Economia

Ata: Copom reforça novo ajuste de 1 ponto porcentual na taxa de juros para próxima reunião; Selic deve chegar a 8,5% em 2021

Política mais dura deve continuar sendo adotada pelo BC para trazer a inflação mais próxima da meta

Data de publicação:28/09/2021 às 09:05 - Atualizado um ano atrás
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O Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou que o ritmo e ajuste da taxa de juros é o mais adequado para garantir o retorno da inflação para a meta, segundo a ata da última reunião do colegiado divulgada pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira, 28. A Selic deve chegar a 8,5% ao ano em 2021, conforme as estimativas da autoridade.

Copom sinaliza que deve continuar adotando um tom mais duro na condução da taxa de juros do País nas próximas reuniões, segundo ata divulgada nesta terça-feira - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Nesse sentido, a ata não trouxe nenhuma novidade, pois esses movimentos já tinham sido sinalizados no comunicado da semana passada, quando o BC elevou a Selic em 1 ponto porcentual, para 6,25% ao ano, somando a quinta elevação consecutiva.

De acordo com o comitê, “o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista”.

Esse ritmo também deve dar o tom da próxima reunião, que, segundo o BC, deve optar por um novo ajuste de 1 ponto porcentual na Selic, que hoje está em 6,25% ao ano. Porém, não descarta avanços ainda mais fortes.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, destacou o BC no documento.

Segundo o último boletim Focus, divulgado no dia anterior, as expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 são 8,3%, 4,1% e 3,25%, respectivamente.

Sobre a decisão do último ajuste na Selic, o comitê ressalta que “essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para 2022 e, em menor grau, para 2023”.

Preços

Segundo a ata, o Copom reconhece o alto patamar da inflação ao consumidor. “A alta nos preços dos bens industriais – decorrente de repasses de custos, das restrições de oferta e do redirecionamento da demanda em direção a bens – ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo”.

A normalização gradual do setor de serviços, dinâmica já esperada, também influenciou na alta dos preços. Além disso, de acordo com o BC, as pressões sobre componentes voláteis como alimentos, combustíveis e, especialmente energia elétrica, ainda persistem.

PIB

Sobre o PIB, o Copom ressaltou que, após o resultado do segundo trimestre, que veio “ligeiramente melhor do que o esperado”, o mercado passou a revisar as projeções do indicador para baixo, “ainda que evoluindo favoravelmente”.

“Parte dessas revisões decorre de uma antecipação do crescimento esperado para alguns dos setores mais atingidos pela pandemia; outra parte deriva da menor produção industrial decorrente da manutenção de dificuldades nas cadeias de suprimentos”, destaca o comitê.

Mesmo assim, o BC segue mantendo a visão de uma retomada robusta da atividade no segundo semestre, à medida que os efeitos da vacinação contra a covid-19 sejam sentidos de forma mais abrangentes.

Para o próximo ano, o comitê acredita que o crescimento da economia brasileira será beneficiado por três fatores: a continuidade da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços; o desempenho de setores como agropecuária e indústria extrativa, menos ligados ao ciclo de negócios; e resquícios do processo de normalização da economia, conforme a crise sanitária arrefece.

Sobre o autor
Julia ZilligA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!