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Commission-based

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:16/02/2021 às 01:13 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é commission-based?

Commission-based significa “baseado em comissões” e é um sistema de pagamento adotado por corretoras e bancos de investimentos. Por definição, as comissões são compensações adicionais às quais alguém tem direito de acordo com sua performance no trabalho.

Por meio desse sistema, os gestores financeiros são remunerados a partir de comissões adicionadas às aplicações financeiras realizadas pelos investidores. Mas esse mecanismo pode criar um conflito de interesses, uma vez que a comissão independe da validade das estratégias adotadas ou se elas estão de acordo com o perfil do investidor, tendo relação exclusivamente com a venda de produtos ou abertura de contas

Como funciona o sistema commission-based?

Muitos dos corretores e conselheiros financeiros que trabalham com o sistema commission-based são agentes autônomos de investimento. Isso significa que esses agentes são contratantes independentes, com vencimentos derivados de seus clientes e, em muitos casos, recebem pouco ou nenhum salário fixo.

Na maioria das vezes, apesar de funcionarem como agentes autônomos, eles também trabalham para firmas de investimento e possuem obrigações, como a de gerar receita para a empresa. Com frequência, eles alcançam esse objetivo por meio dos ganhos realizados por suas vendas commission-based.

Além disso, muitos agentes tendem a se engajar nas transações, induzir aberturas de contas ou realizar mais vendas e atuar de bastante ativa, independentemente do perfil de investimentos de seus clientes.

Isso pode gerar situações onde o único objetivo de um agente é manter um portfólio em fluxo constante, levando-o até a realizar algumas práticas, como o churning.

Dessa forma, o agente aumenta o número de suas comissões, aumenta seu ganho e, por conseguinte, cumpre suas obrigações com sua firma de investimentos. Contudo, isso não necessariamente está alinhado aos interesses do seu cliente, por isso o sistema commission-based recebe tantas críticas, como você verá mais adiante.

Principais críticas ao sistema commission-based

O sistema de remuneração commission-based também pode incluir em seus produtos investimentos como planos de seguro e fundos mútuos, significando que, quanto mais transações eles completarem, mais contas serão abertas e, consequentemente, mais comissões serão geradas.

Por essa razão, a corretagem commission-based nem sempre precisa ser fiduciária, isto é, os assessores podem agir de acordo com os interesses de seus corretores e não com o perfil de seus clientes.

Porém, cada investidor tem um perfil distinto, bem como diferentes objetivos financeiros. E mais: o nível de tolerância de riscos também costuma variar bastante, haja vista a existência de diversos perfis de investidores — como perfis moderados, conservadores ou agressivos.

Se a corretora optar pelo sistema commission-based, significa que existe a possibilidade de que os corretores busquem opções que favoreçam o valor de suas comissões, mas não se adequem ao perfil do investidor que a contratou. 

Em linhas gerais, imagine um investidor mais conservador, isto é, com baixo nível de tolerância a riscos financeiros, contratando uma corretora “commission-based”.

Essa instituição pode optar por realizar um investimento de extremo risco, que trará um grande retorno em comissão, mas que não se adeque aos objetivos e ao nível de tolerância a riscos de quem a contratou.

Para agravar o problema: existe uma recomendação de que não há necessidade de revelar possíveis conflitos de interesses entre a corretora e seu cliente.

Em outras palavras, os bancos e corretoras que adotam esse sistema irão garantir a remuneração de seus agentes autônomos unicamente pelas comissões embutidas na abertura de novas contas ou novas vendas, incentivando o fluxo de portfólio.

Desta forma, não existe garantia de que este mesmo agente não vá agir de acordo com seus próprios interesses financeiros caso adotem o sistema commission-based, ignorando o perfil do investidor que o contratou.

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