Após separação, ações de Assaí sobem 402% enquanto GPA caem 57% em março
Os papeis do atacarejo Assaí (ASAI3) subiram 402% em março, a maior alta entre todas as companhias listadas na B3. A valorização acontece no primeiro mês…
Os papeis do atacarejo Assaí (ASAI3) subiram 402% em março, a maior alta entre todas as companhias listadas na B3. A valorização acontece no primeiro mês após a cisão da rede e do grupo Grupo Pão de Açúcar (GPA), que controla ainda as redes de supermercados Pão de Açúcar e Extra. Já as ações do GPA (PCAR3) apresentaram queda de 57,42% no período.
Para a analista de varejo da XP, Danniela Eiger, esses números podem confundir investidores, e levar a conclusões precipitadas, se não houver uma análise contextualizada. Na prática, houve uma reacomodação dos preços considerando a separação entre as empresas.
“Essas variações se devem à reavaliação de preços feita pelo mercado. Antes da cisão, o preço de PCAR3 (código do grupo GPA na bolsa) refletia o valor das duas empresas juntas", explica Eiger. "Com a separação, era natural que houvesse queda. Não significa que não valha mais a pena investir nela. Quem era acionista antes da cisão e manteve as duas ações depois teve lucro”, completa.
A XP manteve as ações de ambas as companhias em sua carteira recomendada, mas considera os papéis da Assaí (ASAI3) mais promissores, Eles estão sendo negociados a preços baixos frente ao potencial de crescimento da empresa, avalia a analista.
“É a ação mais barata de todas neste setor e tem muito espaço para crescimento no futuro”. Em relatório divulgado pela corretora, destaca-se a perspectiva de crescimento médio ponderado de 25% entre 2020 e 2025 com a abertura de 100 novas lojas
Apesar de ainda não ter operações tão bem estruturadas no campo digital, no qual os serviços se restringem ao B2B, ou seja, atende apenas bares e restaurantes, o Assaí se mantém na condição de bom investimento de longo prazo, na avaliação de Danniela.
“Na compra de alimentos ainda existe muito o desejo por parte dos consumidores de ver e tocar o que se compra, então muitas pessoas ainda preferem ir ao mercado e comprar presencialmente", pondera a especialista.