Privália suspende IPO pela 2° vez; parceria com BTG Pactual é mantida
O outlet Privália buscava arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão com a emissão de mais de 43 milhões de ações, em oferta primária e secundária
A plataforma de venda de roupas, calçados, itens de decoração, alimentos e bebidas no modelo de outlet digital, Privália, suspendeu a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), que aconteceria nesta quinta-feira, 22. A companhia justificou, em fato relevante, que a suspensão se dá em razão "da volatilidade das condições de mercado verificadas nos últimos dias".
O IPO da empresa emitiria em oferta restrita primária - ou seja, destinada à investidores profissionais - 23.235.551 ações. Na oferta secundária, haveria a emissão de mais 20.348.837 ações.
Essa é a segunda vez que a companhia tenta abrir capital na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Em 2020, num cenário favorável para as varejistas que oferecem comércio online por conta da pandemia, a Privália ambicionava arrecadar R$ 3 bilhões com uma oferta pública.
Com essa segunda tentativa de IPO, no entanto, o outlet online baixou as expectativas e esperava levantar cerca de R$ 1,5 bilhão com a oferta de ações, alcançando um valor de mercado de cerca de R$ 2 bilhões. Porém, a companhia não conseguiu convencer os investidores a pagarem o preço mínimo por ação da faixa indicativa, de R$ 16,30 a R$ 18,10.
De acordo com dados apresentados pela Privália em seu prospecto preliminar, a companhia acumulou uma receita líquida de R$ 926 milhões em 2020, um aumento de 25% comparado ao ano anterior. Embora os números sejam promissores, o mercado ainda considera o crescimento de GVM (volume bruto de mercadoria) baixo.
Parceria com BTG Pactual
Mesmo com a suspensão do IPO, até o momento foi mantida a parceria comercial com o BTG Pactual, que ficaria com 5% da oferta pública para levar adiante a operação.
Em julho, o BTG Pactual fechou acordo de exclusividade com a Veeppe, varejista que vende produtos por meio de vendas flash online, empresa que a Privália faz parte. O contrato deve ser celebrado em 180 dias.
Com o acordo, o BTG se torna o único banco com direito a oferecer serviços financeiros aos usuários da plataforma. A parceria dava, ainda, poder ao BTG de exercer opção de compra de ações ordinárias pertencentes à Veepee.