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Crédito Colateralizado

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:30/10/2019 às 05:48 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é crédito colateralizado?

Crédito colateralizado nada mais é do que um empréstimo concedido por um agente financeiro mediante a apresentação de uma garantia pelo tomador.

Isso normalmente ocorre de duas formas:

  1. O tomador do crédito adquire o bem, sendo que a sua titularidade é da instituição financeira (alienação fiduciária);
  2. O tomador do crédito oferece como garantia um ativo que já possui.  É nesse tipo de crédito colateralizado que as fintechs têm atuado mais intensamente, canalizando os recursos que captam nas diversas rodadas de investimento.

Por serem operações que contam com a presença de garantias, elas são vendidas quando o tomador se torna inadimplente, permitindo à instituição financeira recuperar o crédito.  Em função disso, cobram taxas de juros menores, reduzindo o seu custo total.

Assim, a relação de ativos que podem ser dados em garantia é bastante ampla, podendo ser desde um CDB de um banco de primeira linha até uma obra de arte de alto valor.  O que determina a escolha da garantia é a operação em si.

Quais as operações com crédito colateralizado mais comuns?

O crédito colateralizado é amplamente utilizado nas operações de:

Crédito consignado

O fluxo futuro de recebimentos, na forma de salário, é o que garante o crédito consignado.  Nesse tipo de crédito, o banco responsável pela folha de pagamentos do empregador desconta as parcelas referentes ao empréstimo antes mesmo de creditar o salário na conta do trabalhador.

Antecipação de crédito

Seu mecanismo é o mesmo do crédito consignado, funcionando para os casos de recebimento de 13º salário e restituição de imposto de renda para a pessoa física.  Os prazos desses empréstimos são menores e dificilmente ultrapassam 6 meses.

Veículos

Por serem bens de maior valor e possuírem um mercado ativo, as operações com veículos são contratadas nas duas formas mostradas na introdução:

  • Alienação fiduciária: o veículo adquirido pode ser retomado pelo banco caso haja inadimplência do tomador;
  • Veículo como garantia: o tomador transfere a titularidade do veículo quitado para que possa levantar o empréstimo.

Imóveis

Semelhantes ao item anterior, valem para as operações de alto valor, sendo os prazos bastante dilatados:

  • Alienação fiduciária: é o caso do financiamento imobiliário;
  • Home equity: um imóvel, já quitado, é dado como garantia (empréstimo bastante comum no exterior).

Atualmente existe um trabalho dentro do Banco Central (BC) para simplificar a contratação do home equity e reduzir os seus custos, dado o potencial desse mercado no país (previsto em R$ 500 bilhões nos próximos anos).

Entre as alternativas consideradas estão a avaliação do imóvel por meio eletrônico (sem a necessidade de avaliadores) e a possibilidade de um imóvel garantir mais de uma operação (a relação entre o valor do imóvel e o crédito concedido nunca é de 100%).

Um dos entraves para que o home equity deslanche é a alta inadimplência (6,5% das operações em 2018), mesmo com os juros menores que são cobrados.

Como funciona o crédito colateralizado no mercado financeiro?

Apesar das pessoas imaginarem que os empréstimos com garantia só servem para imprevistos ou para financiar o consumo, o crédito colateralizado também é muito utilizado no mercado financeiro, principalmente pelos investidores de alta renda.

É fato que, nos últimos anos, uma série de empresas familiares foram vendidas, de forma que esse patrimônio passou a ser essencialmente financeiro, na forma de holdings familiares, fundos de participação ou até mesmo fundos exclusivos fechados (que permitem saques apenas uma vez por ano).

Nesses casos, os principais objetivos do crédito colateralizado são:

  1. Prover liquidez ao investidor, para que ele não precise se desfazer de suas posições;
  2. Permitir a alavancagem do investidor, para determinadas operações e de acordo com as garantias disponíveis.
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