Valor Trabalho
O que é valor trabalho?
Valor trabalho é uma teoria, frequentemente atribuída a Karl Marx, a qual afirma que o valor dos produtos é baseado na quantidade de trabalho socialmente necessário. Adam Smith e David Ricardo foram outros teóricos cuja contribuição incutiu na conceituação de Valor Trabalho, porém Marx foi o que mais aprimorou o pensamento.
Smith não enxergava os metais, em pleno mercantilismo, como o único meio de gerar valor, mas sim a mercadoria e o quão útil ela é em uma troca. Ricardo se aprofundava ainda mais quando declarava que o valor não dependia apenas do custo de produção, mas do custo envolvido com os salários e os lucros.
As considerações sobre esse excedente foram objetos da contribuição marxista que, posteriormente, incluía também o problema da mais-valia.
Conceitos Inerentes ao Valor Trabalho
Para compreender o que é essa teoria, é necessário ter clareza sobre a diferença entre preço e valor. Preço é o que é pago na obtenção de uma mercadoria, como o que se embolsa ao comprar um ventilador, por exemplo. O valor, por sua vez, está relacionado ao trabalho humano que transformou a matéria-prima em eletrodoméstico.
O segundo ponto desse pensamento é o significado de mercadoria. Para o economista alemão, dentro do significado de mercadoria, há o valor de uso, que se refere à utilidade do produto. No nosso exemplo, a utilidade do objeto é a de ventilar o ambiente.
Ainda nesse conceito, existe o valor de troca, que é a dimensão do valor de uso apta para troca. Assim, o valor de troca da produção de um ventilador pode ser pelo maquinário para a produção de mais ventiladores, para os gastos essenciais do fabricante, etc.
A teoria marxista leva em conta todas esses termos para defender que o trabalho está por trás das mercadorias, sejam elas úteis ou não, e que negar esse elemento da cadeia produtiva é um pensamento burguês, que não respeita os esforços dos trabalhadores.
Ele também dizia que o preço do insumo estava ligado ao preço do produto final, enquanto os que discordavam dele acreditavam que o preço do insumo dependia do potencial de mercado do bem.
A Lei do Valor Marginal Decrescente refuta a teoria marxista?
Na economia política, quase todos os cientistas econômicos aceitavam a teoria do valor trabalho. Mas, com o tempo, novas explicações surgiram, como a teoria do valor marginal decrescente, dos economistas austríacos. Eles afirmavam que o valor de bem só depende do uso dele, não do trabalho envolvido.
Exemplo clássico para compreender a teoria: nós sabemos que uma pedra de diamante vale mais do que um copo d'água, mas, em um deserto, quem pagaria por uma pedra de diamante se a necessidade (ou utilidade) maior é pelo copo d'água?
E, assim, quanto mais unidades você tem de um produto, menor é a chance de você enxergar valor nele, de modo que os níveis de ofeta e demanda se refletem no valor percebido.
Além disso, a escola austríaca também aponta problemas com a quantificação do trabalho: e se um indivíduo x produzir o ventilador mais rápido que o indivíduo y?
Muitos marxistas alegam que o trabalho é mensurável, mas a utilidade não. No entanto, a função pode ser analisada quando se investiga em que momentos determinada mercadoria é funcional para um indivíduo.
Os adeptos da teoria do valor trabalho também comentam sobre o exemplo do copo de água e do diamante: o diamante pode ser menos urgente, mas possui maior valor de troca, já que com o diamante você pode comprar quase qualquer coisa; com a água, não.