BB lança 4º fundo para investir em privatizadas com recursos do FGTS
No total, são 89 os fundos do tipo hoje no mercado, que aplicam em empresas como Petrobras, Vale e Eletrobras
Sobe para 89 a lista de fundos que investem os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da Petrobras, Vale e, desde o ano passado, também na Eletrobras. A BB Asset, gestora do Banco do Brasil, lançou o BB Diversificação FMP-FGTS Carteira Livre, fundo que investe em Fundos Mútuos de Privatização (FMP), como são chamados os produtos desse nicho.
É o quarto FMP lançado pela asset, que até então só contava com fundos monoações dessa natureza: um da Petrobras, outro de Vale e um terceiro de Eletrobras. O BB Diversificação é o primeiro do BB a dividir o portfólio pelas empresas privatizadas.
Trata-se de mais uma iniciativa dos bancos para beliscar uma fatia dos R$ 12,25 bilhões e mais de 491 mil cotistas desse segmento, que ficou mais competitivo com a possibilidade de migração do dinheiro do FGTS de fundos mono para os de carteira comdiversificada.
Como é o novo fundo
O BB FMP Carteira Livre vai cobrar uma taxa de administração de 1,00% ao ano e exigir valor simbólico para as movimentações, inicial e seguintes, de R$ 0,01.
O fundo vai receber recursos de outros fundos de privatização do BB e outras instituições financeiras, desde que provenientes dos FGTS. A migração poderá ser solicitada pelo app do banco, na funcionalidade ‘Fale com o seu gerente’.
“O novo fundo permitirá migrar recursos de FMP monoativos, isto é, que investem apenas em um único ativo, como por exemplo FMP da Eletrobras, Petrobras ou Vale, para uma alternativa de gestão mais sofisticada, que aloca em diferentes estratégias de renda variável, além de explorar oportunidades na renda fixa”, explica Mario Perrone, diretor
O portfólio do BB para o setor conta com, além do BB Diversificação FMP-FGTS Carteira Livre, com o BB FMP FGTS Petrobras, o BB FMP FGTS Vale do Rio Doce e o BB Mútuo Privatização FGTS Eletrobras. Os leitores que são usuários premium da Mais Retorno, podem comparar os fundos em nosso Comparador de Ativos.
Os fundos de carteira livre contam com gestão ativa, incluindo papeis de diferentes empresas em seu portfólio. Assim, a portabilidade para esses fundos passa a fazer sentido pela diversificação, para que os recursos não fiquem vinculados a fatores que influenciam especificamente um papel.
Pelo recorte de curto prazo, de junho do ano passado, quando o BB Mútuo de Eletrobras foi lançado, até fevereiro desde ano, o desempenho do mais novato, o de Eletrobras, está negativo em 13,29%. Já o de Petrobras e o de Vale subiram mais que o dobro do Ibovespa, porém sem muito destaque frente a outras aplicações do mercado.
Ao considerar um prazo mais longo, no entanto, os fundos mono exibem resultados robustos: o BB FGTS Vale desde o seu lançamento, em março de 2002, rendeu 3.549% frente a uma valorização de 708% do Ibovespa; o BB FGTS Petrobras, criado em junho de 2022, subiu 768% contra 655% do índice da Bolsa.
O BB FGTS Petrobras tem um patrimônio de R$ 163,92 milhões, 1,76 mil cotistas, cobra uma taxa de administração de 1,40% e exige aplicação mínima de R$ 1,00.
O BB FGTS Vale tem um patrimônio de R$ 403 milhões, com 7,62 mil cotistas, cobra uma taxa de administração de 1,40% e exige uma aplicação mínima de R$ 200.
O BB Mútuo Privatização FGTS Eletrobras tem um patrimônio de R$ 560 milhões , 39,16 mil cotistas, cobra uma taxa de administração de 0,20% e exige uma aplicação mínima de R$ 200.
Quanto rendem os maiores
Em um universo que reúne algo perto R$ 5,67 bilhões e mais de 385 mil cotistas, os 10 maiores fundos com recursos do FGTS em patrimônio estão todos negativos este ano.
A maioria (8 deles) com a carteira em Eletrobras. O papel vem sofrendo desde novembro do ano passado, diante da possibilidade de a empresa ser reestatizada no governo Lula da Silva. A perspectiva segundo especialista, no entanto, é positiva para a elétrica na medida em que esses temores do mercado se dissiparem.
Veja o resultado de levantamento feito na base de dados da Mais Retorno.
| Fundo | Patrimônio em R$ | Desempenho em 2023 | N° de cotistas (mil) |
| Caixa Mútuo Priv. FGTS Eletrobras | 1,18 bi | -13,35% | 106,39 |
| XP Mútuo Priv. FGTS Eletrobras | 1,06 bi | -13,43% | 73,07 |
| Itaú Mútuo Priv. FGTS Eletrobras | 711,55 mi | -13,46% | 42,24 |
| BB Mútuo Priv. FGTS Eletrobras | 560,15 mi | -13,38% | 39,16 |
| Caixa FMP FGTS Vale do Rio Doce I | 552,67 mi | -0,73% | 33,23 |
| Bradesco Mútuo Priv. Eletrobras | 221,67 mi | -13,44% | 28,77 |
| Santander Mútuo Priv. Eletrobras | 278,23 mi | -13,46% | 21,37 |
| XP Balanceado Mútuo Carteira Livre | 471,01 mi | -0,33% | 14,43 |
| Bradesco FMP FGTS Vale | 444,95 mi | -0,72% | 13,83 |
| BTG Pactual Ref. Mútuo Eletrobras | 194,46 mi | -13,38% | 13,13 |
O que é Fundo Mútuo de Privatização
Fundo Mútuo de Privatização (também chamado de FMP ou FMP-FGTS) é um tipo de fundo de investimento constituído com recursos da conta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (o FGTS).
Esses recursos são usados para a compra de ações de empresas estatais que estejam sendo privatizadas ou de ações correspondentes à participação acionária da União, estados e municípios.
O fundo mútuo de privatização, assim como qualquer fundo, é uma opção de investimento em que os investidores colocam seus recursos nas mãos de um gestor. Ele fica, então, responsável por usar esses recursos para a formação de uma carteira de ativos, cujos rendimentos são divididos entre todos os participantes do fundo. / Com Agência Estado
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