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Greenshoe

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:10/09/2019 às 06:21 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é greenshoe?

É chamada de greenshoe uma tática de underwriting que permite aos underwriters (instituições que intermediam a negociação entre a companhia emitente dos títulos e os investidores interessados) a oferecer mais ações do que o previamente acordado.

Em média, esse complemento é de até 15%, devendo constar no contrato assinado entre underwriter e companhia. Isso significa que se (hipoteticamente) o volume inicial de ações negociadas é de 1000 cotas, o underwriter pode oferecer adicionalmente mais 150.

Como se trata de uma opção de compra, a instituição pode ou não exercer esse direito - isto é, ela pode ou não negociar esses 15% extras.

E você consegue imaginar o porquê do underwriter se dispor a esse trabalho adicional? Bom, o objetivo principal do greenshoe é permitir a ele que, em caso de altas demandas, quando o lote inicial de ações não é suficiente para o número de interessados, essa demanda seja atendida.

Como o seu trabalho é comissionado, isso também significa lucrar mais.

Por outro lado, o greenshoe também é visto como uma forma de estabilizar o valor das ações. Afinal de contas, você se lembra do que acontece quando a balança da oferta e da demanda está desequilibrada, certo? Os preços sobem ou caem, adquirindo volatilidade - o que pode ser prejudicial aos emitentes e negociadores dos títulos.

Como o greenshoe funciona?

Quando te ensinamos a respeito da garantia residual, uma das maneiras mais comuns de se executar o underwriting, usamos como ilustração um vendedor que firma uma parceria com um produtor de melões.

A depender do modelo de parceria, o vendedor compra todos os melões previamente ou então, seguindo o modelo de venda consignada, apenas depois de vendê-los.

Independentemente do tipo de underwritting firmado, para entendermos o greenshoe vamos usar o melhor exemplo.

Para tanto, suponhamos que o vendedor de melões tenha encomendado 200 unidades do produtor. Como está no mês de outubro, o mês em que essa fruta está na época e portanto mais atraente e gostosa, ele firma um acordo com o seu fornecedor: a disponibilização de 30 melões extras, para o caso dos 200 não serem suficientes.

Eles devem ser entregues imediatamente, para que o vendedor não perca as vendas.

E dito e feito! Os melões estão tão bonitos que eles praticamente se vendem por si só. Quando se vê quase sem produto, o vendedor liga para o produtor e recebe os 30 melões a mais, lucrando ainda mais com a venda dos mesmos.

Se cada melão é 5 reais e ele recebe 50%, são R$75 a mais. Agora imagine se ele vendesse 1 milhão de melões… Ou 1 bilhão!

É seguindo essa lógica que os underwriters se valem do greenshoe. Se ao vender os seus “melões”, não houverem compradores o suficiente, ela simplesmente desistem das unidades extras, sem custo algum.

E essa grande venda inicial, que define se o underwriter vai ou não exercer o seu direito, é chamada de IPO - sigla para Initial Public Offer (em Português, Oferta Pública Inicial).

Em suma, é no IPO que acontece a abertura de capital de uma empresa na Bolsa de Valores.

Se optar pelo greenshoe, o underwriter tem até 30 dias após esse evento para exercer o direito de oferta desse lote suplementar.

O que é o reverse greenshoe?

O reverse greenshoe (que pode ser literalmente traduzido como “greenshoe reverso”) é um procedimento que segue a mesma lógica do greenshoe, mas seguindo o fluxo contrário.

Ao invés do direito de oferecer um lote suplementar no mercado, o underwriter ganha o direito de comprar as ações e repassá-las à companhia emitente dos títulos.

Em geral, é uma tática ligada aos períodos de queda nos preços da ação.

No caso do nosso colega vendedor de melões, podemos imaginar o seguinte: ele vendeu tantos melões que, de repente, todo mundo tinha um e não havia mais aquele furor em torno do seu produto.

Pelo contrário, com a baixa da demanda, os preços dos melões começaram a cair.

Usando do reverse greenshoe, é como se esse vendedor recomprasse alguns melões dos seus clientes e os devolvesse ao produtor. Ele vai comprando, até que o número de interessados em comprar melão se torne igual ou maior aos que ele tem para oferecer… E como poucas pessoas naquela região ainda têm melões em casa, o valor do produto volta a subir.

A única diferença é que os “melões” de um underwriter não têm época certa do ano para se tornarem mais atrativos, de modo que cabe a ele e à companhia identificarem o melhor momento econômico para vendê-los. 

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