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SVN Gestão: juros altos no exterior seguem dando o tom aos mercados

Janeiro foi de volatilidade aos ativos locais com criíticas de Lula ao Banco Central e crise de Americanas

Data de publicação:16/02/2023 às 08:00 - Atualizado um ano atrás
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O início conturbado de governo, com o presidente Lula tecendo durar críticas ao Banco Central, e a crise na Americanas trouxeram volatidade aos ativos locais em janeiro. O que deu suporte à Bolsa foi a expressiva entrada de capital estrangeiro.

Em rápidas pinceladas, assim a SVN Gestão descreve o cenário doméstico de janeiro que, colocado em perspectiva, destaca a continuidade de políticas monetárias restritivas dos bancos centrais mundo afora, que seguirá dando o tom para os próximos meses.

Entrada forte de capital externo deu sustentação à Bolsa - Foto: Agência Brasil

Nos mercados internos, os ataques de Lula e sua equipe econômica aos juros altos provocaram ruídos. “As críticas têm sido em relação a alterações de conquistas extremamente importantes para o País, como a reforma trabalhista, lei das estatais, marco do saneamento e até mesmo a independência do Banco Central”, diz o documento.

“Os discursos não melhoraram, mas tivemos um fluxo violento do investidor estrangeiro para a Bovespa no mês, que junto com a melhora de riscos globais, inflação menor nos Estados Unidos e reabertura de China trouxeram uma sustentação ao mercado local” registra outro trecho do documento para justificar o desempenho positivo do mercado de ações no mês.

O baque com Americanas

O rombo de R$ 20 bilhões e pedido de recuperação judicial de Americanas também trouxe inquietação, com pressão adicional aos bancos expostos. “Não tínhamos nenhuma exposição, nem a crédito, nem na ação em nossos fundos exclusivos e carteiras administradas”esclarecem os gestores a seus cotistas.

“O Brasil segue sendo aquele aluno nota seis, que passa de ano, às vezes com alguma recuperação gerando oportunidades pontuais, mas sem empolgar nas alocações estruturais de longo prazo”. Ainda assim, a casa diz aproveitar momentos em que a assimetria de preços parece favorável, seja para aumentar como também diminuir alguma posição.

No exterior

Nos Estados Unidos, segundo os gestores, o destaque foi a redução da intensidade da alta dos juros, após a divulgação de dados indicando perda de fôlego da inflação. “Se por um lado começamos a ver números de inflação melhores, por outro, os dados de emprego continuam surpreendendo para cima.”

As últimas informações sobre a criação de vagas de trabalho surpreenderam em quase três vezes a expectativa do mercado, explicam os gestores. “Isso nos faz acreditar que muito dificilmente o banco central americano tenha espaço para quedas de juros, devendo permanecer com taxas mais altas por um período maior, impactando todos os ativos pelo mundo”.

Como estão as carteiras da SVN

Aproveitamos dias estressados para aumentar gradativamente posições em títulos pré-fixados com taxas acima de 16% aa. Além disso, a gestora manteve exposição em liquidez para novas oportunidades de mercado e em títulos referenciados CDI e com liquidez diária

No mercado internacional as alocações estão em BDRs da carteira recomendada para exposição ao dólar, em participação mínima em CRA de JBS em dólar mais 4,71% a.a, isento, como hedge e exposição adicional à moeda americana.

Dentro da carteira de ações o posicionamento está em commodities e empresas defensivas que geram caixa e tem poder de repasse de preços (pricing power), e houve um pouco de acréscimo de outras empresas que se beneficiam da melhora local com valuation atrativo.

Os gestores reduziram algumas posições em commodities metálicas com bom ganho e aumentaram empresas locais que geraram oportunidades no mês e empresas de petróleo não estatais.

Houve, ainda, a inclusão de ETF de empresas de petróleo na carteira negociado em dólares na B3. 

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Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.