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O que fazer com o 13° salário? Para especialistas, não é hora de gastar, mas de pagar dívidas ou fazer uma reserva

Quitar as dívidas é o primeiro passo, quando for o caso, de acordo com especialistas

Data de publicação:01/12/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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O atual aperto financeiro ou, mais que isso, as perspectivas de que a situação possa piorar ainda mais, levam o brasileiro a pensar muito bem o que vai fazer com o dinheiro extra do 13º, que entra a cada fim de ano. É a única forma de evitar que os recursos evaporem sem que se saiba onde foram gastos.

Especialistas ouvidos pela Mais Retorno afirmam que esse é um bom momento para criar hábitos mais saudáveis com a vida financeira, traçando um caminho para empregar o dinheiro de forma inteligente.

estoque de crédito 13° salário
Dinheiro. Detalhe de moedas de Real | Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O pagamento do 13° salário cai na conta do País. Para os funcionários de empresas que trabalham em regime CLT, a primeira parcela do benefício já deve ter sido paga, já que o crédito é feito normalmente no último dia útil de novembro, enquanto a segunda parcela pode ser paga até o próximo 20 de dezembro.

De acordo com análise de Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, o mais adequado é estabelecer uma ordem de prioridades para, assim, destinar os recursos do 13° salário, começando sempre pela quitação de dívidas. "O juro cobrado pelas suas dívidas muito provavelmente é bem mais alto que a rentabilidade das suas aplicações financeiras. Se tem dívidas, não pense duas vezes: comece abatendo parcelas", explica ela.

O sócio fundador da fintech Leve, João Zaratine, destaca, entretanto, que há alguns tipos de empréstimos e financiamentos que possuem um juro muito baixo, como é o caso de muitos financiamentos imobiliários, e "não vale a pena" abater ou quitar essas dívidas específicas com o valor recebido do 13° salário.

Reserva de emergência

Em um cenário onde não há dívidas a serem quitadas ou, até mesmo, com o dinheiro que sobra após pagar essas contas, o próximo passo é investir para criar ou reforçar uma reserva de emergência. Paula considera que "é essencial que qualquer investidor tenha um valor correspondente de seis a 12 meses dos gastos mensais em uma reserva de emergência".

Embora o 13° salário não seja o suficiente para montar uma reserva completa para bancar, pelo menos, seis meses do estilo de vida do investidor, Gabriela Mosmann, analista da Suno Research, ressalta que é "melhor caminhar devagar do que não fazer". Ela considera que o investimento para a reserva deve estar alocado dentro da renda fixa por ser uma opção "mais lógica e menos volátil" que a renda variável.

"Tesouro Selic, Fundos DI de taxa zero (Trend DI Simples) e CDBs de liquidez diária rendendo 100% do CDI cumprem essa função (de montar uma reserva de emergência)", afirma Paula, a analista da Rico.

Zaratine compartilha da mesma opinião e destaca, ainda, que "em 2020, aprendemos que tudo pode mudar em uma fração de segundos. Por isso, é cada vez mais importante a construção de uma reserva de emergência capaz de suprir os seus gastos fixos. O ideal é alocar esse valor em um investimento de baixo risco e liquidez imediata, como é o caso do Tesouro Direto e das aplicações de CDI".

Investindo com o 13° salário

Paula Zogbi comenta que, apesar de o saldo final do 13° salário - após pagamento das dívidas e alocação em uma reserva de emergência - parecer "pouco para investir", há opções de investimentos bastante acessíveis hoje em dia, da renda fixa à renda variável. "É com esse pensamento procrastinador (de ser pouco para investir), que o dinheiro deixa de ser um investimento e se torna cafezinho", afirma a analista.

Para o sócio da Leve "uma boa ideia é fazer um planejamento de como usar esse dinheiro (do 13° salário) para investir em objetivos de médio e longo prazo como por exemplo, fazer uma viagem ou adquirir um bem, ou se aposentar mais cedo".

Gabriela Mosmann considera que o atual momento macroeconômico - com inflação e juros subindo, crescimento desacelerando, cenário fiscal doméstico se deteriorando, uma nova variante de covid-19 causando incertezas no mundo e, tudo isso, levando a um movimento de queda nos mercados financeiros - é o ideal para quem ainda não tem o hábito de investir começar.

A analista explica que, desde o fim de 2019 até meados de 2021, a Bolsa de Valores brasileira, a B3, passou por um momento de alta acentuada, chegando, inclusive, aos maiores patamares históricos. Neste contexto, o investidor que entrou para a renda variável entre esses meses, só conheceu uma realidade muito mais tranquila e positiva do que realmente pode ser.

Assim, Gabriela afirma que "esses momentos de instabilidade são muito bons para as pessoas começarem a investir e conheçam outras formas de investimento porque elas já entram mais atentas aos riscos em comparação a quando todo mundo está ganhando".

Embora a especialista da Suno Research destaque que, o ideal, é que o investidor comece a sua trajetória pela renda fixa, justamente por ela ser mais previsível, ela pontua que os investimentos também são um processo de autoconhecimento e, aos poucos, é necessário "ir testando" o que faz sentido para cada perfil e objetivo específico.

"Em uma piscina gelada, tem gente que entra com tudo, mas a maioria vai aos poucos acostumando o corpo e testando seus limites, para entender qual parte dói mais ou menos e é assim também com os investimentos", comenta Gabriela.

Para Paula, mesmo com quantias mais miúdas, é importante investir e diversificar as escolhas para o portfólio. A analista ressalta que há opções em fundos de investimento que alocam em diversos ativos, mas também é possível que o próprio investidor vá montando sua carteira individualmente aos poucos. "Em resumo, para o 13º e para a vida: não importa o quanto fique na sua mão, invista", afirma ela.

Gabriela destaca que, para além de quitar dívidas, montar reservas de emergência e investir, o importante é que, ao ter o 13° salário em mãos, as pessoas se questionem para onde esse dinheiro vai e para onde elas gostariam que esse dinheiro realmente fosse. "Assim, é possível já começar a se planejar financeiramente para o próximo ano e ir fazendo trocas inteligentes no mês a mês para atingir os objetivos pessoais", finaliza.

Sobre o autor
Bruna Miato
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