Modelo de Russel-Yasuda Kasai
O que é o Modelo de Russel-Yasuda Kasai?
O Modelo de Russel-Yasuda Kasai é um tipo de método de Asset-Liability (ALM), isto é, gestão de riscos de investimentos.
Yasuda Kasai, na verdade, era uma empresa japonesa do segmento de seguros.
Em torno da década de 80, eles procuraram a Frank Russell Company, uma consultoria de gestão, e fizeram um planejamento financeiro que incorporava ativos e passivos, considerando valores contábeis e de mercado.
Por que o Modelo de Russel-Yasuda Kasai foi criado?
Os executivos da Yasuda Kasai precisavam de um método que norteasse os investimentos, as decisões de pagamento e a gestão de risco global da companhia. Mas eles sabiam que queriam, entre outros objetivos:
- maximizar os recursos projetados a longo prazo;
- pagar o mínimo de juros sobre as apólices, apenas para se manterem competitivos no que tange às reservas financeiras;
- manter reservas e caixa em boas condições.
Eles já usavam o Modelo de Markowitz, mas percebiam que não funcionava muito bem. Os analistas tinham dificuldade com o gerenciamento de passivos a longo prazo — o que era típico do ramo de negócio, uma indústria de seguros complexa e com restrições regulatórias.
Por isso, eles desenvolveram um programa estocástico linear com um horizonte de cinco anos.
Mas, vamos lá, por partes.
Imagine o funcionamento de uma usina hidrelétrica. O seu abastecimento depende, em sua maior parte, das condições climáticas, certo? Por isso, o planejamento do uso da água dos reservatórios deve ser muito acurado.
Ele se dá por modelos, um de médio prazo (horizonte de 5 anos), outro de curto prazo (2 a 6 meses) e, por fim, um diário (horizonte de 1 semana). Porém, independente do modelo, há incerteza sobre as afluências futuras.
Se houver excesso de uso com períodos de estiagem, poderá haver altos custos para o suprimento de energia. Já se a decisão for de armazenagem de água e ocorrer alta afluência, uma grande quantidade de água deverá ser vertida devido os limites máximos de armazenamento.
Enfim, esses problemas são chamados estocásticos e são estudados pelos programas estocásticos — envolvem estatística, probabilidade, computação e outras ciências.
Como funcionou o Modelo de Russel-Yasuda Kasai?
O objetivo do modelo era o de auxiliar a empresa na alocação dos fundos disponíveis para que o retorno obtido cobrisse os passivos e ajudasse a companhia a enriquecer.
Dessa forma, eles criaram um software que incorporava um mix de ativos e passivos da empresa, restrições institucionais (que são as diretrizes regulatórias do país), fluxos de caixa, embolsos e impostos.
Por meio de fórmulas complexas, o programa montava uma árvore de cenários que resultava em 256 hipóteses. No fim, o modelo informava:
- ativo ideal para ser alocado;
- saldo esperado e declarações dos resultados;
- relação entre custos e acumulação de riqueza;
- probabilidade de déficit por tipo e período de alocação;
- informações sobre restrições legais.
Logo, no ano fiscal de 1991, o modelo foi utilizado de maneira experimental e gerou benefícios quali e quantitativos.
Quais foram os benefícios que o Modelo de Russel-Yasuda Kasai gerou?
Primeiro, os empresários notaram que era uma modelagem mais realista e fácil de usar. Com o modelo, eles conseguiram entender melhor os riscos envolvidos no negócio, os quais podiam ser medidos com fórmulas de desvio padrão.
Eles também tiveram um melhor desempenho financeiro com o programa, que aumentou a receita em US$ 79 milhões, dentro do período avaliado.
Além disso, o Modelo de Russel-Yasuda Kasai também gerou vantagens competitivas. Porque a principal medida quantitativa do software era comparar o retorno atual em termos de receita recebida e retornos totais gerados com a estratégia anterior de variância — que indica o quão longe os números se encontram do esperado.