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Mercado Financeiro

Bolsa e dólar devem sentir alta de 1,5 ponto da Selic

Alta de 1,5 ponto porcentual não surpreendeu, mas ao favorecer a renda fixa pode prejudicar a bolsa e o dólar

Data de publicação:28/10/2021 às 07:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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O mercado financeiro deve repercutir nos negócios desta quinta-feira, 28, a elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 7,75% ao ano, ocorrida na véspera. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que recalibrou a dosagem de alta de 1 ponto porcentual para 1,50 ponto porcentual, não surpreendeu, ficou alinhada com a expectativa de uma ala quase majoritária de analistas e investidores.

A questão agora, de acordo com os especialistas, é saber como os mercados analisarão a alta mais forte na Selic para balizar as decisões.

Foto: Reprodução
Ajuste de 1,5% na Selic deve beneficiar as aplicações de renda fixa, mas pode impactar negativamente no mercado de renda variável - Foto: Envato

Os investidores que aplicam em renda fixa serão beneficiados com a Selic mais alta, mas os agentes econômicos estarão de olho no comportamento dos juros futuros. São eles o termômetro das expectativas em relação à dinâmica do quadro macroeconômico derivada da calibragem da Selic.

Uma avaliação de que a taxa de juros mais elevada vai conter o avanço expressivo da inflação pode pressionar os juros futuros de curto prazo, mas conter a elevação das taxas de vencimentos mais longos.

Seria o movimento adequado, segundo especialistas, porque expressariam a confiança de que a política monetária mais dura será eficiente para segurar a alta de preços.

Juros futuros preocupam o mercado

Juros futuros em alta geram efeitos negativos, como a piora das condições financeiras, com a elevação dos juros cobrados no crédito concedido para as empresas.

Os juros futuros mais longos influenciam também as decisões de investimento financeiro, à medida que aumentam a atratividade dos títulos de renda fixa, que passam a concorrer com a bolsa de valores. “A alta dos juros pode prejudicar um pouco a renda variável”, avalia Davi Lelis, especialista e sócio da Valor Investimentos.

O mercado de dólar também pode reagir à decisão mais dura do Banco Central sobre os juros. Para Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest, a puxada nos juros pode até provocar um alívio imediato de curto prazo no câmbio, que não dá para ser visto como movimento duradouro.

“Embora a alta das taxas de juro possa ter impacto positivo para o câmbio, a sinalização de quadro inflacionário com baixo crescimento, em um ambiente de populismo, a tendência é que a pressão e a volatilidade continuem sobre o dólar.”

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou o pregão do dia anterior com desvalorização residual de 0,05%, em 106.363,10 pontos, e o dólar recuou 0,33%, cotado por R$ 5,55 para venda.

Cenário fiscal

Apesar de a Selic estar no centro das atenções dos investidores por conta da decisão do Copom, o cenário fiscal se mantém na pauta de monitoramento dos investidores, principalmente por conta de suas incertezas.

Um dos assuntos que ganham destaque nesse sentido é a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios, que foi novamente adiada na Câmara no dia anterior.

Após dizer durante a manhã da véspera que tinha certeza da aprovação do texto no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou durante à noite que não se sabe se o Senado vai dar aval à proposta.

"Na Câmara acho que não vamos ter problema, não sei no Senado", disse Bolsonaro em entrevista ao programa Alerta Nacional, da TV A Crítica, no Amazonas, afiliada da RedeTV!.

A PEC é uma das estratégias do governo para viabilizar o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil até dezembro de 2022, ano eleitoral, e pode ser votada na Câmara ainda hoje.

Em paralelo, o relator da PEC, Hugo Motta, admitiu que a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, de retomar as votações presenciais está sendo um obstáculo para o alcance do quórum necessário à votação.

"Estamos tentando mobilizar, teve essa mudança na votação presencial", disse Motta no Salão Verde da Câmara. "A gente só quer pautar se tiver segurança necessária do quórum", afirmou.

Segundo ele, por causa do problema, as discussões não estão concentradas no teor do texto, mas sim no quórum.

O ministro da Cidadania, João Roma, que estava reunido com Motta, fez um apelo para que a votação ocorra. Ele tem preocupação com a operacionalização do Auxílio Brasil de R$ 400.

"Meu apelo é que Congresso possa apreciar essa matéria para não faltarmos com esses brasileiros (vulneráveis)", disse.

CPI da Covid: indiciamento de Bolsonaro

Com seus trabalhos na reta final, a cúpula da CPI da Covid traçou uma estratégia jurídica para tentar levar o presidente Jair Bolsonaro a julgamento diretamente no Supremo Tribunal Federal.

A ideia, tratada como "plano B", é acionar a Corte caso o procurador-geral da República, Augusto Aras, decida engavetar as conclusões da CPI, deixando de processar Bolsonaro e aliados do governo com foro privilegiado.

O comando da comissão pretende usar a chamada ação penal subsidiária pública, ferramenta jurídica que permite à vítima ou ao seu representante legal propor a acusação em caso de inércia do órgão que deveria fazê-lo, em até 30 dias.

O movimento, no entanto, é visto como pouco factível por alguns juristas e vem sendo questionado até mesmo por integrantes da CPI.

A dúvida é se um eventual arquivamento dos pedidos de indiciamento feitos pela CPI poderia ser classificado como "inércia" da Procuradoria-Geral da República.

Não há acordo sobre o caminho a seguir nem no grupo de oposição da CPI, mas uma ala avalia que o tema deve ser levado para debate no Supremo.

Aras tem poder para dar ou não continuidade às conclusões da CPI, que também serão encaminhadas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG). Cabe ao procurador-geral investigar e apresentar denúncias criminais contra autoridades com foro privilegiado.

Caso a PGR decida acusar formalmente Bolsonaro - hipótese considerada remota -, ainda assim seria preciso autorização da Câmara para o processo seguir adiante. Somente depois desse trâmite a ação seria submetida a julgamento no Supremo.

Em paralelo, Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a quebra de seu sigilo telemático decretada pela CPI. A medida foi aprovada pela comissão parlamentar antes do encerramento dos trabalhos e depois que Bolsonaro divulgou informação falsa em sua live semanal associando a vacina contra o novo coronavírus ao risco de infecção pelo vírus da Aids.

O requerimento para quebrar o sigilo de Bolsonaro foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da comissão parlamentar. No documento, ele diz que a medida é necessária para combater a 'política de desinformação' do presidente e prega 'medidas enérgicas e imediatas' para viabilizar sua investigação e responsabilização.

No exterior

Lá fora, os investidores aguardam com expectativa os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos que será divulgado ao longo dia. De acordo com os analistas, a projeção é de uma mediana positiva anualizada de 2,5%. Os futuros seguem em terreno positivo nas bolsas de Nova York.

Em paralelo, a temporada de balanços corporativos segue a todo vapor, com destaque, na véspera, da repercussão dos resultados da Microsoft e Alphabet, detentora do Google.

Segundo os resultados divulgados na terça, 26, após o fechamento do mercado, a empresa fundada por Bill Gates teve lucro líquido de US$ 20,51 bilhões em seu primeiro trimestre fiscal, um aumento de 48% ante igual período do ano anterior.

A controladora do Google, por sua vez, lucrou US$ 18,94 bilhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 68,4% em relação ao resultado obtido em igual período do ano passado.

Microsoft e Alphabet, na avaliação do analista da Oanda, Edward Moya, reafirmaram seu "domínio" no setor de tecnologia.

Na véspera, os investidores também monitoraram as negociações políticas em Washington. A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, disse que os parlamentares estão perto de um acordo sobre as prioridades dos pacotes de gastos propostos pelo presidente americano, Joe Biden.

Em meio a impasses entre as diferentes alas do Partido Democrata, a agenda econômica do governo está paralisada no Congresso.

Do outro lado do mundo, as bolsas na Ásia fecharam em baixa nesta quinta-feira, acompanhando após o Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês) deixar sua política monetária inalterada e cortar previsão de crescimento para o atual ano fiscal.

O japonês Nikkei caiu 0,96% em Tóquio, aos 28.820,09 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,28% em Hong Kong, aos 25.555,73 pontos.

O sul-coreano Kospi cedeu 0,53% em Seul, aos 3.009,55 pontos, e o Taiex registrou baixa de 0,19% em Taiwan, aos 17.041,63 pontos.

No começo da madrugada desta quinta-feira, o BoJ anunciou que manteve as atuais configurações de sua agressiva política de estímulos monetários, mas também reduziu sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão para o ano fiscal que se encerra em março de 2022, de 3,8% para 3,4%.

Na China continental, as perdas foram maiores do que em outras partes da Ásia e mais uma vez lideradas por produtoras de carvão, em um momento no qual Pequim estuda formas de estabilizar os preços da commodity.

O Xangai Composto recuou 1,23%, aos 3.518,42 pontos, atingindo o menor nível em dois meses, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda de 1,47%, aos 2.362,24 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana também foi pressionada por Wall Street, e o S&P/ASX 200 caiu 0,25% em Sydney, aos 7.430,40 pontos.  / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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