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Gestão de Riscos

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:18/07/2019 às 06:05 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é gestão de riscos?

Existe algum negócio sem risco?  Certamente não.  O motivo é o fato do risco estar ligado à incerteza, o que compromete um ou mais objetivos quando ele se materializa.

Antes identificados pelo tipo de atividade exercida, hoje os principais riscos que podem impactar uma empresa são:

  1. Estratégia e reputação: imagem institucional;
  2. Financeiros: relacionados às decisões de investimento, dada a necessidade de liquidez e as condições do mercado de crédito;
  3. Operacionais: ligados aos produtos e serviços oferecidos;
  4. Regulatórios: definidos pelo setor de atuação;
  5. Cibernéticos: vazamento de dados e ataques cibernéticos.

Na gestão de riscos, dá-se um direcionamento a cada um deles, levando-se em conta seu impacto financeiro e a sua probabilidade de ocorrência.  Assim, riscos podem ser:

  • Evitados;
  • Reduzidos (pela contratação de terceiros);
  • Transferidos (via contratação de seguros);
  • Aceitos (seus custos são incluídos no planejamento orçamentário).

Esses procedimentos são normalmente implementados por empresas de capital aberto e/ou estrangeiras, dado o nível de exigência de seus investidores.  As empresas menores passam a adotá-los, em um segundo momento, para não perder os seus principais clientes.

 

 

Como as empresas criam os seus programas de gestão de riscos?

 

Ele é desenvolvido por meio de:

  • Mapeamento pelas áreas responsáveis;
  • Definição de políticas;
  • Documentação;
  • Adoção de medidas de prevenção;
  • Treinamento de funcionários.

Entretanto, ele não se limita a isso.  Monitoramento e revisão, para acomodar novos fatos, também são importantes.

Uma das maiores dificuldades de se implementar a gestão de riscos está no fato dela representar um custo para as empresas, não trazendo benefício financeiro imediato.  Além disso, ela recebe menor peso (não mais do que 20%) nas metas que remuneram os executivos.

Qual a relação entre gestão de riscos e mercado de capitais?

Eventos inesperados afetam os preços das ações e, consequentemente, o valor de mercado das empresas.  Quando o problema se limita a um produto ou serviço defeituoso, as ações costumam se recuperar.   Porém, o mesmo não ocorre nos casos de fraudes, corrupção ou danos ao meio-ambiente.

O acidente em uma barragem da Vale no início de 2019 ilustra bem o caso.  No dia anterior à tragédia, a empresa tinha um valor de mercado de R$ 296,7 bilhões.  Após o incidente, a empresa perdeu R$ 73 bilhões em um único pregão.  Até o momento, ela não se recuperou.  Seu valor aproximado é de R$ 280 bilhões.

Parte da explicação para essa diferença é a dificuldade de se verificar se as práticas inadequadas foram eliminadas.

De acordo com a pesquisa Global Consumer Pulse, conduzida pela Accenture Strategy, 77% dos consumidores levam em conta os valores éticos de uma empresa quando avaliam as suas decisões de consumo.  Na dúvida, boicotam os seus produtos.

Outra parte é relacionada aos custos não previstos das indenizações, tanto ao público afetado diretamente como os decorrentes de processos movidos por investidores.

Como é feita a gestão de riscos no mercado financeiro?

Os riscos do mercado financeiro são de outra natureza:

Um dos instrumentos mais conhecidos para a gestão de riscos é o VaR (Value at Risk), que toma como base a distribuição dos retornos esperados em 95% e 99% dos casos (distribuição normal).  Ainda assim, ele possui uma importante limitação: não mensura a perda máxima de uma carteira nos outros 5% e 1%; ou seja, nos eventos extremos.

O VaR se tornou popular pela falsa sensação de segurança que transmitia, o que induziu ao seu uso sem muito critério.  Dito isso, a crise de 2008 deixou um lembrete a todos.  A inclinação ao risco (“risk-on”) ou o seu distanciamento (“risk-off”) depende de um fator inerente ao ser humano: sua expectativa em relação ao futuro.

 

 

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