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5GTK11: conheça o novo ETF da Investo que investe em empresas do mercado de tecnologia 5G

A estreia do fundo de índice na Bolsa está prevista para o próximo dia 03

Data de publicação:21/01/2022 às 12:30 - Atualizado 2 anos atrás
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O ano começa com novidades para os investidores que gostam de acompanhar os lançamentos focados em tecnologias e novos mercados. No próximo dia 3 de fevereiro será lançado o 5GTK11, da gestora Investo, na Bolsa de Valores brasileira, a B3. Esse é o primeiro ETF (fundo de índice, na tradução) do País com investimentos em empresas que atuam na vanguarda do desenvolvimento ou implementação de tecnologias e serviços 5G ao redor do mundo.

O 5GTK11 replica a carteira de um outro ETF, o FIVG, que acompanha o índice BlueStar 5G Communications Index, composto por 88 empresas do mercado de tecnologia 5G, e é listado na Bolsa de Nova York (NYSE). Nos Estados Unidos, seu país de origem, o FIVG já conta com cerca de US$ 1,3 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg e divulgados pela Investo.

Imagem: Reprodução/Ministério das Comunicações

O produto da gestora brasileira conta com uma taxa de administração de 0,48% ao ano e o valor mínimo de investimento é de R$ 200, o que equivale a duas cotas do fundo. O período de reserva para participar da oferta pública inicial do 5GTK11 vai até o próximo dia 27.

Qual é a composição do 5GTK11?

O FIVG, que é o ETF cuja carteira é replicada pelo 5GTK11, é o primeiro fundo de índice do mundo a ter como tese de investimento as empresas vinculadas ao desenvolvimento de redes 5G e tecnologias da comunicação. Em seu site, a Investo pontua que o 5GTK11 acompanha, entre diversos segmentos que se beneficiam das tecnologias 5G, os setores de comunicação de carros autônomos, edge computing, internet das coisas e medicina eemota.

As 4 camadas principais da carteira do 5GTK11

Primeira camada

Conforme explica o site etf.com, a composição do FIVG é dividida em 4 camadas principais. A primeira delas, que tem um peso de 50% na composição, é feita com empresas predominantemente associadas a redes celulares e satélites que operam no espectro sem fio.

Segunda camada

A segunda camada, que tem um peso de 25% na composição, é feita por REITs (Real Estate Investment Trust, empresas que investem no mercado imobiliário americano e suas ações são negociadas em bolsa) de companhias de torres de dado, centros de telefonia celular, provedores de serviços e empresas que oferecem infraestrutura para tais serviços.

Terceira camada

A terceira camada, que tem um peso de 15% na composição, é feita por empresas de hardware e software que melhoram a qualidade dos serviços e equipamento de teste de rede e otimização de banda larga.

Quarta camada

A quarta camada, que tem um peso de 10% na composição, é feita por modems de banda larga móvel aprimorados, novas tecnologias de rádio para dispositivos conectados ou cabos de fibra ótica.

As 10 empresas com mais peso na composição do ETF

EmpresaSegmentoPeso na composição
QualcommFabricante de chips e plataformas5,24%
Advanced Micro DevicesFabricante de processadores e placas de vídeos4,78%
Analog DevicesFabricante de semicondutores4,68%
AT&TServiços de telecomunicações3,57%
NXP SemiconductorsFabricante de semicondutores 3,47%
Marvell TechnologyFabricante de semicondutores 3,31%
Verizon CommunicationsServiços de telecomunicações 3,21%
XilinxFabricante de dispositivos lógicos programáveis2,85%
Keysight Technologies Fabricantes de equipamentos e software2,81%
Akamai Technologies Fornecedora de rede de entrega de conteúdo2,77%
Fonte: etf.com

Lista dos setores com mais peso na composição do 5GTK11

  • Tecnologia de acesso à redes móveis: 36% da carteira
  • Cloud-Core: 16% da carteira
  • Operadoras de rede: 14% da carteira
  • Visualização de rede: 10% da carteira
  • Torres de celular e data-centers: 9% da carteira
  • Dispositivos com chips habilitados para 5G: 6% da carteira
  • Network Opt: 5% da carteira
  • Fibra: 3% da carteira
  • Operadores de satélites: 1% da carteira

Distribuição geográfica das empresas que compõem o 5GTK11

  • Estados Unidos: 84% das empresas
  • Países Baixos: 4% das empresas
  • Suíça: 2,33% das empresas
  • Finlândia: 2,38% das empresas
  • Canadá: 2,04% das empresas
  • Israel: 2% das empresas
  • Grã-Bretanha: 0,93% das empresas
  • Coréia do Sul: 0,83% das empresas
  • Espanha: 0,56% das empresas
  • França: 0,52% das empresas
  • China: 0,36% das empresas

Vale a pensa investir em produtos que acompanham o mercado de tecnologia 5G?

"O investimento na tese de 5G vai depender muito no retorno do prazo esperado e, é claro, da região geográfica onde serão feitos os investimentos, já que o nível de consolidação desta nova tecnologia variará de país para país. Mas, em geral, é uma tese de investimento que faz sentido, dado que haverá uma demanda cada vez maior por mobilidade e transmissão de dados".

Marcelo Nakagawa, professor de inovação do Insper

O professor explica que as empresas que tendem a crescer com avanço do 5G, em um primeiro momento, são as prestadoras de serviços, como a Winity Telecom (criada especialmente para este mercado) e os negócios de infraestrutura, como as fabricantes de antenas. Posteriormente, também tendem a se beneficiar as companhias que fornecem chips com maior capacidade de processamento e os serviços que utilizam dados móveis em alta velocidade - dos streamings de filmes aos aplicativos de carro.

Sobre investir em um ETF ou outros produtos que acompanhem diversas das empresas ligadas ao mercado de tecnologia 5G, Nakagawa considera que esta "é uma opção inteligente de investimento pois permite não apenas apostar em uma nova tecnologia, mas ter a flexibilidade para investir nas empresas que oferecem os melhores potenciais de crescimento em diversas partes do planeta".

Perspectivas e desafios para o mercado de 5G

De acordo com o professor de inovação, as expectativas para o mercado de 5G dependerão da situação de cada país ou região. "Em países como Coréia do Sul, China e Estados Unidos, as questões da infraestrutura e oferta já estão bem encaminhadas e a tendência é o aumento de novas soluções adaptadas ou pensadas especialmente para o 5G", explica.

Sobre o Brasil, Nakagawa afirma que o País ainda está um pouco atrás de outros mercados. Para ele, a tendência é de crescimento apesar da pandemia, "talvez, postergar a curva acelerada de crescimento, em função do home office, que não demanda soluções de mobilidade".

No entanto, o professor considera que a questão política pode ser um empecilho ainda mais significativo do que as barreiras tecnológicas, capacidade de investimento em tecnologias ou, inclusive, as curvas de adoção do 5G pelo mundo.

"Há uma percepção crescente entre as autoridades governamentais de que comunicação e dados são, cada vez mais, algo que precisa ter a soberania nacional. Neste contexto, há um grande ponto de interrogação com relação às soluções, especialmente as provenientes da China e sua influência nas empresas do país, como está ocorrendo agora, por exemplo, com a Didi ou Alibaba. Outro desafio é que mesmo fornecedoras de tecnologia 5G de outros países também podem ter produção na China".

Marcelo Nakagawa, professor de inovação do Insper
Sobre o autor
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