Efeito da Pseudocerteza
O que é o Efeito da Pseudocerteza?
Efeito da Pseudocerteza é o nome dado a um tipo específico de viés cognitivo segundo o qual nós, seres humanos, temos a tendência mental a preferir eliminar de uma vez por todas um risco (mesmo que pequeno) do que reduzir um risco maior.
Em outras palavras, isso significa que se outras pessoas nos oferecem essas duas opções, tendemos a optar pela primeira alternativa em detrimento da segunda. Quem dirá quando somos nós mesmos, com nossas escolhas e comportamentos, que oferecemos à nossa mente essa possibilidade: a opção não muda.
Um dos exemplos mais conhecidos para explicar às pessoas que nunca tiveram contato com o Efeito da Pseudocerteza acerca do seu funcionamento está ligado às políticas públicas.
Isso porque, muitas vezes, os governos optam por alocar esforços e recursos para eliminar ameaças que, quando comparadas a outros problemas, são menos impactantes - como o terrorismo, por exemplo.
Isso quer dizer que o terrorismo não deve ser combatido? Não, quer dizer que matematicamente se o mesmo capital fosse investido para reduzir o índice de violência pública, mesmo que este não seja eliminado de vez, o número de potenciais vítimas a serem poupadas seria maior do que no primeiro caso.
Optar, sabendo disso, por focar boa parte do orçamento ligado à segurança no terrorismo é outra coisa. O problema é que o Efeito da Pseudocerteza está tão amparado em paralogismos que nem nos damos conta disso, agindo sob a sua influência apenas porque parece ser o mais lógico a se fazer.
Por que o Efeito da Pseudocerteza é considerado um viés cognitivo?
É justamente essa característica que transforma o Efeito da Pseudocerteza - ou melhor dizendo, a nossa preferência pela eliminação de riscos - em um viés cognitivo.
Por definição, um viés cognitivo é caracterizado como sendo um erro no raciocínio lógico humano. Enquanto processamos as informações que recebemos do mundo à nossa volta, emitimos diversos julgamentos, tiramos nossas próprias conclusões e tomamos decisões absolutamente o tempo todo.
Contudo, às vezes, enquanto realizamos esse processamento, tiramos conclusões erradas - sobre nós, sobre os outros, sobre todo o mundo que nos cerca. Como não percebemos? Elas parecem tão verdadeiras que realmente as tomamos como sendo verdades.
Essa é a natureza dos paralogismos - e também do Efeito da Pseudocerteza.
À primeira vista, eliminar um risco, mesmo que pequeno, parece sempre a melhor decisão a tomar. Afinal de contas, é um risco a menos para gerenciarmos.
No entanto, como vimos no exemplo anterior, ao colocar na ponta do lápis o real impacto dessa eliminação, percebemos que estamos empreendendo esforços no elemento errado. É como quem tenta ser fluente no Inglês aprendendo apenas uma palavra nova por dia (sem estudar nada mais) ou se tornar um bilionário deixando de gastar R$2,00 no café (sem poupar, nem ganhar mais nada).
Quer saber mais sobre o Efeito da Pseudocerteza?
Efeito Certeza é outro nome pelo qual o Efeito da Pseudocerteza é chamado. O primeiro termo é mais corriqueiramente usado no dia a dia, enquanto o Efeito da Pseudocerteza é o queridinho dos acadêmicos.
Os dois narram, porém, o mesmo processo. Exatamente por isso optamos por incluir o Efeito da Pseudocerteza aqui no glossário: assim, da próxima vez em que você ou um amigo pesquisarem pelo Efeito da Pseudocerteza (porque ouviram falar em algum lugar) não vão se deparar apenas com artigos acadêmicos.