Deloitte: executivos esperam crescimento de M&A e retomada econômica no Brasil
Empresas estão capitalizadas, reduziram seus custos, e estão atraentes para fusões e aquisições
Um estudo feito pela Deloitte, especializada em serviços de auditoria, consultoria e assessoria às empresas e governos, revelou que executivos e investidores esperam por um crescimento de fusões e aquisições no Brasil a partir deste ano, além de um processo de recuperação econômica até início de 2022.
A consultoria ressalta que a principal conclusão do levantamento é que "o País deve continuar sendo um dos principais atores globais do mercado de fusões e aquisições (M&A)", embora permeada com um otimismo cauteloso. Foram entrevistados mais de 100 executivos seniores à frente de empresas brasileiras em vários setores que realizaram ou estão planejando realizar atividades de M&A.
A maioria dos entrevistados, 64%, acredita que entre o final de 2021 e o início de 2022 vai haver uma recuperação econômica robusta no Brasil, enquanto 33% acreditam que isso só ocorrerá a partir de meados de 2022.
Os executivos esperam que a atividade de M&A cresça a partir de 2021: 71% buscam ativamente oportunidades para crescer inorganicamente; 95% esperam que a atividade de M&A seja igual ou maior em 2021 em comparação a 2020.
Segundo o Líder de Strategy Analytics & M&A da Deloitte, Venus Kennedy, essa pesquisa retrata o ambiente favorável que existe atualmente para as organizações que pretendem realizar atividades de M&A no Brasil.
“Existem, aqui, grandes oportunidades e um enorme potencial no mercado devido aos unicórnios emergentes nos setores de tecnologia, bancos e real estate. Além disso, há uma taxa de câmbio atraente e aumentos previstos de valor de ativos, o que faz com que o Brasil possa contribuir significativamente com o montante global de IPOs, transações e volumes de negócios ao final de 2021 e em 2022", diz ele.
Quando questionados sobre o impacto da pandemia sobre as receitas, 30% deles afirmaram terem tido aumentos de 10%, o que sugere que a maioria das empresas conseguiu manter a estabilidade ou até crescimento no faturamento.
O relatório aponta que a maioria dos executivos (64%) busca oportunidades de investimentos em M&A Brasil: o País é o destino mais escolhido para o investimento em M&A, favorecido pelas avaliações regionais de ativos e do setor de tecnologia.
As empresas de tecnologia emergentes são a principal indústria de foco das empresas pesquisadas: 41% dos entrevistados estavam interessados em adquirir empresas de tecnologia, à medida que as companhias buscam a transformação digital para manter vantagem competitiva em seus respectivos mercados.
A manufatura também continua sendo uma indústria de foco para os executivos brasileiros: 24% dos participantes indicaram interesse em atividades de M&A neste setor; 17% em saúde; 16% em negócios de consumo; 13% em infraestrutura; e 13% em serviços financeiros.
Para 62% dos entrevistados, o ambiente político atual é desfavorável para a atividade de M&A, mas 48% acreditam que o ambiente econômico é favorável à estratégia de M&A de sua organização.
As empresas no Brasil estão altamente capitalizadas, porque permaneceram com suas receitas em grande parte estáveis, e especialmente companhias de setores como tecnologia, mídias e telecomunicações, saúde, agronegócio e imobiliário foram em busca de medidas de corte de custos. Cenário que estimula aumento na atividade de M&A.
A pesquisa Deloitte
Em "Panorama de M&A no Brasil 2021", a Deloitte, entrevistou mais de 100 executivos seniores à frente de empresas brasileiras (90% dos entrevistados são diretores, presidentes ou CEOs) em diversos setores, como serviços profissionais, TMT (tecnologia, mídia e telecomunicações), instituição financeira, manufatura, infraestrutura e construção, agronegócio, alimentos e bebidas, saúde e consumo, que realizaram ou estão planejando realizar atividades de M&A. As entrevistas foram realizadas entre os meses março e abril.