Mercado Financeiro

Bolsa sobe 0,73% e avança além dos 116 mil pontos: dólar cai 1,42% e rompe suporte dos R$ 5,00

Valorização das commodities contribuíram para a alta de Petrobras e Vale

Data de publicação:21/03/2022 às 05:59 - Atualizado 3 anos atrás
Compartilhe:

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, descolou dos mercados internacionais, que tiveram um dia fraco, e fechou com alta de 0,73% aos 116.154 mil. A sustentação veio do desempenho das ações ligadas a commodities e pelo ingresso de capital estrangeiro no segmento de ações, o que levou o dólar a cair 1,42%, abaixo do suporte de R$ 5,00, negociado no fim do dia a R$ 4,94.

Lá fora, a fala do presidente do banco central americano, o Federal Reserve (FED), Jerome Powell, atingiu negativamente as bolsas americanas, neste início de semana, destaca Dennis Esteves, especialista em Renda Variável da Blue3.

Foto: Envato

Ele admitiu adotar medidas mais agressivas para o controle da inflações nos EUA, com a possibilidade de ajustes superiores a 0,25 ponto porcentual nas taxas de juros, como já vinha sendo esperado e contabilizado pelo mercado.

"Os mercados que se mostraram confortáveis com o primeiro aumento dos juros nos Estados Unidos começa a ter receio com a variação do tom adotado pelo presidente do Federal Reserve. Além disso, as incertezas sobre a invasão na Ucrânia seguem assombrando as bolsas".

Dennis Esteves, Renda Variável da Blue3

As bolsas de Nova York fecharam todas no vermelho: Dow Jones caiu 0,58%; S&P 500, 0,043%, e a Nasdaq, 1,78%.

O comportamento das commodities também influenciou as operações neste início de semana, com alta do petróleo de quase 5% e cotado perto de US$ 110, e também do minério de ferro que, se por um lado se traduz em pressão inflação, por outro ajuda na valorização de papeis como Petrobras, Vale e outras do setor de siderurgia e mineração. Foi especialmente atrás delas e de demais ações do setor que o capital externo entrou hoje na B3.

As ações da petroleira fecharam com alta de 3,76%, e da mineradora, de 2,83%.

Dólar em queda

Além de bons papeis na Bolsa, o capital externo vem em busca dos juros reais na renda fixa, ressalta a o especialista. A entrada de dólares no País já alcança o patamar de US$ 72 bilhões até o dia 15 de março, o que representa 68% do fluxo liquido registrado em 2021.

Esse movimento que provocou a queda da moeda abaixo de importante suporte psicológico de R$ 5,00.

Projeções da economia

Internamente, o aumento de expectativa de inflação estampada no boletim Focus do Banco Central, que passou de 6,45% para 6,59% este ano fez abrir a curva dos juros futuros.

Para 2023, a estimativa de inflação subiu de 3,70% para 3,75%. Em relação à Selic, taxa básica de juros do País, o movimento de alta nas expectativas para 2022, presente nos boletins anteriores, segue em curso. De 12,75% ao ano, os economistas ajustaram as projeções para 13,00%. Para 2023, os especialistas subiram as estimativas de 8,75% para 9,00%.

Já para o crescimento do País, as perspectivas para o PIB deste ano foram ajustadas de 0,49% para 0,50%. Para o ano seguinte, os economistas acreditam em um Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco: de 1,43% caiu para 1,30%.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.