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Economia

BC: superávit em conta corrente contabiliza US$ 2,791 bilhões em junho

Resultado foi o maior para o mês desde o início da série histórica, em 1995

Data de publicação:27/07/2021 às 11:56 -
Atualizado 3 anos atrás
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O resultado das transações correntes ficou positivo em junho deste ano, em US$ 2,791 bilhões, informou nesta terça-feira, 27, o Banco Central. Este é o melhor resultado para os meses de junho desde o início da série histórica do BC, em 1995.

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Superávit em conta corrente do País foi o mais alto para o mês de junho, mas veio abaixo das expectativas do mercado - Foto: Envato

Porém, o número do período ficou abaixo do intervalo projetado pelo mercado, de superávit de US$ 2,800 bilhões a superávit de US$ 7,000 bilhões (com mediana positiva de US$ 5,150 bilhões).

Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que desde março do ano passado tem reduzido o volume de importações de produtos.

Ao mesmo tempo, o Brasil tem se aproveitado da maior demanda global por commodities. O BC projetava para o mês passado superávit de US$ 6,5 bilhões na conta corrente.

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 7,288 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,614 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 3,119 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 2,430 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, o rombo nas contas externas soma US$ 6,975 bilhões. A estimativa atual do BC é de superávit em conta corrente de US$ 3 bilhões em 2021. O cálculo foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado em junho.

Nos 12 meses até junho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 19,637 bilhões, o que representa 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,584 bilhão em junho, informou o Banco Central. A saída líquida é superior aos US$ 228 milhões que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

No acumulado do primeiro semestre, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 9,549 bilhões.

A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2021 some US$ 28 bilhões. Esta projeção foi atualizada no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em junho.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,544 bilhão em junho, ante US$ 1,784 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, essas despesas alcançaram US$ 11,183 bilhões.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em junho foi de US$ 300,771 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2020 terminou com uma dívida de US$ 310,807 bilhões.

A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 236,948 bilhões em junho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 63,823 bilhões no fim do mês passado.

Viagens internacionais

Ainda sob os efeitos da pandemia de coronavírus na economia, a conta de viagens internacionais registrou déficit de apenas US$ 221 milhões em junho, informou o BC.

O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em junho de 2020, o déficit nessa conta foi de US$ 72 milhões.

Na prática, com o dólar mais elevado e a restrição de voos em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram nos últimos meses. Vale lembrar que a pandemia de covid-19 ganhou corpo a partir de março do ano passado, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países.

O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 449 milhões. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 228 milhões no mês passado. No primeiro semestre, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 1,944 bilhão.

Investimento Direto: US$ 174 milhões

Ainda em meio às incertezas sobre o futuro do Brasil, na esteira da segunda onda da pandemia do novo coronavírus, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram apenas US$ 174 milhões em junho, informou o Banco Central (BC). No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 5,165 bilhões.

O resultado ficou abaixo das estimativas do mercado, que iam de US$ 2,000 bilhões a US$ 4,156 bilhões, com mediana de US$ 2,500 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho indicaria entrada de US$ 2,5 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 25,691 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 60 bilhões. Este valor foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado em junho.

No acumulado dos 12 meses até junho deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 46,629 bilhões, o que representa 3,02% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ações

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 2,523 bilhões em junho, segundo o Banco Central. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido positivo em US$ 192 milhões. No acumulado do primeiro semestre, o saldo ficou positivo em US$ 8,695 bilhões.

Já o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil ficou negativo em US$ 4,69 milhões em junho. No mesmo mês do ano passado, ele havia sido positivo em US$ 239 milhões. No primeiro semestre, os fundos registram saídas líquidas de US$ 284 milhões.

O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 2,560 bilhões em junho. No mesmo mês do ano passado, havia ficado positivo em US$ 1,948 bilhão. No acumulado do primeiro semestre, o saldo em renda fixa ficou positivo em US$ 12,095 bilhões. / com Agência Estado

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