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Bolsa em queda
Mercado Financeiro

Bolsa fecha em queda de 0,24% e dólar se mantem no patamar de R$ 5,52 com dados econômicos e cenário fiscal

Apesar da queda, a Bolsa brasileira conseguiu manter o patamar dos 113 mil pontos

Data de publicação:14/10/2021 às 18:09 -
Atualizado 2 anos atrás
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Após um pregão de forte alta para as empresas nacionais na quarta-feira, as varejistas e construtoras viveram um dia de quedas acentuadas, o que levou a Bolsa de Valores brasileira a fechar em baixa de 0,24%, aos 113.185,48 pontos, nesta quinta-feira, 14. A divulgação de dados econômicos no Brasil e no exterior esteve no radar dos investidores ao longo do dia.

Simultaneamente, o mercado segue atento à agenda política e fiscal interna, com a aprovação da redução do ICMS para combustíveis pela Câmara, além da questão do pagamento dos precatórios que permanece sem solução, a reforma do imposto de renda e a fonte de recursos para o pagamento de programas sociais do governo, como Auxílio Brasil. Neste contexto de incertezas, o dólar fechou o dia em ligeira alta de 0,07% frente ao real, cotado a R$ 5,517.

Bolsa em queda
Bolsa fechou em queda hoje, após dia de forte alta

Especialistas explicam que, em cenários como o que o Brasil vive atualmente, de incertezas fiscais, os investidores, principalmente os estrangeiros, se tornam mais avessos aos riscos que os ativos do País podem oferecer. Dessa forma, a moeda americana, que é considerada uma moeda forte, oferece proteção e se torna uma opção mais procurada pelos investidores.

Nesta quinta-feira, o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do volume de serviços prestados no País em setembro, que, em relação ao mês anterior, cresceu 0,5%. O dado veio pouco acima das expectativas do mercado, de 0,4%.

Embora o dado seja positivo, quando associado aos números de produção industrial divulgados na semana passada, a cautela sobre uma desaceleração no crescimento econômico brasileiro ganha força no mercado.

Neste contexto, os principais destaques negativos do dia ficaram por conta das empresas de serviço doméstico. As varejistas Via, Lojas Americanas e Magazine Luiza caíram 2,56%, 2,16% e 2,28%, respectivamente. As empresas de construção civil também apresentaram quedas relevantes: Cyrela e Eztec reportaram variação negativa de 2,25% e 2,83%.

Embora os papéis das construtoras tenham fechado no vermelho, mais cedo foram divulgadas as prévias operacionais do setor no terceiro trimestre, sinalizando um reaquecimento da construção civil no País.

Aprovação da redução do ICMS sobre combustíveis

Outro assunto que impactou o dia na Bolsa foi a questão da tributação dos combustíveis. Na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou, por 392 votos a 71, o projeto que muda a incidência de ICMS sobre combustíveis e estabelece um valor fixo por litro para o imposto.

O próximo passo agora é a apreciação dos destaques – sugestões de mudança que podem alterar o teor do texto. A proposta seguiu para o Senado, onde, de acordo com especialistas, tem poucas chances de avançar em razão da resistência dos Estados, que temem perder arrecadação. A perda estimada é de R$ 24 bilhões para as finanças estaduais e de R$ 6 bilhões para os municípios.

De acordo com Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, "essa solução pode demora dias ou semanas", mas o que se pode antecipar é que a discussão coloca as ações de empresas ligadas a combustíveis a base de petróleo no radar dos investidores, como é o caso da Petrobras.

Hoje, a petroleira viveu um dia de muita volatilidade em seus papéis e fechou em leve alta de 0,17%. Já a PetroRio teve uma alta mais consistente, de 4,45%, refletindo a alta no preço do petróleo nos mercados internacionais, após a Agência Internacional de Energia elevar a previsão da demanda global.

A aprovação da redução do ICMS também refletiu na curva de juros. Segundo um operador do mercado, a medida traz certo alívio aos contratos de juros futuros, que fecharam o dia praticamente estáveis.

Ainda no campo das commodities, a alta no preço do minério de ferro não foi forte o suficiente para levar a uma valorização das mineradoras e siderúrgicas brasileiras. A única empresa a reportar avanço foi a Gerdau, com variação positiva de 1,92%.

Já a Vale, que corresponde a cerca de 14% da carteira teórica da B3, fechou no zero a zero depois de um dia de bastante volatilidade. As siderúrgicas CSN e Usiminas caíram 0,12% e 1,42%.

Bolsas de Nova York

As Bolsa de Nova York fecharam em forte alta nesta quinta-feira, refletindo o início da temporada de divulgação dos balanços coorporativos do terceiro trimestre. Os primeiros resultados, até aqui, surpreenderam o mercado positivamente.

O JP Morgan registrou lucro líquido de US$ 11,7 bilhões e lucro por ação de US$ 3,74. Enquanto isso, a BlackRock comunicou que teve um lucro líquido de US$ 1,681 bilhão e US$ 10,89 de lucro por ação, surpresa para os investidores.

O Bank of America (BofA) reportou um lucro líquido de US$ 7,7 bilhões no terceiro trimestre (US$ 0,85 por ação), uma alta de 58% sobre o mesmo período do ano passado. Também acima das projeções do mercado, o Citigroup informou um lucro por ação de US$ 2,15, ou US$ 4,6 bilhões de lucro líquido.

O chefe da mesa de renda variável do BTG Pactual Digital, Jerson Zanlorenzi, explica que os balanços são um importante termômetro para medir o avanço da economia americana, além dos resultados, geralmente, refletirem, também, nos balanços corporativos das empresas brasileiras e no mercado de derivativos.

Neste cenário, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 subiram 1,71%, 1,56% e 1,88%, na sequência.

Cenário externo

No exterior, o dia também foi marcado pela divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI, em inglês) - inflação ao produtor. Nos Estados Unidos, o PPI registrou alta de 0,5% em setembro, quando comparada ao mês imediatamente anterior. No acumulado em 12 meses, o índice registra avanço de 8,6%, enquanto o mercado esperava uma alta mensal de 0,6% e anual, de 8,7%.

Ainda no país norte-americano, o Departamento do Trabalho anunciou que as solicitações de auxílio-desemprego foram de 326 mil na semana encerrada em 9 de outubro, acima das projeções dos analistas, que estimavam cerca de 319 mil pedidos.

Estes dados devem reforçar os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), principalmente no que diz respeito ao tapering – retirada de estímulos da economia. Segundo a ata da última reunião do Fomc (Copom americano) divulgada na véspera, a autoridade monetária deve iniciar o processo de forma gradual já no próximo mês, o que já era esperado pelo mercado.

Mais cedo, foi a vez do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China apresentar o PPI de setembro do país, que subiu 10,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado e veio acima do previsto pelo mercado, que esperava uma aceleração de 10,4%.

Nos nove primeiros meses do ano, os preços ao produtor no país acumulam alta de 6,7%, de acordo com o NBS. Em base anual, os preços de produtos de mineração subiram 49,4%, enquanto os da indústria de materiais brutos tiveram alta de 20,4%.

Os preços persistentemente altos no setor produtivo chinês elevaram o temor de uma possível estagflação na China, que ocorre quando os preços continuam subindo mesmo em períodos de menor crescimento econômico.

O vigor de crescimento da economia chinesa diminuiu nos últimos meses, refletindo um crescimento mais lento do crédito e de regulações mais restritivas impostas a alguns setores.

Sobre o autor
Bruna Miato
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