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Economia

Copom mantém Selic em 13,75%, pela segunda vez consecutiva, com inflação ao consumidor ainda elevada

Expectativa é de que taxa fique no mesmo nível até meados de 2023

Data de publicação:26/10/2022 às 18:37 -
Atualizado 2 anos atrás
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A taxa básica da economia, a Selic, ficou em 13,75% ao ano, sem nenhuma alteração pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na penúltima reunião do ano. A taxa vai permanecer nesse nível até dia 7 de dezembro, quando os diretores do Banco Central se reúnem mais uma vez para novas decisões de política monetária. Inflação ao consumidor elevada e cenário externo adverso e volátil estão entre as jusiticativas para manutenção do juro em níveis elevados.

Pela segunda vez consecutiva, a Selic permaneceu em 13,75% ao ano e a expectativa é a de que fique nesse nível até meados do primeiro semestre de 2023. Tudo vai depender dos números da inflação, uma vez que uma das principais funções do juro elevado é a ancoragem das expectativas do mercado em relação à alta dos preços na economia.

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Selic alta e desaceleração da inflação mantêm ganho real generoso na renda fixa

Inflação ao consumidor ainda elevada

Seguindo o mesmo roteiro de reuniões anteiores, no comunicado expedido logo após o término da reunião, o Copom ressalta que embora a inflação tenha recuado especialmente pela queda em energia e combustíveis, resultante de medidas tributárias, a inflação ao consumidor continua elevada.

Além desse fator, o Comitê destaca também uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e incertezas sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos.

Ao mesmo tempo, podem atuar como pressões de baixa sobre a inflação uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local; uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.

"O Comitê avalia que a conjuntura, ainda particularmente incerta e volátil, requer serenidade na avaliação dos riscos e se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação."

Comunicado do Copom

Os diretores do Banco Central também reforçaram que irão "perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados, e não hesitarão em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

O Copom projeta inflação de 5,8% para 2022, 4,8% para 2023 e 2,9% oara 2024.

Efeitos sobre a renda fixa

A estabilidade da taxa básica de juros, Selic, em 13,75% ao ano, não reduz nem ofusca a atratividade da renda fixa. As aplicações que remuneram com taxa de juro continuam com forte apelo.

A Selic chega ao fim do ciclo de alta estacionada em um nível considerado pico pelos analistas em um momento que a inflação sinaliza desaceleração. Essa combinação gera, pela diferença dos dois movimentos, um robusto ganho real positivo, acima da inflação, para quem investe em renda fixa.

O juro real tende a permanecer encorpado, avaliam especialistas, enquanto persistir a assimetria – Selic elevada em um ambiente de desaceleração da inflação.

Como a Selic afeta a economia do País

O governo utiliza a taxa Selic como ferramenta de controle da inflação: quando busca incentivar a oferta de empréstimos interbancários, ele provoca uma queda nas taxas de juros dos bancos em resposta à redução da taxa Selic.

Desse modo, ele estimula o consumo e acelera a economia, pois com mais dinheiro circulando no mercado em função da queda nos custos dos empréstimos e financiamentos oferecidos por essas instituições, maior o poder de compra das pessoas que acabam consumindo mais, o que leva ao aumento do índice geral dos preços.

O crescimento do consumo requer um maior nível de produção e emprego para atender o aumento da demanda por produtos e serviços, gerando maior desenvolvimento econômico para o País.

No entanto, como consequência da economia aquecida e de um maior poder de compra da população, os preços começam a crescer excessivamente e a inflação volta, então, a subir. E como o governo age nesse caso?

Ele aumenta a Selic para frear a inflação. Com isso, os empréstimos e financiamentos voltam a ficar mais caros e as pessoas diminuem o consumo, desacelerando o aumento dos preços. Ou seja, provocando uma queda dos índices inflacionários.

Podemos perceber, através de toda essa dinâmica, que o governo usa a taxa Selic como instrumento de controle da inflação.

De forma resumida, quando essa taxa está alta, existe uma menor quantidade de dinheiro disponível no mercado e as pessoas diminuem, assim, o consumo. Logo, a demanda por produtos e serviços é menor gerando uma queda nos preços e a redução da atividade econômica. O mesmo acontece no sentido oposto.

Podemos concluir, com isso, que essa política monetária impacta fortemente no aumento ou redução do crescimento econômico do País.

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.