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Venda antecipada no Tesouro Direto
Renda Fixa

Venda antecipada no Tesouro Direto vale a pena? O que fazer?

Quando falamos em títulos públicos pensamos em um investimento estável, que irá pagar uma taxa de juros acordada (seja pré ou pós fixada) no seu vencimento…

Data de publicação:21/06/2018 às 09:00 -
Atualizado 4 anos atrás
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Quando falamos em títulos públicos pensamos em um investimento estável, que irá pagar uma taxa de juros acordada (seja pré ou pós fixada) no seu vencimento sem maiores dores de cabeça.

Isso é verdade. Investimentos em títulos públicos (via tesouro direto) são seguros e mesmo o risco de calote é baixíssimo (o risco do país se tornar insolvente).

Mas você sabia que é possível conseguir um rendimento maior do que os juros que você tinha acordado no momento do investimento? Muito maior, na maioria das vezes.

Os títulos públicos também têm preços que flutuam tanto quanto o preço de uma ação bastante liquida (Petrobrás ou Vale, por exemplo).

É justamente por conta dessa variação dos preços dos títulos que é possível ter um rendimento maior com títulos públicos que simplesmente os juros que eles te pagam.

Nesse texto vou te contar melhor como isso funciona e como aproveitar oportunidades além dos cuidados que deve ter com a venda antecipada no Tesouro Direto.

Por isso, continue lendo para saber mais sobre:

  1. Os tipos de títulos públicos
  2. Entendendo o preço de um título
  3. Marcação a mercado
  4. Venda antecipada no Tesouro Direto

Os tipos de títulos de públicos

Os tipos de títulos públicos

A venda antecipada no tesouro direto pode ter resultados completamente diferentes dependendo de qual título público você investiu.

Existem títulos pré-fixados, pós-fixados, além dos híbridos.

  • Pré-fixados:
    • Tesouro pré-fixado – Eram chamados de LTN, os juros pré-acordados são pagos no vencimento;
    • Tesouro pré-fixado com juros semestrais – Eram chamados NTN-F. funcionam da mesma forma das LTN (com taxa de jurps pré-acordada), porém os juros são pagos semestralmente.
  • Pós-fixados:
    • Tesouro Selic – eram chamadas de LFT. São títulos que pagam a variação da taxa Selic no período investido.
  • Híbridos:
    • Tesouro IPCA+ Principal – Eram as NTN-B. são títulos que pagam uma taxa de juros pré-acordada mais a variação do IPCA no período;
    • Tesouro IPCA+ Principal – são os mesmos títulos que os anteriores, porém pagam juros semestralmente.

Para o objetivo desse texto os títulos mais importantes serão os pré-fixados e híbridos. Você entenderá melhor o porquê nos tópicos a seguir.

Entendendo o preço de um título público

Entendendo o preço de um título

Antes de tudo, é ideal sabermos que qualquer título tem um preço.

Sim, o título não é formado apenas pelos juros (embora estes tenham relação direta com o preço). Além disso, também é importante saber como ele é formado.

Vou precisar entrar na “parte chata” da matemática para conseguir explicar melhor esse conceito para você, mas vou fazer o possível pra deixar essa explicação o mais simples possível!

Para iniciar, é importante conhecer a formula básica dos juros compostos:

Fórmula mágica dos juros compostos

Onde:

M = Montante (também conhecido como Valor Futuro), ou seja, o valor disponível no vencimento da aplicação

C = Capital (também conhecido como Valor Presente), ou o dinheiro investido na data da compra do título

i = a taxa de juros

n = período até o vencimento do título

Em geral, os títulos têm um valor certo no vencimento, logo o montante já está dado desde a hora da aplicação (para LTNs esse valor é R$1.000,00).

O n, o prazo do título, se altera apenas com o passar do tempo.

A taxa de juros e o capital (o preço atual do título) são os parâmetros que flutuam.

O que precisamos descobrir, portanto, é quanto será pago pelo título, isto é o capital (C).

Rearranjando a fórmula para descobrir o C, chegamos a:

Taxa de juros

Dessa forma, podemos tirar a conclusão que o preço terá uma relação negativa com a taxa de juros, isto é, quanto maior a taxa que remunerar o título, menor será o preço dele.

Vejamos agora um exemplo prático para simplificar a compreensão dessa fórmula.

Suponha um título em que o montante seja de R$1.000,00, o prazo de dez anos e a taxa de juros negociada seja de 10% ao ano.

Calculando o preço desse título hoje, teremos C=1.000,00/(1+10%)^10. Ou, seja, nessas condições, o preço será de R$ 385,54.

A intuição de tudo isso é que se o preço no vencimento é de R$1.000,0, como qualquer investimento devo ter algum retorno para investir nesse título. Ou seja, devo pagar um valor menor nele hoje do que ele irá valer no futuro.

Os preços dos títulos públicos podem ser consultados no próprio site do Tesouro Nacional. Você verá os preços na data consultada, mas como dissemos acima, eles variam diariamente.

Marcação a Mercado

Marcação a mercado

A marcação a mercado é uma forma de atribuir valor diário para os títulos. Ou seja, mesmo que ele valha aquele determinado valor em seu vencimento, é feita uma atualização diária do preço atual dele, dada as variações nas taxas de juros.

Ou seja, se eu possuo o título e resolvo vender ele hoje sem esperar o vencimento, consigo saber qual valor seria pago por ele. Na outra ponta, do comprador, ele obviamente sabe quanto seria pago pelo título caso decidisse o comprar hoje.

Vamos ver na prática agora como funciona essa variação dos preços dos títulos com um exemplo real.

Consultando a tabela de preços disponível no site do tesouro nacional, que citamos acima, na data que consulto (08/06/2018), o título “Tesouro pré-fixado 2021” tem a taxa de 9,63% a.a. e o preço dele é R$ 790,31. Como você deve ter percebido no nome desse título, o vencimento dele é em 2021 (ou daqui a 645 dias úteis).

Agora vamos imaginar que a taxa de juros caia dos 9,63% a.a. para 8%.

Nessa hipótese o preço deverá ser de R$ 821,20 (1.000/(1+8%)^(645/252).

Só para esclarecer, o fator “645/252” é o “n” da fórmula que apresentei no tópico anterior. Para chegar nele, você utiliza 645 (que são os dias úteis até o vencimento) e divide por 252 que é a quantidade de dias úteis em um ano.

Agora o que importa nisso tudo é que houve uma queda da taxa de juros e o preço do título subiu (como havia dito lá em cima, a relação é inversa).

E esse seria o novo preço que o título será negociado no mercado caso ocorresse de fato esse movimento da taxa de juros.

Portanto, a marcação a mercado permite atualizar o valor dos títulos e assim eles podem ser negociados por um preço transparente para todos os agentes (compradores e vendedores) do mercado.

A grande vantagem aqui é basicamente essa: caso você tivesse comprado o título pelo valor que ele vale hoje (R$ 790,31) e ocorresse esse movimento de queda da taxa de juros, você poderia vende-lo por R$ 821,20. Ou seja, em um curto espaço de tempo teria um lucro de R$ 30,89 (ou 3,9%) em cada título que fizesse a operação.

Mas é claro, com essa venda antecipada, você abriria mão dos juros que seriam recebidos no vencimento do título.

O gráfico abaixo mostra a diferença entre o preço do título pela marcação a mercado e como ele evoluiria caso não houvesse essa marcação.

Gráfico - Preço da LTN

No final do período contratado, é claro, o preço de mercado converge para o preço do título.

No entanto é interessante observar a variação que a curva de mercado apresenta ao longo da maturidade do título.

Como você deve ter percebido, são justamente esses movimentos que podem ser aproveitados!

Veremos como agora.

Mas primeiro, se está gostando desse texto e quer conhecer muito mais conteúdos e dicas como essas, se inscreva abaixo:

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Como especular e ganhar mais com a venda antecipada no Tesouro Direto

Venda antecipada no Tesouro Direto

Você já pode perceber que pela marcação a mercado, os preços dos títulos públicos mudam diariamente.

Dessa forma, as estratégias, têm de ser centradas no parâmetro que altera o preço dos títulos, ou seja, a taxa Selic.

Bem, como qualquer investimento, o ideal é comprar com um preço barato e depois o vender mais caro. Ou seja, comprar com a taxa de juros alta e vender quando ela cair (não esqueça da relação inversa).

A taxa de juros é um instrumento macroeconômico importantíssimo!

Ele baliza os investimentos na economia e quão aquecida ela está. É ainda o instrumento primário de controle da inflação. Ou seja, o cenário econômico irá influenciar muito na definição da taxa de juros e por isso o Banco Central reajusta a taxa Selic com tanta frequência, como você já deve ter visto nos noticiários.

Agora a diferenciação entre títulos pré e pós fixados é muito importante aqui. Lembra que avisei acima que falaríamos disso?

Ora, não faz sentido comprar um título pré-fixado se a expectativa para a taxa de juros é que ela suba no futuro. Nesse caso, você compraria o título com um preço mais alto do que ele irá ficar no futuro. Afinal, quando os juros subirem o preço dele irá cair.

Logo, a estratégia adequada nessas situações é comprar um título que seja pós –fixado, já que irá pagar a variação futura da taxa de juros.

E aqui vem a diferença mais importante: Como a LFT (ou tesouro Selic) acompanha a taxa Selic, é possível vender esses títulos antes do vencimento com tranquilidade, sem perdas do principal e com alguma rentabilidade.

Afinal, como esses títulos ajustam sua remuneração conforme existirem mudanças na taxa de juros, o preço deles simplesmente não muda com oscilação das taxas. É por isso que dizemos que esses são os investimentos mais seguros e conservadores do mercado.

Por outro lado, em um cenário de expectativa de queda da taxa Selic, o ideal é priorizar títulos pré-fixados ou híbridos já que com a queda dos juros, o preço deles irá subir e você terá esse ganho.

Ao investir em uma LTN ou NTN-F, o investidor também “trava” o rendimento com uma taxa de juros mais alta e se preferir pode manter o dinheiro aplicado até o vencimento recebendo uma taxa de juros superior à de mercado.

Além da taxa de juros, como existem também os títulos que chamei de híbridos no começo do texto (que pagam juros mais a variação do IPCA), você pode especular sobre como irá se comportar a inflação no futuro.

Caso a expectativa seja de que a inflação irá acelerar, o ideal será investir nos títulos que pagam mais com isso, nesse caso as NTN-B.

É importante também observar se os juros pagos além da inflação também variaram, ou seja, a parte do rendimento real, que é o que importa de fato.

Conclusão

Por mais que títulos públicos sejam um bom investimento para se proteger e ainda ter uma aplicação segura, eles também podem ser uma fonte de ganho de rendimentos além daquele esperado.

Como uma ação, os preços dos títulos também se movem e são negociados diariamente, muitas vezes até mais negociados que ações.

A taxa de juros é o que baliza os preços dos títulos e, portanto, é nela que devem ser baseadas as estratégias para se ganhar uma rentabilidade maior do que os juros do contrato com títulos.

Depois de ler esse texto você já está mais preparado para saber lidar com as oscilações de preços dos títulos e saberá aproveitar as oportunidades de venda antecipada no Tesouro Direto.

Se ficou com alguma dúvida adicional ou quer contribuir mais com o assunto, comente abaixo!

Compartilhe esse conteúdo com mais investidores que você deseja ajudar a conquistar Mais Retorno investindo de forma inteligente em títulos públicos.

Sobre o autor
Vinicius Alves
Economista, atuou no departamento econômico de empresas de sell side no mercado financeiro. Já foi Top-5 de projeção de inflação de curto prazo do BC.
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