Risco de Liquidez
O que é o risco de liquidez?
O risco de liquidez representa as ameaças de prejuízo aos quais o investidor está exposto em virtude de aplicações com baixa liquidez.
Afinal, se o mercado é regido pela lei da oferta e da procura, é essencial que, ao oferecer um bem, haja uma pessoa interessada em adquiri-lo.
Do contrário, é possível que o vendedor tenha que flexibilizar as condições de transação - a depender da urgência, abrindo mão do preço justo em nome de descontos mais atraentes.
Se você deseja ser bem-sucedido em seus investimentos, é essencial que conheça bem o risco de liquidez e aprenda já a gerenciá-lo.
O que é liquidez?
Antes de analisar o risco em si, é importante saber com precisão o que liquidez significa.
Liquidez nada mais é do que o grau de facilidade que um determinado ativo possui de ser transformado em dinheiro, ou seja, de ser liquidado.
Para ilustrar, imagine que você é um vendedor de sorvetes.
Em um dia quente, o seu produto tem uma alta procura por parte dos clientes, sendo liquidado rapidamente.
Por outro lado, em dias frios e chuvosos, é possível que ninguém apareça em busca de sorvete. Para conseguir vender nesses dias, é provável que você tenha que criar promoções e abrir mão de parte do seu lucro para atrair compradores.
No mundo dos investimentos, a lógica é a mesma. Se o investidor tiver que liquidar o capital em um momento desfavorável, deve estar disposto a obter prejuízos em troca de liquidez.
Assim sendo, investimentos com baixa liquidez são aqueles com maior dificuldade para se negociar com velocidade e sem perdas. Já os investimentos com alta liquidez, por sua vez, são mais fáceis de serem negociados e preservam o seu valor justo.
Por exemplo, imóveis, LCIs e LCAs costumam ser investimentos com baixa liquidez. Em contrapartida, os CDBs e títulos públicos são considerados aplicações de alta liquidez.
O que é o risco de liquidez?
Agora que você já entende como a liquidez funciona, está apto a entender o seu risco.
Quando faz um investimento, o indivíduo se programa para obter retorno em determinado tempo. Independentemente de ser a curto, médio ou longo prazo, são feitos planos concretos quanto ao rendimento e rentabilidade esperados.
Contudo, a vida é feita de imprevistos. É possível que, diante de um infortúnio, seja preciso se desfazer de uma determinada parcela de patrimônio.
O perigo mora na possibilidade de, neste momento, não haver compradores no mercado dispostos a pagar o preço justo por aquele bem.
Diante da necessidade, então, não há outra opção a não ser suportar a perda e aceitar os termos de um interessado.
A esse combo de eventual necessidade, baixa demanda e prejuízo é que damos o nome de risco de liquidez.
Como gerenciar o risco de liquidez?
A solução mais indicada, nesse caso, é apostar em um velho conhecido dos investidores: a diversificação da carteira de investimentos.
Isso porque, pode parecer natural optar apenas por ativos com alta liquidez para evitar o risco, mas há vantagens nos ativos de baixa liquidez que justificam a ousadia. Maior retorno, por exemplo, é uma delas.
Para evitar que as emergências o peguem desprevenido, vale mesclar os dois graus de liquidez: ao atingir uma boa reserva de segurança (cujos valores são definidos de acordo com a sua realidade e expectativas), comece a agregar investimentos com baixa liquidez.
Assim, ele será o último recurso ao qual você precisará recorrer.
Essa é uma ótima maneira de não deixar os investimentos com bom retorno de lado por conta apenas do risco de liquidez. Gerenciá-lo com bons estratégias é, sim, o segredo.
Qual é a relação entre esse e os outros riscos dos investimentos?
Desgraça pouca é bobagem.
Você se lembra desse ditado, tão antigo e repetido pelos nossos pais? Ele se aplica muito bem no universo dos ativos.
Como se não bastasse a dificuldade de administrar apenas um risco, muitas vezes eles se somam em uma única aplicação.
Por exemplo, é possível que uma empresa mal gerenciada tenha uma falha grave (risco operacional) que importe na exigência de incremento financeiro imediato. Para levantar fundos, ela liquida bens a um preço bem abaixo do valor justo (risco de liquidez), pois não pode esperar por melhores oportunidades no mercado em um período tão curto.
Percebe a relação? Os investidores não podem focar em apenas um tipo risco e esquecer dos demais. Todos eles estão interligados e são determinantes para o sucesso das operações.