Quebra (empresas)
O que é quebra?
Quebra é um termo informal, relacionado à falência, e significa o que acontece com uma empresa quando ela encerra suas atividades por motivos variados, como baixas habilidades gerenciais, economia desfavorável, regulação governamental excessiva etc.
Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a cada ano, no Brasil, em média, 600.000 negócios são encerrados — o que equivale a 10% das empresas. Os registros mais recentes, de 2015, verificaram que 22,8% dos empreendimentos não sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento.
Nesse meio, ainda existem cinco definições relevantes:
- Falência formal (quando a empresa oficializa essa quebra junto a órgãos jurídicos);
- Encerramento das atividades com dívidas e sem baixa formal;
- Encerramento das atividades para evitar perdas e sem baixa formal.;
- Empresa vendida ou transformada em outra atividade;
- Descontinuidade da empresa por algum outro motivo.
O que pode levar à quebra de uma empresa?
Ao questionar os próprios empreendedores sobre os motivos que seus negócios quebraram, a maioria fala que ocorre pela falta de capital de giro. Mas as razões para a quebra, quando investigadas, podem ser categorizadas em algumas áreas:
- Aspectos técnicos do empreendedor
Como a falta de experiência prévia e competência gerencial, perfil inflexível, falta de planejamento, etc.
- Área mercadológica
Falta de conhecimento sobre o mercado e até sobre o próprio produto ou serviço.
- Área técnico-operacional
Má qualidade dos produtos ou serviços, má localização do imóvel onde ocorrem as atividades empresariais, dificuldades com fornecedores, uso de tecnologia inadequada.
- Área financeira
Imobilização excessiva do capital em ativos fixos, política equivocada de crédito aos clientes, déficit no controle dos custos e da própria gestão financeira.
- Área jurídica e organizacional
Estrutura organizacional mal elaborada, ausência de planejamento e inovações gerenciais.
E o que acontece com as empresas que ‘sobrevivem’?
Em janeiro deste ano de 2020, no 11º mês consecutivo, a inadimplência bateu o recorde e atingiu 6,2 milhões de empresas (crescimento de 9,9% comparado ao mês anterior). A maioria, 94,2%, são micro ou pequenas empresas, que não recebem tanto auxílio governamental.
Luiz Rabi, economista da Serasa, explica que diante esse cenário, a melhor saída é priorizar o planejamento financeiro e renegociar as dívidas mais caras. Inclusive, três dos 10 maiores motivos que os próprios empresários apontam como responsáveis pela falência dos seus negócios são por má gestão financeira.
O que fazer quando a empresa que você investiu quebra?
Se você investia em uma companhia e ela quebra, não se desespere. O fundo de ativos estressados pode funcionar de duas maneiras: auxílio direto a uma empresa em reestruturação ou pela compra de carteiras de crédito dos bancos que emprestaram a ela. Ambos os métodos funcionam e lucram.
Quando um investidor descobre que determinados ativos podem despencar pela falência da empresa, ele deve lembrar que os imóveis e o maquinário dela valem bastante. A venda desses insumos, inclusive, podem ajudá-la a crescer novamente.
Além disso, existem marcas estratégicas que, apesar de não estarem tão estáveis, possuem uma certa segurança — com base na Lei 11.101/2009 (Lei da Recuperação de Empresas e Falência).
É o caso da Oi, que já passou pela compra de empresas em falência e calotes, mas, mesmo assim, é a única a atender vários municípios. Por isso, não é de interesse do Governo que ela vá à falência definitivamente, deixe pessoas desassistidas e que podem cobrar ações das autoridades públicas.
Mas se você ainda não se sente confortável com essas estratégias, procure meios de evitar a situação. Saiba quais são as empresas exportadoras ou produtoras de bens de consumo essenciais, diversifique a carteira, dê preferência a setores mais resilientes etc.