Após fracasso em negociação, ações da Hering e Arezzo disparam; entenda os motivos
As ações da varejista de vestuário Cia. Hering e da de calçados e bolsas Arezzo dispararam na B3 nesta quinta-feira, 14. Os movimentos ocorrem no dia…
As ações da varejista de vestuário Cia. Hering e da de calçados e bolsas Arezzo dispararam na B3 nesta quinta-feira, 14. Os movimentos ocorrem no dia seguintes à recusa da Hering à proposta de compra feita pela Arezzo.
Às 14h30, as ações da Hering subiam 26,67%, para R$ 21,66, obrigando a B3 a abrir um leilão para o ativo durante o pregão. O leilão é um procedimento adotado para proteger o mercado contra variações bruscas de preço. A B3 retira o ativo do pregão e passa a negociá-lo de outra forma, registrando as ordens de compra e venda e concretizando o negócio quando há dois valores equivalentes.
No caso da Arezzo, a companhia operava com alta de 8,61% também às 14h30, com os papéis negociados a R$ 81,14.
A valorização simultânea dos papeis de duas empresas que não chegaram a um entendimento para fechar o negócio pode causar estranheza ao investidor. Mas não para analistas de mercado.
Homero Oliveira, head de Renda Variável da Valor Investimentos, diz que, ao entrar no foco de interesse para negócio, a Hering pode estar sugerindo que a empresa está barata e as ações atraentes para compra.
Da parte da Arezzo, a mensagem seria que a empresa busca outros negócios no mercado, de crescimento orgânico, com fusões e aquisições. Como ocorreu com a aquisição da Reserva, do setor de roupas.
Oliveira afirma que o comentário do CIO da Arezzo de que a proposta foi recusada pelo conselho da Hering, e não pelos acionistas minoritários, pode estar sugerindo um desfecho diferente. “Pode ainda haver acordo.”
Entenda o caso
A Cia. Hering informou na quarta-feira que o seu conselho de administração decidiu, por unanimidade, rejeitar a proposta de potencial combinação de negócios com a Arezzo. A fabricante e varejista de calçados havia enviado uma carta à fabricante e varejista têxtil no último dia 7, com a proposta.
Para tomar a decisão nesta quarta, de rejeitar o negócio, o conselho da Cia. Hering teve a assessoria do banco BR Partners e do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados.
Segundo a Cia. Hering, a proposta "não atende ao melhor interesse dos acionistas e da própria companhia", que pretende "seguir na execução do seu plano estratégico que combina construção de marcas, expansão e integração de canais, e modernização do supply chain, com foco no cliente e na sustentabilidade".
A Cia. Hering afirmou ainda em comunicado que continua analisando oportunidades de crescimento inorgânicas, em conjunto com a busca por crescimento orgânico, e manterá seu programa de recompra de ações aprovado pelo conselho em agosto de 2020. / com Agência Estado