Investidores brasileiros compraram mais ações de big techs e se desfizeram de papeis meme em maio, segundo Stake
Nos ETFs, investidores seguiram a preferência por fundos atrelados ao S&P 500
Em mais um mês marcado pela alta volatilidade nas bolsas de valores ao redor do mundo, os investidores brasileiros deram preferência a ações de big techs, de companhias mais maduras e se desfizeram de ações meme – ou penny stocks – em maio.
A constatação faz parte do levantamento mensal feito pela Stake, plataforma que negocia ativos internacionais no Brasil.
De acordo com a empresa, essa movimentação vai de encontro ao momento do mercado global, que vive um cenário de inflação alta, em patamares históricos, e esforços dos BCs mundiais para conter esse avanço por meio de altas nas taxas básicas de juros, o que não é favorável para os papeis mais especulativos.
Nesta hora, de acordo com o ranking, o investidor mostrou que está buscando proteção em ações de empresas mais maduras, já consolidadas no mercado e que tenham alta lucratividade.
“Nomes mais fortes, ainda que não lucrativos, podem oferecer valuations mais atrativos nesse momento de aversão ao risco”, reforça a Stake.
Stake, em levantamento
As 10 ações mais negociadas pelos brasileiros em maio
Nome | Ticker | Setor |
Hycroft Mining Holding Corporation | HYMC | mineração |
Tesla | TSLA | carros elétricos |
Apple | AAPL | tecnologia |
Nu Holdings | NU | financeiro |
Eve Holding | EVEX | aeronaves elétricas |
Amazon | AMZN | tecnologia |
Swvl Holdings Corp. | SWVL | transportes |
Chimerix | CMRX | farmacêutico |
Molecular Data | MKD | e-commerce/químico |
The Coca-Cola Company | KO | bebidas |
Big techs seguem na preferência
De acordo com o ranking da plataforma, os investidores brasileiros deram preferência para comprar ações de algumas big techs, como Tesla e Amazon, que marcam presença constante nos rankings mensais da plataforma.
Soma-se a elas também companhias bastante conhecidas no mercado e que tem uma forte geração de caixa, como é o caso da Coca-Cola.
A Tesla esteve na atenção dos investidores devido aos movimentos de seu executivo, Elon Musk, para adquirir o Twitter. Com isso, as ações da montadora de carros elétricos recuaram mais de 20% e até o momento a operação comercial não foi concluída.
Penny stocks saíram das carteiras
Na contramão, eles desfizeram de penny stocks como as das empresas Hycroft Mining, da área de mineração, Eve Holding, subsidiária brasileira da Embraer que produz aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical, Swvl Holdings, da área de transportes, e Chimerix, do setor farmacêutico.
De acordo com a Stake, as duas exceções foram as ações do Nubank, que foi promovida a penny stock devido à derrocada em suas ações após a abertura do mercado. Em seis meses, os papéis da companhia já caíram mais de 50%.
A outra empresa é a Molecular Data Inc, companhia chinesa de e-commerce de produtos químicos que, segundo a plataforma, contou com um grande volume de compras de investidores brasileiros no período.
ETFs: aposta no S&P 500 e bolsas internacionais
Sobre os ETFs (Exchange Traded Funds) internacionais negociados no mês de maio, o ranking da Stake não trouxe grandes mudanças em relação aos levantamentos anteriores.
Um dos destaques, segundo a Stake, foi fortes investimentos no Direxion Daily Brazil Bull 2x Shares ETF, que investe no Ibovespa em dólares com alavancagem de 2x. Durante o período, o fundo de índice valorizou 14,12%. No período, a Bolsa subiu 3,22%.
Outro ETF que se destacou em termos de marcação de posições foi o ProShares UltraPro Short QQQ ETF, que aposta na queda da bolsa Nasdaq com alavancagem de 3x, em um momento no qual as ações de tecnologia estão sendo penalizadas com a alta dos juros nos EUA.
E as altas não devem parar por aí. Após dois ajustes de 0,50 ponto porcentual, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve fazer novas elevações na taxa básica de juros nas próximas reuniões – muito provavelmente no mesmo patamar, segundo especialistas.
Um dos queridinhos dos brasileiros nos Estados Unidos, o S&P 500 segue firme e forte no ranking de maio, de acordo com a Stake. Os investidores continuaram otimistas quanto à alta do indicador, se expondo ao índice por meio dos ETFs IVV, VOO e SPY.
Por serem fãs de dividendos, houve também uma forte procura pelo ETF Global X SuperDividend ETF, que também segue praticamente invicto nas pesquisas mensais de ativos internacionais.
O mesmo cenário vale também para o Vanguard Real Estate ETF, atrelado ao setor imobiliário americano, reforçando a postura do investidor clássico em investir em imóveis. Apesar disso disso, o mercado nos EUA viveu em maio um dos piores meses em anos, conforme a Stake.
Os 10 ETFs mais negociados em maio
ETF | Ticker | Setor |
ProShares Ultra VIX Short-Term Futures ETF | UVXY | VIX/Índice do Medo |
Direxion Daily Brazil Bull 2x Shares ETF | BRZU | Ibovespa |
Vanguard S&P 500 ETF | VOO | S&P 500 |
ProShares UltraPro Short QQQ ETF | SQQQ | Nasdaq |
Vanguard Real Estate ETF | VNQ | imobiliário EUA |
iShares Core S&P 500 ETF | IVV | S&P 500 |
Invesco QQQ ETF | QQQ | Nasdaq |
Global X SuperDividend ETF | SDIV | dividendos |
iPath Series B S&P 500 VIX Short-Term Futures ETN | VXX | S&P 500 |
SPDR S&P 500 Trust ETF | SPY | S&P 500 |
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