banco do Brasil distribuíram proventos aos acionistas em junho.

“São empresas que estão em uma fase que não dependem de entregar crescimento operacional e estão gerando lucro, o que facilita a entrega de dividendos aos acionistas”, enfatiza Alves.

Outro ponto que favorece os bancos é a margem mais alta, por conta da elevação da Selic, taxa básica de juros do País. “Com um spread elevado, se os bancos tem uma carteira de crédito segura, a chance é de continuar seguindo entregando bons proventos, como é o caso do Banco do Brasil, que tem sua carteira voltada para o agronegócio”.

Sobre o autor
Julia Zillig
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