Na semana, Bolsa avança 2,45% e o dólar sobe 1,47%
Investidores seguiram ponderando os juros europeus e temerosos com uma possível recessão global
Em uma semana marcada por uma agenda esvaziada local, a Bolsa fechou o período com alta de 2,45% e o dólar com avanço de 1,47%. No dia, o Ibovespa recuou levemente 0,11%, aos 98 mil pontos, e a moeda americana subiu marginalmente 0,05%, cotada a R$ 5,49.
Nesta sexta-feira, 22, o principal índice da B3 chegou a operar em alta, mas acabou virando o sinal para o terreno negativo com a cautela no mercado internacional sobre o cenário econômico global, que inclui inflação em alta e risco de recessão, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
Na zona do euro, as bolsas fecharam de lado e em Nova York, os principais índices acionários concluíram a sessão em queda.
Os investidores ainda ponderaram o aumento dos juros básicos na Velha Economia, anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE) ao longo da semana, que consiste em um ajuste de 0,50 ponto porcentual - primeira vez após 11 anos - dando início a um ciclo de aperto monetário no bloco.
Para alguns especialistas, a chance de recessão na região é grande, pois a zona do euro ainda carrega resquícios da pandemia, inflação recorde e seriamente impactada com os reflexos da guerra na Ucrânia.
Por lá, além do temor com a forte desaceleração econômica, os investidores digeriram dados econômicos do bloco, como o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, que engloba os setores industrial e de serviços, que teve queda de 53,7 em junho para 52,8 em julho, menor nível em 17 meses.
Na Alemanha, o desempenho tanto da indústria como do setor de serviços decepcionou e apresentou contração neste mês, contribuindo para o fraco desempenho da zona do euro.
Para a consultoria Capital Economics, os dados de PMI sugerem que a região "está à beira da recessão devido à queda da demanda e ao aumento dos custos".
O Bundesbank, banco central alemão, divulgou que a inflação no país deve seguir elevada e pode inclusive subir mais em setembro.
Fechamento das bolsas europeias
- Stoxx 600 (pan-europeu): +0,31% (425,71 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,05% (13.253 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,08% (7.276 pontos)
- CAC 40 (Paris): +0,25% (6.216 pontos)
Nos Estados Unidos, no início do pregão, as bolsas ganharam força e subiram em bloco. Por outro lado, os juros dos Treasuries renovaram as mínimas após o PMI do país cair abaixo dos 50 pontos em julho, sinalizando uma contração econômica.
No decorrer do pregão, os índices perderam a força, acentuando as quedas e, segundo Leonny Monteiro, especialistas em renda variável da Blue3, "mostrando cautela dos investidores na América do Norte, com os dados do PMI pesando no tom dos índices".
Fechamento das bolsas americanas
- S&P 500: -0,93% (395,10 pontos)
- Dow Jones Industrial Average: -0,43% (31.899 pontos)
- Nasdaq 100: -1,77% (12.396 pontos)
O dia na Bolsa brasileira
Internamente, no ambiente acionário, a Bolsa só não recuou mais por conta do desempenho positivo das ações das gigantes exportadoras de commodities, que refletiram a alta nos preços do minério de ferro e petróleo. A Petrobras e a Vale fecharam o pregão em alta de 1,27 (ações PN) e 0,90%, respectivamente.
No entanto, no caminho contrário, os bancos puxaram o principal índice da B3 para baixo. Gigantes como Itaú, Bradesco e Santander encerraram a sessão em baixa de 1,28% (ações PN), 1,74% (ações PN) e 2,93 (unit), na sequência. / com Agência Estado
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
BRF | BRFS3 | +4,49 |
Suzano | SUZB3 | +2,98% |
Sabesp | SBSP3 | +2,50% |
Raia Drogasil | RADL3 | +2,97% |
Klabin | KLBN11 | +2,60% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
Irb Brasil | IRBR3 | -8,26% |
Americanas S.A | AMER3 | -6,26% |
Via | VIIA3 | -4,94% |
Azul | AZUL4 | -5,04% |
Magazine Luiza | MGLU3 | -4,65% |
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