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Efeito Google

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:20/09/2019 às 03:06 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é o Efeito Google?

Efeito Google (ou Google effect) é nome dado à mudança de ordem neurológica humana, que faz com que retenhamos as informações de forma menos intensa quando sabemos que podemos encontrá-las facilmente online.

A origem do nome é obviamente associada à empresa de serviços online cuja plataforma de buscas recebe mais de 3 bilhões de visitas todos os dias. No entanto, o fenômeno não se restringe apenas ao Google, mas sim a todos os seus concorrentes e ao comportamento de acesso facilitado a um número incontável de dados, propiciados pela evolução tecnológica.

O que se entende como Efeito Google é uma alteração na maneira como o cérebro processa o conhecimento que chega até nós, selecionando o que é relevante guardar na memória e o que não é. Uma “coleta seletiva” semelhante origina também o efeito de autorreferência e viés de confirmação, entre outras falácias.

Cabe pontuar que esse processo já existia no mundo offline. No entanto, conforme a tecnologia adquire um peso cada vez maior em nossas atividades, ela também ganha poder para ampliá-lo e moldá-los às suas próprias características.

E acredite - o cérebro é mais suscetível a essa modelagem do que imaginamos (para o bem ou para o mal). Quanto mais expostos ao molde, mais facilmente nos abrimos para adaptações.

E num Brasil com o título de “segundo país a passar mais tempo conectado” (com impressionantes nove horas e vinte nove minutos online, como média nacional) não é difícil perceber o quão afetados somos.

Como surge o Efeito Google?

O principal ponto a se mencionar sobre o Efeito Google é que ele não é uma mera mudança de comportamento ou um sintoma isolado: é uma alteração nos processos de memória, com influências físicas.

Como você já aprendeu, nós somos expostos a uma quantidade absurda de estímulos a todo momento - de modo que precisamos até definir padrões próprios para a nossa atenção.

Diante disso, temos que filtrar o que guardamos e o que ignoramos ou subjugamos, de modo a não sobrecarregar o nosso “arquivo mental”. Assim, em todos os segundos de vida deixamos uma informação passar.

Nesse exato instante, enquanto lê este artigo, existem sons, movimentos visuais e acontecimentos ao seu redor sendo ignorados, para que você possa concluir a sua leitura. Quando não consegue manter a atenção, você se desconcentra.

O mesmo se dá com a sua memória. Enquanto os eventos mais marcantes do dia são fixados, os mais cotidianos (como cada gole de água dado durante o dia) são cortados. Afinal, é menos provável que o esquecimento deles te mate (literalmente ou não).

E é aí que entra o Efeito Google: se o cérebro se dá conta de que reter uma informação não é necessária, visto que é fácil resgatá-la no ambiente, por que ele desperdiçaria a sua memória com isso?

É por esse mesmo motivo que você não estoca toneladas de comida em casa: com supermercados lotados de alimento por toda parte, parece um baita desperdício de espaço e dinheiro.

O problema é que ainda existem muitas críticas quanto a forma que o Efeito Google interfere no processamento mental humano, por conta de possíveis danos à nossa autonomia, em especial no aprendizado.

Questionamentos semelhantes criaram até um efeito semelhante: o Efeito Waze. Segundo ele, os aplicativos de trânsito estão prejudicando a capacidade do ser humano de localizarem-se, assim como gravar percursos na memória.

Para investidores, a principal questão é levantar o quanto o seu conhecimento está apoiado na tecnologia. Sem ferramentas para te indicarem as melhores opções, você ainda é capaz de tomar boas decisões acerca das suas aplicações?

Veja bem: não é sobre jogar celulares e computadores para o alto e se tornar um “operador raíz”. Mas garantir que o seu cérebro ainda esteja sendo usado para o que faz de melhor: pensar, questionar, aprender e se relacionar. O resto é suporte.

Sobre o autor
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