Preço da gasolina vai cair 4,8% nas refinarias, segundo Petrobras
Para Abicom, ajuste para baixo poderia ter sido maior
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira, 15, uma redução - pela terceira vez em menos de 30 dias - no preço da gasolina nas refinarias. Desta vez, a queda anunciada no preço da gasolina A foi de 4,8% ou R$ 0,18 por litro, que passa de R$ 3,71 para R$ 3,53. O novo preço passa a valer a partir da terça-feira, 16.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,70, em média, para R$ 2,57 a cada litro vendido na bomba, informou a companhia.
A Petrobras diz que a redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática da companhia, que "busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".
Desde a primeira queda, em 19 de julho, o preço do litro da gasolina em refinarias da Petrobras já teve queda acumulada de 13%.
Redução poderia ser maior, diz Abicom
A redução do preço da gasolina nesta segunda-feira poderia ter ido além dos R$ 0,18 por litro anunciados pela Petrobras, segundo o relatório de preços internacionais dos combustíveis divulgado diariamente pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
De acordo com o relatório, o preço médio da gasolina praticado no Brasil estava 10% mais caro do que no Golfo do México, mercado utilizado como parâmetro pelos importadores, chegando a 14% a mais no Porto de Suape, em Pernambuco.
Segundo a Abicom, a queda poderia ter sido de R$ 0,33 por litro no caso da gasolina. Já o diesel acumula redução de R$ 0,42 por litro no período de uma semana, e atualmente registra defasagem de 5% em média em relação ao mercado internacional, abrindo espaço para nova queda, de R$ 0,23 por litro, segundo relatório da entidade.
Queda do petróleo
O preço dos derivados acompanha a queda do petróleo no mercado internacional, que vem sendo puxada pelo medo de recessão devido às altas nas taxas de juros no mundo inteiro e preocupações com a demanda na China, além do aumento da oferta da commodity por parte da Arábia Saudita e Irã.
Esses fatores têm trazido grande volatilidade ao mercado, mas desde o dia 2 de agosto o preço do petróleo se mantém abaixo dos US$ 100 por barril, o que abriu uma janela para a Petrobras fazer os reajustes.
Por coincidência, as quedas de preço começaram logo após a entrada de Caio Paes de Andrade na presidência da Petrobras. Antes dele, três presidentes foram demitidos por terem aumentado o preço dos combustíveis por conta da alta da commodity no mercado internacional.
Segundo especialistas, o problema de a Petrobras reduzir o preço dos combustíveis é ter que aumentar mais à frente, se o mercado virar novamente, mais próximo às eleições. / com Agência Estado
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