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Ilusão de Correlação

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:29/11/2019 às 05:38 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é a Ilusão de Correlação?

Ilusão de Correlação, Correlação Ilusória ou, ainda, Illusory Correlation (conforme o termo original em Inglês) é um tipo específico de viés cognitivo.

Por definição, a Ilusão de Correlação narra a nossa tendência mental, como seres humanos, de buscar e identificar erroneamente relações de causa e efeito entre elementos totalmente independentes.

É o caso daquele amigo azarado que, sempre que se planeja para ir à praia, a um clube ou afim, se depara com um baita dia de chuva não previsto. Assim, basta ele anunciar o novo passeio "veranil" para você já colocar um guarda-chuva na bolsa ou recusar o convite para acompanhá-lo.

Por sua vez, pode ser que a sua avó também sofra desse viés. Se ela te assustava quando te pegava fazendo caretas, jurando que se batesse um vento você ficaria com o rosto paralisado para sempre, é um belo exemplo de Ilusão de Correlação.

Para não sermos complacentes, precisamos assumir que é possível que você tenha caído nessa "armadilha da mente" hoje mesmo. Algumas podem ser divertidas e inocentes (como a crendice de que, se a sua mãe estiver coçando, é sinal de dinheiro chegando). Outras podem causar verdadeiros prejuízos a sua vida pessoal, profissional e, claro, financeira.

Como a Ilusão de Correlação funciona?

Inicialmente, usamos apenas as superstições como exemplos da Ilusão de Correlação porque são os exemplos mais leves - todo mundo conhece alguém que já se apegou (ou continua apegado) a alguma delas.

Não importa o quanto você mostre com dados e argumentos que não qualquer relação entre o rosto deformado e o vento, por exemplo: o viés de confirmação continuará cumprindo o seu papel e as pessoas, acreditando no que querem.

Mas como nos tornamos especialistas em encontrar relações de causalidade onde não há mais do que mero acaso? A culpa, meus caros, é do cérebro.

Conforme já narramos em outros artigos completos a respeito de vieses cognitivos ligados a padrões, o nosso cérebro é um apaixonado por eles. Isso porque padronizar o mundo externo é uma excelente ferramenta de planejamento e antecipação.

Já imaginou se, todos os dias, você fosse pego de surpreso por uma baita tempestade? Graças à nossa capacidade de entender que o céu nublado, relâmpagos, trovões e certos tipos de vento indicam chuva é que podemos nos proteger.

Agora, colocamos o guarda-chuva na bolsa, como concordamos no tópico anterior. Há milhões de anos atrás, no entanto, isso significava encontrar abrigo antes que a força da natureza te castigasse no meio da selva.

Pense ainda nos sons emitidos pelos animais. Como saber se há um leão à espreita ou se trata apenas de um passarinho? Através da padronização.

Lá no artigo sobre heurística da xxxxx pensamos como nossos irmãos nos tempos das cavernas: "xxxxx". Associamos a brutalidade daquele bicho com a sua própria natureza (causa e efeito, lembra?) e nos mantemos longe, para nossa própria sobrevivência.

Assim, sabemos que podemos fazer carinho em um gatinho fofo que se achega a nós, mas o mesmo não é recomendado caso um tigre pule na nossa frente.

Percebe o quanto o seu cérebro foi treinado para procurar padrões, com a melhor das intenções, por milhões de anos a fio?

O problema é que tamanho vício às vezes nos faz "procurar pelo em ovo". Em outras palavras, como viciados em limpeza que enxergam camadas de sujeira praticamente microscópicas onde não há nada, somos capazes de "ver" causas e efeitos onde não há mais do que o acaso.

Pior ainda, criamos teorias por vezes complexas e engenhosas para explicar nossas teses, além de tomar decisões importantes também baseadas nela.

Como a Ilusão de Correlação afeta a sua vida financeira?

Boa parte do processo de investir é baseado em encontrar padrões e prever os movimentos do mercado financeiro. o que, combinemos, não é uma tarefa simples, nem fácil.

Não raro investidores se valem da Ilusão de Correlação para definir onde, quando e quanto investir. Criam teorias sobre a relação entre quedas e altas com os mais diversos (e loucos, podemos dizer) eventos externos.

A Bolsa de Valores é campeã nesse tipo de falácia. Ávidos por lucrar, às vezes as pessoas enxergar padrões entre o comportamento das ações e algum outro fator que não se confirma na prática.

Pior ainda, como não se dedicam a confirmá-los através de dados, números e avaliações externas, tomam decisões que podem custar, literalmente, muito caro. E você aí achando que o maior dos seus problemas, quando se trata desse viés, é aquele amigo que sempre estraga a prainha da galera...

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