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Economia

Por que a Copa do Mundo no Catar será tão cara? Só de ingresso, brasileiro pode gastar perto de R$ 8 mil

As diárias de hotel beiram os US$ 300, outro problema para o turista

Data de publicação:10/11/2022 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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A cada quatro anos, o mundo do esporte se empolga com um dos seus maiores eventos: a Copa do Mundo. Em 2022, ela será disputada no Catar, país símbolo do luxo e da riqueza, mas também de questões sociais polêmicas, especialmente em relação aos direitos humanos.

Além da torcida, o que mais tem chamado a atenção são as cifras que envolvem o evento, mais de US$ 200 bilhões em investimentos. Mais do que isso, será uma Copa para os ricos: gastos somente com ingressos para ver os jogos do Brasil chegam perto de R$ 8 mil.

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Investimentos na Copa do Catar são estimados em 220 bilhões de dólares - Foto: Reprodução

Qual foi o investimento na Copa do Mundo de 2022?

A Copa do Mundo do Catar já tem uma marca histórica: ela será, com alguma folga, a edição de maior investimento em relação às edições anteriores do mundial. A expectativa é de que os valores ultrapassem a marca de US$ 200 bilhões.

Apenas como efeito de comparação, a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, custou aos nossos cofres um valor próximo a US$ 15 bilhões — um custo que, na época, gerou muito questionamento. Imagine então um investimento quase quinze vezes maior...

A diferença de valores fica ainda mais chamativa quando olhamos para os países anteriores que sediaram a Copa do Mundo. Veja abaixo a lista de valores gastos (em dólares) para cada mundial desde 1998, que foi realizada na França. 

  • França (1998): 2,3 bilhões
  • Coréia do Sul e Japão (2002): 7,0 bilhões
  • Alemanha (2006): 4,3 bilhões
  • África do Sul (2010): 3,6 bilhões
  • Brasil (2014): 15,0 bilhões
  • Rússia (2018): 11,6 bilhões

Note que a somatória de seis edições resulta em um valor de US$ 43,8 bilhões. Ou seja, apenas 20% do total gasto pelo Catar para a realização do mundial de 2022.

Por que essa Copa será tão cara?

Em um primeiro momento, o montante estimado de US$ 220 bilhões pode assustar. É muito dinheiro para ser investido em uma ação de curto prazo — vale lembrar, uma Copa do Mundo tem duração próxima a 30 dias.

A questão é que o Catar não tem como principal propósito apenas ser a sede de um grande evento esportivo, mas sim um plano de forte crescimento que tem como objetivo o ano de 2030. Há, inclusive, o desejo de se tornar um país turístico.

O que acontece, na prática, é que a Copa do Mundo consiste apenas em um pano de fundo desse projeto mais amplo. Para que você tenha ideia, menos de 10% desse orçamento do Catar foi destinado aos estádios onde serão realizados os jogos. A maior parte do capital foi destinada para infraestrutura, com a construção de aeroportos, hotéis e metrôs, por exemplo.

A visibilidade do país como centro esportivo também se vê nas empresas nacionais, que estão patrocinando equipes esportivas há alguns anos. Um bom exemplo é a Qatar Airways, que foi investidora de grandes times do futebol mundial — como Barcelona e PSG.

Os estádios da Copa do Mundo do Catar

Até mesmo os estádios para realização dos jogos fazem parte desse pacote de crescimento do país. Muitos deles possuem uma estrutura que vai além do futebol. É o caso do estádio Al Bayt, que vai se converter em um shopping center com hotel cinco estrelas. Outros locais podem ter um destino comercial também.

Há ainda um posicionamento de sustentabilidade, em linha com as demandas globais em relação à natureza. O estádio 974, por exemplo, foi totalmente construído de contêineres.

Por fim, é legal mencionar que o Catar tem esse projeto turístico e quer se associar como um bom local para viagens luxuosas. Os estádios terão ar condicionado, visando o maior conforto de temperatura dos espectadores.

Quanto o turista vai gastar no Catar?

O governo do Catar está bem otimista para a participação de turistas na edição de 2022 da Copa do Mundo. A expectativa é de que sejam recebidos mais de um milhão de turistas no período do mundial.

Esses visitantes trariam uma contribuição aproximada de mais de US$ 17 bilhões na economia local. E, de fato, a tendência é de que os gastos sejam elevados. Um levantamento feito pela Globo indicou um gasto médio de R$ 50 mil para cada brasileiro que quisesse acompanhar toda Copa do Mundo no Catar.

Um dos principais gastos está na passagem aérea, que beira o valor de R$ 10 mil na última revisão deste artigo. A alta do petróleo influencia muito, pois o custo de combustível acaba repassado ao consumidor final. A hospedagem é outro problema para o turista, com diárias que beiram os US$ 300. 

Já o preço dos ingressos varia de acordo com a fase. Convertendo para reais, a estreia entre Catar x Equador terá custo de R$ 1.600, enquanto os demais jogos da etapa de grupos fica na faixa de R$ 360. Nas demais fases, o custo cresce de acordo com o mata-mata (valores aproximados em reais):

  • Oitavas-de-final: R$ 510
  • Quartas-de-final: R$ 1.100
  • Semifinal: R$ 1.900
  • 3º lugar: R$ 1.100
  • Final: R$ 3.200

Se você resolver ir aos jogos do Brasil e considerando que a nossa seleção vá até a grande final, então o custo apenas com ingressos seria de R$ 7.790. Ou seja, realmente é uma Copa do Mundo que será destinada aos ricos — ajudando a entender a expectativa de altos rendimentos do governo local.

As polêmicas envolvendo a Copa do Catar

O alto investimento e os custos para os turistas não são as únicas polêmicas e controvérsias dessa edição da Copa do Mundo.

Uma delas foi a novidade de calendário. Para permitir a disputa no Catar (o primeiro país árabe que receberá uma Copa do Mundo), a FIFA precisou adaptar o mês de disputa para o final do ano — tradicionalmente, o mundial é realizado entre junho e julho.

Alguns escândalos também chamaram atenção de forma negativa por parte do público. O principal deles foi em relação aos direitos humanos — uma matéria do jornal The Guardian chegou a denunciar mais de 6.500 imigrantes mortos em função das péssimas condições de trabalho.

Esse cenário fez até mesmo a Dinamarca lançar uma camisa, que será utilizada no mundial, como protesto a essa situação.

Houve ainda fortes boatos de suborno na escolha da candidatura da Copa do Mundo de 2022. Eles foram fortemente negados pela FIFA, mas ainda há bastante questionamento sobre a lisura do processo.

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Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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