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Efeito Fisher

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:21/11/2019 às 08:58 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Efeito Fisher?

O Efeito Fisher foi desenvolvido pelo economista norte-americano Irving Fisher no início do século XX. De acordo com ele, que passou grande parte da sua vida estudando temas como moeda, inflação e juros, a taxa nominal de juros de um país se altera em função de:

  1. Mudanças na taxa de juros real;
  2. Mudanças na expectativa de inflação.

Dito de outra forma, a taxa de juros nominal de equilíbrio é igual à taxa de juros real, acrescida da expectativa de inflação no futuro:

i = r + Ep

Onde:

  • i = taxa nominal;
  • r = taxa de juros real (variável não monetária da economia, visto que reflete as condições de financiamento do governo);
  • Ep = inflação esperada

Dessa equação, conclui-se que:

  • Uma taxa nominal mais alta que a de equilíbrio torna a taxa de juros real temporariamente maior, o que desestimula a atividade econômica e, consequentemente, desacelera a inflação;
  • Uma taxa nominal mais baixa que a de equilíbrio torna a taxa de juros real temporariamente menor, gerando maior dinamismo na economia, que se reflete no aumento de preços.

Qual a relação entre o Efeito Fisher e a política monetária?

 

Por ser um dos principais conceitos da economia moderna, o Efeito Fisher é contemplado nos modelos macroeconômicos utilizados pelos banqueiros centrais para decisões de política monetária.  Ao indicar a taxa “i”, coloca em evidência a inflação projetada, atuando sobre as expectativas racionais dos agentes.

Isso explica porque as autoridades monetárias monitoram de forma tão atenta a evolução das expectativas de inflação. Se o juro nominal não é elevado quando elas se deterioram, o resultado esperado é mais inflação no futuro.

Como o Efeito Fisher explica o juro real no Brasil?

O passado recente do país ajuda a entender como o Efeito Fisher funciona na prática. Entre 2002 e 2007, o juro real caiu de 9% para 6% ao ano. Nos anos seguintes e até 2015, essa taxa se manteve, exceto pelo período entre 2012 e 2013, quando houve uma tentativa do governo de forçar artificialmente a queda da SELIC.

Como consequência dessa manobra política, o mercado financeiro ajustou para cima a taxa de juros real. Isso ocorreu em função da elevada relação dívida/PIB do governo, que indica, via a taxa de juros demandada para os papéis públicos, o seu nível de solvência.

Quanto maior o endividamento público, maior o custo (juros) para se levantar recursos.

Qual a polêmica em torno da fórmula de Irving Fisher?

Passados mais de 10 anos desde a crise de 2008, o que se constatou é que a redução das taxas de juros nominais a níveis nunca vistos, somada aos programas de afrouxamento quantitativo lançados pelos principais bancos centrais do mundo, não fez com que a inflação retornasse aos mesmos patamares anteriores à crise.

Isso tem levantado uma série de debates acadêmicos em relação ao conceito firmemente consolidado entre os bancos centrais de que os juros são o principal instrumento de controle da inflação.

O que é o Efeito Fisher Internacional?

Durante a década de 30, Fisher desenvolveu um modelo para se prever a taxa de câmbio entre várias moedas, tendo como base a taxa de juros nominal, desde que:

  • Não houvesse restrição para a compra e venda entre elas;
  • A taxa nominal fosse a taxa livre de risco.

De acordo com o Efeito Fisher Internacional, as taxas de juros reais de cada moeda não se alteram pois qualquer discrepância é neutralizada por meio das operações de arbitragem. Assim, o valor de uma moeda, em relação à outra, pode ser determinado em função da diferença entre as taxas de juros nominais de cada país.

Entretanto, o mundo real nem sempre segue essa lógica. Com tantos países adotando políticas pouco convencionais para defender as suas economias, esse modelo deixou de ter aplicações práticas.

 

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