Mercado Financeiro

Com a queda das bolsas americanas em setembro, investidores aproveitaram para comprar ações de Big Techs

Até mesmo ações consideradas defensivas apresentaram quedas fortes no mês

Data de publicação:10/10/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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O mês de setembro, marcado pelo aperto monetário ao redor do mundo para controlar a inflação, foi desafiador para ativos no exterior, até mesmo para aqueles que são considerados “defensivos”. Sendo esse o pior mês para as bolsas americanas, com índice S&P caindo mais de 8%, o investidor brasileiro aproveitou as quedas para aumentar posição nas ações de Big Techs como Apple, Amazon, Google e Meta.

De acordo com a Stake, plataforma de negociação de ativos no exterior, um movimento que chamou a atenção foi a procura por ações da Secoo, um grupo de varejo chinês, que passou por grande volatilidade no último mês após anunciar uma parceria com o Aladdin Technology Group, plataforma de e-commerce com foco em clientes muçulmanos e produtos halal.

Ações de Big Techs no exterior continuaram sendo procuradas por brasileiros | Foto: Creative Commons

Oportunidades em meio às quedas

A Stake destaca também a queda nas ações da Coca-Cola, que é uma empresa considerada como defensiva para cenários inflacionários e de recessão. Mesmo assim, os papéis da companhia encerraram setembro com recuo de 8,56%. Quando as empresas caem muito, investidores aproveitam para entrar nos papéis, ou até mesmo aumentar a posição, embarcando no chamado "ponto de entrada". De acordo com Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, sempre há oportunidade.

"Análises de sentimento mostram um cenário bem difícil para ativos financeiros no mundo todo no próximo ano, no entanto sempre há a possibilidade de um Fed pivot, isto é, um evento que faça com que o banco central americano mude sua política monetária, o que pode mudar o regime de mercado. Sempre há oportunidades para bons pontos de entrada no mercado, no entanto é fundamental analisar o cenário macro e setorial."

Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake

Ações de Big Techs se destacam em setembro

EmpresaTicker do ativoSetor
AppleAAPLTecnologia
TeslaTSLACarros Elétricos
AlphabetGOOGLComunicação
MicrosoftMSFTTecnologia
The Coca-Cola CompanyKOConsumo
Amazon.comAMZNTecnologia
MetaMETAComunicação
SecooSECOVarejo
PetrobrasPBR.APetróleo
NvidiaNVDATecnologia
Fonte: Stake

De acordo com o analista da Stake, "as piores performances foram de metais preciosos, como a prata e o ouro, que sofrem com o aumento de juros". Ele também destacou setores de consumo discricionário, ou cíclico, que variam de acordo com os ciclos econômicos, como vestuário, hotéis e restaurantes. Ainda de acordo com Lima, o mercado imobiliário desabou após Jerome Powell afirmar que acredita que o setor deva passar por uma correção.

ETFs mais negociados por brasileiros em setembro

Quando se fala em ETFs, a Stake destacou o desempenho do UVXY - ProShares Ultra VIX Short-Term Futures ETF, que aposta na alta da volatilidade da bolsa americana. Esse ativo registou alta de +25,61% no mês de setembro, o que deve ter atraído a atenção de investidores.

A fintech também ressalta a presença do SOXS - Direxion Daily Semiconductor 3x Bear Shares ETF, que aposta na queda do setor de semicondutores com alavancagem de 3x. O SQQQ - ProShares UltraPro Short QQQ ETF, que aposta na queda da Nasdaq 100, também teve alavancagem de 3x. Esses dois ativos passaram por fortes valorizações, avançando 47,02% e 35,10% no mês, respectivamente.

ETFTickerSetor
ProShares Ultra VIX Short-Term Futures ETFUVXYÍndice do medo
 Vanguard S&P 500 ETFVOOS&P 500
Vanguard Real Estate ETFVNQReal Estate
Global X SuperDividend ETFSDIVDividendos
Invesco QQQ ETFQQQNasdaq
ProShares UltraPro Short QQQ ETFSQQQNasdaq
Direxion Daily Semiconductor 3x Bear Shares ETFSOXSReal Estate
iShares Core S&P 500 ETFIVVS&P 500
SPDR S&P 500 Trust ETFSPYS&P 500
Global X NASDAQ 100 Covered Call ETFQYLDNasdaq 100
Fonte: Stake
Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno