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Efeito Reflexão

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:18/11/2019 às 09:14 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é o Efeito Reflexão?

Efeito Reflexão (ou reflection effect, em Inglês) é o nome dado a um tipo de viés cognitivo, segundo o qual nós, seres humanos, temos uma tendência mental a sermos mais fortemente impactados pelas perdas do que pelos ganhos - mesmo que ambos tenham um igual valor.

Se você já leu o nosso artigo completo sobre a Teoria do Prospecto, deve se lembrar da breve citação que fizemos ao Efeito Reflexão por lá. Isso se dá porque este é uma parte importante da Teoria, explicando o porquê de tomarmos certas decisões (em geral, irracionais e prejudiciais a nós mesmos) quando lidamos com a incerteza.

Quando a perda, na memória e no momento presente, é tão desproporcionalmente incômoda, é a nossa propensão natural evitá-la.

Você já deve, ainda criança, ter colocado o dedo em algo pontudo por pura curiosidade e imediatamente o recolhido quando sentiu a dor do furo, certo?

É um mecanismo biológico: se há dor, é melhor evitar, porque é um sinal claro de ameaça à sobrevivência. Um processo vitalmente benéfico, que nos impede de colocar a mão diretamente no fogo do fogão, enfiar o dedo na tomada ou dar murro em ponta de faca (pelo menos literalmente).

É graças a isso, também, que muitas pessoas se sentem tão amedrontadas quando se trata de investir (oi, aversão a perdas!): só de imaginar um possível prejuízo se tem um quase infarto.

Ou se você já investe, é o que garante que você não se debruce sobre investimentos mais arriscados (até mesmo como a Bolsa de Valores).

A ideia de perder 100 reais com as aplicações, mesmo que se ganhe 200, ativa os nossos mecanismos mentais de prevenção à perda muito mais facilmente. Ou melhor, ativa o Efeito Reflexão.

Se você for mais imaginativo, pode até ouvir a parte primitiva do seu cérebro gritando: "Você vai desperdiçar recursos? Tá ficando maluco?".

Como o Efeito Reflexão interfere na sua vida financeira?

Te impedir de investir nesse ou naquele título é apenas a ponta do iceberg quando o assunto é Efeito Reflexão.

Um dos exemplos mais práticos da sua interferência na vida financeira está presente em outro viés cognitivo: o Efeito Disposição.

Para entender melhor como ele funciona, leia o nosso artigo completo sobre o seu funcionamento. Aqui, vamos apenas fornecer um resumo, ok?!

Sob o Efeito Disposição, os investidores tendem a vender rapidamente as ações que se valorizam, mas manter por tempo maior aquelas que estão em queda.

Você consegue visualizar como isso se relaciona com o Efeito Reflexão?

Vejamos: você já sabe que as perdas nos impactam mais do que os ganhos. Não é algo racional (se fosse apenas uma questão de ganhar 10 centavos e perder 1 milhão, faria todo sentido!). Mesmo que ganhemos o mesmo valor que perdemos, o "peso" emocional da perda ainda é maior, o que nos mantêm aprisionados a ela.

No caso do Efeito Disposição, é justamente para evitar esse peso que o investidor se recusa a se desfazer o título assim que as primeiras quedas se apresentam. Ele tem a esperança de que elas se revertam, sim, mas o seu desejo maior é evitar o desconforto e a dor do desperdício de recursos.

Percebe o quanto o Efeito Reflexão fere a nossa capacidade de julgar as situações?

Falando apenas do Efeito Disposição, a pessoa pode se afundar em prejuízos simplesmente porque não soube identificar o timing para se desfazer do título.

E o número de vieses (e comportamentos) decorrentes não para por aí: haja viés do custo afundado, escalada de compromisso e efeito de denominação para tanta aversão.

Sobre o autor
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