Banco Mundial reduz projeção do PIB global em 2023, de 3,0% a 1,7%
No documento, o Banco Mundial adverte para a "fragilidade" das condições econômicas
O Banco Mundial revisou para baixo sua projeção para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da economia global neste ano, a 1,7%.
Seis meses antes, a instituição projetava alta de 3,0%, mas agora alerta para o fato de que há desaceleração "de forma acentuada", pela inflação alta, pelas taxas de juros mais elevadas, redução dos investimentos e repercussões da invasão da Rússia na Ucrânia.
A análise está no mais recente relatório Perspectivas Econômicas Globais, publicado nesta terça-feira, 10. No documento, o Banco Mundial adverte para a "fragilidade" das condições econômicas.
Nesse quadro, afirma que qualquer novo acontecimento desfavorável, como inflação acima do esperado, altas abruptas nas taxas de juros para conter os preços, novas ondas da Covid-19 ou o aumento das tensões geopolíticas, poderia levar a economia global à recessão. "Pela primeira vez em mais de 80 anos haveria duas recessões globais na mesma década", acrescenta.
O Banco Mundial projeta também que o crescimento global em 2024 será de 2,7%. Para 2023, houve corte nas projeções para 95% das economias avançadas e para quase 70% dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, alerta para uma "crise no desenvolvimento", que se intensifica conforme pioram as perspectivas de crescimento global. Nos países emergentes, há vários anos de crescimento lento, em meio a dívidas altas e investimentos baixos, aponta.
O crescimento nas economias avançadas deve desacelerar de 2,5% em 2022 a 0,5% em 2023. Apenas nos EUA, ele deve ser de 0,5%, com estagnação na zona do euro. Entre outros países, a China deve crescer 4,3%, enquanto entre os emergentes excetuando-se a China o avanço do PIB deve ser de 2,7%.
Até o fim de 2024, o nível do PIB dos países emergentes e em desenvolvimento estará aproximadamente 6% abaixo dos níveis esperados antes da pandemia da Covid-19, calcula o Banco Mundial. / Agência Estado.
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