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Política Cambial

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:25/10/2019 às 03:54 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é política cambial?

A política cambial é composta pela soma dos instrumentos à disposição de um banco central para definir o valor da moeda de um país frente às moedas das demais nações, sendo o dólar norte-americano a principal delas.

Assim, é ela que determina o regime de câmbio, sendo os mais comuns:

  • Câmbio fixo: nesse sistema, fixa-se um valor para a moeda local;
  • Câmbio flutuante: as condições de mercado é que ditam o valor da moeda.  Apesar do nome, os bancos centrais atuam quando acham apropriado (“dirty float” ou flutuação suja, em tradução livre);
  • Banda cambial: estabelece um valor mínimo e máximo, sendo muitas vezes usada para fazer a transição entre o câmbio fixo e o flutuante.

Quais os fatores que determinam a política cambial de um país?

São eles:

  • A dependência de financiamento externo;
  • Volume de importações de commodities energéticas (petróleo e gás, por exemplo) e agrícolas (soja, trigo e açúcar, entre outros);
  • A pauta de exportações (maior ou menor quantidade de bens de alto valor agregado);
  • O volume de investimentos diretos vindos do exterior;
  • O interesse (ou não) em atrair o capital especulativo.

Como a política cambial afeta a economia real?

Câmbio fixo

O câmbio fixo, adotado durante a implementação do Plano Real, tinha por objetivo gerar uma valorização do real frente ao dólar, de forma que as importações se tornassem mais baratas, ajudando no controle da inflação.

Apesar dos benefícios, umas das principais críticas em relação a ele é que o país deixa de acumular reservas em moeda estrangeira, as principais garantidoras desse regime de câmbio, dado que o país perde competitividade internacional.

Um outro agravante é que mais empresas passam a tomar empréstimos em outras moedas, dada a cotação favorável do câmbio e o fato dos juros serem menores no exterior.

Quando o regime de câmbio fixo não é acompanhado por outras reformas econômicas, essa política cambial gera os ataques especulativos, quando existem fugas maciças de capital, o que faz com que esse sistema seja abandonado.

Câmbio flutuante

O câmbio flutuante, usado na maior parte dos países, resolve o problema dos ataques especulativos, que se tornaram bastante comuns com a globalização e o sistema financeiro internacional.

Ainda assim, ele reintroduz na economia o mesmo problema que o câmbio fixo tentava endereçar.  Com o câmbio flutuante, as flutuações da moeda estrangeira em relação à moeda local são repassadas para a economia.  Primeiramente, pelos itens cujos preços são cotados no mercado internacional (combustíveis, por exemplo).

Isso pode se agravar se as outras variáveis (política fiscal e política monetária) não forem ajustadas.

Quais os principais instrumentos de política cambial no Brasil?

Dado o regime de câmbio flutuante adotado pelo país, o Banco Central (BC) pode optar por um ou mais dos instrumentos abaixo:

Mercado à vista (spot)

O banco central vende dólares que fazem parte das reservas internacionais do país, atendendo à demanda do mercado.

A receita da venda desses dólares é uma das formas de se reduzir a dívida do governo.

Mercado futuro (swap)

No swap, operação que faz parte do mercado de derivativos, troca-se a volatilidade da moeda por uma taxa acordada previamente.  Como a liquidação do contrato é feita na moeda local, não há alteração no nível das reservas internacionais.

A quantidade de swaps a ser oferecida ao mercado depende da disposição dos bancos em contratá-los, dado que impacta no requerimento (exigência) de capital das instituições financeiras.

Leilão de linha de empréstimo

Operação onde o BC vende dólares, se comprometendo a recomprá-los em uma data futura.

Essa operação tem sido usada mais frequentemente em 2019, com a opção das empresas de substituírem dívida externa por dívida local (em função das baixas taxas de juros), o que tem diminuído o fluxo de moeda estrangeira para o país.

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