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Quanto perde o investidor que em um ano fica na poupança em vez de ir para o Tesouro Selic

Perda na poupança pode ser de até 43%, mesmo depois do desconto do imposto de renda no título público

Data de publicação:28/11/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Deixar o dinheiro na poupança, na avaliação de especialistas, é como virar as costas para um rendimento mais atraente que outras opções do mercado de investimentos oferecem. Especialmente o Tesouro Selic.

O rendimento desse título público federal, ofertado ao investidor pessoa física na plataforma do Tesouro Direto, gravita em torno de 13,75% ao ano. É o nível atual da taxa básica de juros, a Selic, indexador desse papel, o que faz com que o Tesouro Selic renda muito mais que a poupança.

Tesouro Selic
Tesouro Selic supera a poupança e também o CDI nos últimos 12 meses - Foto:Reprodução

Levantamento da Mais Retorno escancara em números, na comparação com o Tesouro Selic, o que a poupança está deixando de remunerar ao aplicador que opta pelo comodismo.

Em 12 meses, até 23 de novembro de 2022, o Tesouro Selic emitido para vencimento em setembro de 2024 acumula rendimento de 12,14%, cinco pontos porcentuais mais que a caderneta de poupança, que rende 7,14%. Mesmo com o desconto do imposto de renda, que no caso de um ano seria de 20%, o título do Tesouro leva ampla vantagem, de 43% no período. Em R$ 1 mil, a perda seria de R$ 430, em R$ 10 mil, de R$ 4.300, em R$ 100 mil, de R$ 43 mil.

O rendimento do título público supera também o CDI, o benchmark da renda fixa, que acumula alta de 11,82% no período. A rentabilidade da poupança fica abaixo também desse indicador de referência.

tesouro selic

Perdas para a inflação

Em relação à inflação, no período de um ano, com o avanço dos juros e deflação de julho a setembro, tanto o Tesouro Selic como a poupança superam a variação acumulada do IPCA de 6,17%. Mas em prazos mais elásticos, há perda para a inflação, e é mais expressiva na poupança.

Em 2 anos, até 24 de novembro, a inflação é de 17,37%, o rendimento da poupança é de 9,82%, e do CDI, de 15,99%. Em 36 meses, o IPCA acumulado é de 22,39%, a poupança rende 12,04% e o CDI, 19,53%.

É sabido que muitos investidores preferem a poupança pela segurança, pela simplicidade no acompanhamento do investimento. Mas essa conveniência pode estar custando caro, até porque o Tesouro Selic é garantido pelo Tesouro Nacional, pelo governo, sendo tão seguro quanto a mais popular das aplicações.

O rendimento do título público supera também o CDI, o benchmark da renda fixa, que acumula alta de 11,82% no período. A rentabilidade da poupança fica abaixo também desse indicador de referência.

Juro alto impacta mais o Tesouro Selic

A vantagem do Tesouro Selic é mantida no ranking do ano, de acordo com os cálculos do especialista em renda fixa Victor Zucchi Meneghel, da Valor Investimentos. Desde 1º de janeiro de 2022 até 24 de novembro, a poupança entregou rendimento de 6,44%, abaixo do Tesouro Selic, que acumula rentabilidade de 10,86% no período.

Em tempos de Selic nas alturas, taxa que roda acima de 1% ao mês, quem prefere o conveniência da poupança está remunerando menos que pode o capital. Senão por outros motivos porque, se 13,75% ao ano é convidativo, com a incerteza fiscal que cerca a chegada de novo governo, o mercado financeiro vê a possibilidade de o Banco Central retomar a alta de juros.

Se a Selic sobe, o Tesouro Selic passa a render mais, porque a taxa básica impacta direta e imediatamente o desempenho desse título público. Diferentemente do que ocorre com a poupança, que remunera com juro fixo de 0,50% ao mês, mais uma fração de Taxa Referencial (TR). 

Com a Selic acima de 8,50% ao ano, o rendimento da poupança não sofre nenhuma interferência do movimento dos juros na economia. O cálculo de remuneração segue regras próprias que independem do vaivém de juros. A menos que a Selic fique abaixo da linha de 8,50% ao ano. Nesse caso, a remuneração será equivalente a 70% da taxa báscia.

Diferenças na tributação

A diferença entre poupança e Tesouro Direto vai além. Uma delas é a tributação, aponta Zucchi Meneghel. “O rendimento da poupança é isento de imposto de renda e o Tesouro Selic tem tributação regressiva.”

É um regime em que a alíquota de imposto é tanto mais alta quanto menor for o tempo que o dinheiro ficou na aplicação. A alíquota começa em 22,50%, para aplicação de até 180 dias; diminui para 20%, para aplicação de 181 a 360 dias; cai para 17,50%, para aplicação de 361 a 720 dias, e para 15%, a menor alíquota, para aplicação acima de 721 dias.

O escalonamento de alíquotas beneficia quem deixa o dinheiro aplicado por mais tempo. O objetivo da regressividade é estimular o alongamento dos prazos de resgate nos títulos da dívida pública federal.

A poupança é isenta de imposto, mas tem uma desvantagem, o critério de resgate, que pode fazer o aplicador a abrir mão do rendimento de determinado período. “Se resgatar antes da data de aniversário no mês, o poupador não vai ter a rentabilidade do período creditada na conta”, aponta o especialista da Valor Investimentos. O rendimento cai na conta a cada 30 dias, sempre na data de abertura da poupança.

“Esse é um ponto bem negativo da aplicação, além da taxa de remuneração, que fica bem abaixo do Tesouro Selic”, analisa Zucchi Meneghel. “No Tesouro Selic, o investidor pode resgatar a qualquer momento e vai ter a rentabilidade até essa data.”

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.