Logo Mais Retorno

Siga nossas redes

  • Instagram Mais Retorno
  • Youtube Mais Retorno
  • Twitter Mais Retorno
  • Facebook Mais Retorno
  • Tiktok Mais Retorno
  • Linkedin Mais Retorno
eleitor
Outros

Por que os institutos de pesquisa derraparam no 1º turno das eleições

Apoiadores silenciosos e mudança de voto na última hora de eleitores conservadores podem estar entre as razões

Data de publicação:04/10/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
Compartilhe:

O primeiro turno das eleições presidenciais do Brasil chegou e terminou sem um vencedor final, mas alguns grandes perdedores surgiram: as pesquisas de opinião, segundo análise da Reuters Agência de Notícias.

As pesquisas mostraram que o desafiante de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva apresentava de 7 a 17 pontos porcentuais sobre o presidente de direita Jair Bolsonaro nas semanas que antecederam a eleição, com algumas sugerindo que ele poderia superar os 50% na votação de domingo, limite necessário para evitar um segundo turno em 30 de outubro.

eleições
Erros apareceram não só na corrida presidencial, mas a governos estaduais e Senado - Foto: Divulgação/TSE

Depois de abertas as urnas, no entanto, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro era de pouco mais de 5 pontos porcentuais, preparando os dois para um segundo turno inesperadamente competitivo. Em algumas disputas para o Senado e para governadores, os aliados de Bolsonaro superaram as pesquisas de opinião em mais de 20 pontos.

Vindo após grandes derrotas nas eleições americanas e no referendo do Brexit de 2016, onde as pesquisas não conseguiram detectar a profundidade do sentimento conservador, o resultado de domingo no Brasil deixou as empresas de opinião pública coçando a cabeça mais uma vez.

Andrei Romani, executivo-chefe da empresa de pesquisa AtlasIntel, disse que uma retratação era necessária. "A diferença de 9 pontos prevista pela Atlas acabou sendo de apenas 5 pontos nos resultados", escreveu ele no Twitter na segunda-feira. "Temos que enfrentar essa desconexão com honestidade."

O IPEC, que havia projetado a margem mais ampla, disse que seus números mostravam que Lula terminaria na frente, sem a perspectiva de um segundo turno. Em comunicado, a empresa atribuiu o desempenho superior de Bolsonaro a trocas de última hora dos apoiadores de candidatos menos populares. O IPEC acrescentou que está analisando sua metodologia em relação às corridas estaduais.

Analistas políticos disseram que o erro nas pesquisas provavelmente foi resultado de vários fatores, alguns exclusivos do Brasil, mas outros refletindo tendências globais.

Um populista de direita frequentemente criticado por comentários sobre mulheres e minorias, Bolsonaro tem muitos apoiadores silenciosos que relutam em dizer aos pesquisadores que apoiam um incendiário tão controverso, disse Creomar de Souza, executivo-chefe da Dharma Political Risk.

O mesmo fenômeno parece ter ajudado o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a superar a maioria das pesquisas nas eleições de 2016 e 2020.

Censo atrasado interfere nas pesquisas sobre eleições

Mas os pesquisadores brasileiros também estão tateando no escuro. Não há censo nacional desde 2010 por causa da pandemia de covid-19, dificultando para as empresas calibrar uma amostra representativa de entrevistados, disse Souza.

A sociedade brasileira está mudando rapidamente, como o voto cristão de direita, por exemplo, em rápida expansão.

Outro fator: o ex-presidente Lula pode ter sido vítima de seu sucesso. Algumas pesquisas nas últimas semanas mostraram que ele expandiu sua liderança o suficiente para vencer no primeiro turno, o que pode ter assustado os eleitores conservadores a abandonar candidatos mais centristas para apoiar Bolsonaro.

Lula se recusou em grande parte a comentar essas pesquisas em uma aparente tentativa de manter sua base mobilizada - e evitar mobilizar conservadores -, mas de pouco adiantou. "Parece que os votos táticos foram para Bolsonaro", disse o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda.

Por fim, disseram os analistas, os conservadores no Brasil - como em outros lugares - parecem simplesmente desconfiar das pesquisas.

Isso pode estar alimentando um ciclo vicioso em que os conservadores se recusam a responder, levando as pesquisas a subestimar seus candidatos favoritos, o que só reforça sua desconfiança.

Bolsonaro passou grande parte de seu mandato de quatro anos atacando as principais empresas de pesquisa e seus aliados estão batendo o tambor novamente com vigor. Seu chefe de gabinete, Ciro Nogueira, pediu aos apoiadores que ignorem os institutos de pesquisa pelo resto da eleição.

"Depois do escândalo que cometeram, todos os apoiadores de Bolsonaro têm apenas uma resposta às empresas de pesquisa: não responda a nenhuma delas até o final da eleição!!" Nogueira escreveu no final de domingo no Twitter. "Eles estavam absurdamente errados, criminalmente, não? Só uma extensa investigação pode revelar o que aconteceu." /Agência Reuters

Sobre o autor
Mais Retorno
A Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!

® Mais Retorno. Todos os direitos reservados.

O portal maisretorno.com (o "Portal") é de propriedade da MR Educação & Tecnologia Ltda. (CNPJ/MF nº 28.373.825/0001-70) ("Mais Retorno"). As informações disponibilizadas na ferramenta de fundos da Mais Retorno não configuram um relatório de análise ou qualquer tipo de recomendação e foram obtidas a partir de fontes públicas como a CVM. Rentabilidade passada não representa garantia de resultados futuros e apesar do cuidado na coleta e manuseio das informações, elas não foram conferidas individualmente. As informações são enviadas pelos próprios gestores aos órgãos reguladores e podem haver divergências pontuais e atraso em determinadas atualizações. Alguns cálculos e bases de dados podem não ser perfeitamente aplicáveis a cenários reais, seja por simplificações, arredondamentos ou aproximações, seja por não aplicação de todas as variáveis envolvidas no investimento real como todos os custos, timming e disponibilidade do investimento em diferentes janelas temporais. A Mais Retorno, seus sócios, administradores, representantes legais e funcionários não garantem sua exatidão, atualização, precisão, adequação, integridade ou veracidade, tampouco se responsabilizam pela publicação acidental de dados incorretos.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos, ilustrações ou qualquer outro conteúdo deste site por qualquer meio sem a prévia autorização de seu autor/criador ou do administrador, conforme LEI Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
® Mais Retorno / Todos os direitos reservados