Economia

Produção industrial cai em agosto e acumula perda de 2,3% em 3 meses

De acordo com as informações do IBGE, em agosto, a produção industrial estava 19,1% abaixo do patamar recorde alcançado em maio de 2011

Data de publicação:05/10/2021 às 11:54 - Atualizado 3 anos atrás
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A queda de 0,7% na produção industrial em agosto ante julho fez o setor acumular uma perda de 2,3% em três meses de recuos consecutivos, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos oito primeiros meses de 2021, a indústria cresceu em apenas dois deles: janeiro (0,2%) e maio (1,2%).

Foto: arquivo

Com o desempenho negativo de agosto, a indústria opera atualmente em patamar 2,9% inferior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Quando ainda crescia, em janeiro, a indústria alcançou um saldo positivo de 3,5% em relação ao pré-covid.

Em agosto, a produção industrial estava 19,1% abaixo do patamar recorde alcançado em maio de 2011.

"Medidas de ajuda do governo ajudaram o setor industrial a ficar positivo até janeiro de 2021", apontou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. "O setor industrial está 6,0% abaixo do patamar de dezembro de 2020", acrescentou.

O setor industrial acumula uma perda de 6,2% de fevereiro a agosto de 2021. Segundo Macedo, a interrupção no pagamento do auxílio emergencial e seu posterior retorno com valor menor ajudam a explicar essa perda. "Você tinha uma massa de rendimentos que circulava (na economia) em quantidade maior do que vem circulando atualmente", explicou.

Atividades da produção industrial

Apenas sete das 26 atividades investigadas se mantêm operando em nível superior ao pré-crise sanitária.

Em agosto de 2021, os níveis mais elevados em relação ao patamar de fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de máquinas e equipamentos (16,9%), metalurgia (12,8%), minerais não metálicos (11,8%) e produtos de madeira (10,9%).

No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar de pré-pandemia são veículos (-20,9%), produtos do fumo (-16,9%), vestuário (-15,1%) e móveis (-8,9%).

Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 15,8% acima do nível de fevereiro de 2020, e a fabricação de bens intermediários está no mesmo nível do pré-covid.

Os bens duráveis estão 21,8% abaixo do pré-pandemia, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 6,1% aquém do patamar de fevereiro de 2020.

Revisões

O IBGE anunciou uma série de revisões nesta terça-feira em dados da PIM. Revisou, por exemplo, o resultado da produção industrial em julho ante junho, de -1,3% para -1,2%. A taxa de junho ante maio saiu de -0,2% para -0,5%.

Na categoria de bens de capital, a taxa de julho ante junho foi revista de 0,3% para 0,9%. O resultado de junho ante maio saiu de 1,6% para 1,4%.

Na categoria de bens intermediários, a taxa de julho ante junho foi revista de -0,6% para -0,7%.

O resultado de bens de consumo duráveis em julho ante junho foi revisado de -2,7% para -2,8%. A taxa de junho ante maio saiu de -1,0% para -1,3%. O resultado de maio ante abril passou de -2,3% para -2,4%.

O desempenho dos bens de consumo semiduráveis e não duráveis em julho ante junho passou de 0,2% para 0,5%. / Agência Estado

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