Bolsa fecha o dia em queda de 0,52% na véspera de decisão do Fed e Copom; dólar sobe 0,40%
Investidores seguiram no aguardo da Super Quarta e acompanhando a aprovação do ICMS dos combustíveis
Na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no Brasil e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a Bolsa fechou em queda de 0,52%, aos 102.063 pontos, refletindo a expectativa do mercado sobre os rumos da política monetária tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos. Já o dólar avançou 0,40%, cotado a R$ 5,135.
Os investidores seguiram apreensivos ao longo do dia, temendo que a autoridade monetária americana precise elevar os juros acima do previsto anteriormente para combater o forte avanço da inflação, após os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio terem vindo acima do esperado.
Após uma forte leitura de inflação e revisões por parte de analistas, o mercado consolida cada vez mais a expectativa por um movimento agressivo do Fed. Instituições financeiras como Barclays, Jefferies, JPMorgan, Wells Fargo, Nordea e TD Securities estão entre as instituições que agora esperam aumento de 0,75 ponto porcentual.
Ao longo do dia, o mercado tomou conhecimento do PPI do período – a inflação ao produtor americana – que subiu 0,8% em maio ante abril, em linha com o esperado. Mas isso não reduziu a aversão ao risco, pois, segundo analistas, as projeções futuras otimistas para o indicador ainda estão longe de ocorrer.
Os ruídos relacionados à inflação foram intensificados pela nova rodada de lockdown em Pequim, uma semana após o governo chines afrouxar as restrições.
“O principal receio é de que a política de covid zero na China possa causar um novo rompimento na cadeia de produção global, gerando novas ondas de inflação”, aponta André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP.
Bolsas americanas/fechamento
- S&P 500: -0,29% (373,92 pontos)
- Dow Jones: -0,50% (30,364 pontos)
- Nasdaq 100: +0,21% (11.311 pontos)
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): - 1,26% (407,32 pontos)
- DAX (Frankfurt): - 0,91% (13.304 pontos)
- FTSE (Londres): -0,25% (7.187 pontos)
- CAC 40 (Paris): -1,20% (5.949 pontos)
O dia na Bolsa
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Eletrobras | ELET3 | +3,47% |
Eletrobras | ELET6 | +2,44% |
Weg | WEGE3 | +1,81% |
CPFL | CPFE3 | +2,07% |
Totvs | TOTS3 | +1,18% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
Via | VIIA3 | -9,41% |
CVC | CVCB3 | -6,82% |
Positivo | POSI3 | -6,39% |
CSN Mineração | CMIN3 | -5.72% |
3R Petroleum | RRRP3 | -5,11% |
Brasil: aprovada a proposta de redução do ICMS
Além de discutir o futuro das políticas monetárias tanto externa quanto interna, os investidores também digeriram outro assunto que está na pauta de monitoramento nos últimos dias: a PLP 18/22, que prevê redução de 17% do ICMS para combustíveis e energia elétrica.
Após ter sido aprovada pelo Senado, o texto voltou para a Câmara para a discussão das alterações propostas pelos senadores.
Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira, a Casa irá analisar destaques, entre eles o que está o que garante os pisos constitucionais da saúde e da educação e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), e afirmou que a proposta pode ser votada ainda nesta terça-feira.
Segundo Meirelles, da InvestSmart XP, “os receios do mercado são de que os esforços para reduzir a inflação de curto prazo possa pesar para o equilíbrio fiscal do país no longo prazo”. / com Agência Estado
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