Fundo Restrito
O que é um fundo restrito?
Um fundo restrito é um tipo de fundo de investimento em que há uma limitação para a quantidade de cotistas que podem aportar capital. Sendo assim, o seu nome é originado justamente da restrição apresentada ao mercado para investimentos.
Vale lembrar que o funcionamento dos fundos de investimentos obedece uma lógica bem democrática, na qual diversos investidores podem "emprestar" seu dinheiro para investimentos em uma classe específica de ativos. O trabalho é feito por um gestor especializado, com rendimentos distribuídos de maneira proporcional.
Desta forma, com um grande volume de cotistas, um fundo precisa defender interesses de diferentes perfis de investidores. Não é o que acontece em um fundo restrito: com um volume menor de investidores, os produtos que compõem o fundo podem ser mais personalizados para objetivos específicos.
Normalmente, um fundo restrito é criado com um objetivo em específico, como reunir um grupo de familiares, um grupo de amigos ou até um grupo de colaboradores de uma companhia.
Quais as vantagens do fundo restrito?
Essa especificação e personalização para a quantidade de pessoas que podem investir em um fundo restrito acaba por trazer um benefício importante: rentabilidade aos cotistas.
Como mencionamos logo na introdução, fundos abertos podem acabar com um volume significativo de investidores. Na prática, isso consiste em maior dificuldade do gestor trabalhar na medida em que os perfis podem ser distintos. Com poucos cotistas, essa atuação é facilitada, pois os produtos podem ser muito personalizados para os objetivos dos participantes do fundo.
Outro ponto interessante é que um fundo restrito, assim como um fundo exclusivo, exige a criação de um CNPJ. Ou seja, essa é uma forma de um investidor fazer suas alocações na forma de pessoa jurídica, algo que permite o acesso a produtos que não podem ser utilizados pelas pessoas físicas, ampliando assim a sua gama de oportunidades.
O Imposto de Renda é mais um benefício aplicado ao fundo restrito. Não há incidência do temido "come cotas", tampouco aplicação de tributos enquanto a movimentação financeira ocorrer dentro do próprio fundo. Ainda nessa área, os cotistas possuem o direito de compensação de prejuízo.
Por fim, também em função da restrição de cotistas, há maior controle sobre a equipe que comanda o fundo. Papéis importantes (como o gestor ou o administrador) podem ser substituídos com facilidade.
Quais as desvantagens do fundo restrito?
Toda essa personalização oferecida aos cotistas de um fundo restrito se reflete também em custos, como não poderia deixar de ser. Taxas (performance, custódia ou administração, por exemplo) costumam ser maiores do que a média do mercado.
Até em função desses maiores custos, a tendência é que seja recomendado um fundo dessa categoria apenas para investidores de alto poder aquisitivo. Pelo alto volume de capital, algo que torna esse tipo de fundo para detentores de grandes quantias de dinheiro, essa acaba sendo outra desvantagem.
Lembra-se que mencionamos a vantagem tributária dentro do próprio fundo? Pois há também uma desvantagem: no ato do resgate, há incidência do Imposto de Renda e, o que é ainda pior, ativos isentos acabam sendo tributados. Isso acontece porque o fundo restrito é uma pessoa jurídica e boa parte das isenções nos investimentos são concedidas apenas para pessoas físicas.
Fundo restrito x fundo exclusivo: qual é a diferença?
Uma dúvida muito comum entre investidores é a diferença entre um fundo restrito e um fundo exclusivo. Basicamente, essa diferenciação acontece pelo grupo de investidores.
Em um fundo exclusivo, há apenas um cotista e ele precisa ser, necessariamente, um investidor qualificado. Já no caso de um fundo restrito, não há obrigatoriedade de ser um investidor qualificado e, como já vimos, pode ser destinado a um pequeno grupo com vínculo (seja ele familiar, societário ou econômico).