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Nubank reporta balanço financeiro positivo, mas analistas apontam os pontos fracos desses números
Empresa

Nubank terá muitos desafios pela frente, apontam analistas, embora resultado tenha sido positivo em 2021

Aumento da inadimplência, dificuldade de monetizar usuários e valuation excessivo são alguns dos entraves

Data de publicação:25/02/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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O Nubank reportou lucro líquido ajustado de US$ 6,6 milhões (cerca de R$ 33 milhões) em 2021, revertendo prejuízo de US$ 26,8 milhões (aproximadamente R$ 135 milhões) em 2020, segundo balanço divulgado ao mercado nesta semana. No entanto, a avaliação do mercado não foi tão positiva.

Analistas apontam algumas fragilidades nos resultados e um prognóstico menos favorável ao banco para os próximos meses.

Nubank reporta balanço financeiro positivo, mas analistas apontam os pontos fracos desses números
Em seu primeiro balanço pós-IPO, o Nubank reportou lucro em 2021, mas não sinalizou o guidance para este ano - Foto: Reprodução


Considerando somente o quarto trimestre do ano, o banco digital obteve um salto de 224% em sua receita líquida, para US$ 636 milhões, sendo US$ 439 milhões vindo da margem com clientes e US$ 196 milhões com receita de serviços.

A base de clientes do Nubank encerrou o ano passado em 53,9 milhões de clientes, incluindo consumidores e PMEs (pequenas e médias empresas), crescimento de 61,9% ante dezembro de 2020.

"O Nu teve um forte começo como companhia de capital aberto, como ficou claro no nosso desempenho no quarto trimestre. A listagem das ações do Nu nas bolsas e o nosso programa NuSócios também abriram a porta para a inclusão de milhões de brasileiros no mercado de capitais"

David Vélez, acionista fundador e presidente do Nubank, no relatório de resultados.

Resultados bons, porém, com pontos a serem melhorados

Em relatório de análise sobre os resultados do Nubank, Rodrigo Crespi, especialista de mercado da Guide Investimentos, aponta que os números reportados pelo Nubank vieram em linha com o esperado pelo mercado, porém com resultado líquido ainda em campo negativo.

“Ainda que tenha tido um aumento expressivo no número de clientes e marginal redução de custos, o Nubank mostra dificuldade na passagem por cenários econômicos adversos, exprimido pelo aumento da taxa de inadimplência e dos custos financeiros causados pela remuneração de depósitos pessoa física”.

Rodrigo Crespi, especialista da Guide Investimentos

Além disso, segundo Crespi, o crescimento da receita foi ofuscado pelos custos expressivos com despesas financeiras, impulsionado pela alta na taxa de juros do Brasil.

Outro ponto negativo destacado por Crespi foi o aumento de 270% nas despesas do banco com provisão de crédito no trimestre – US$ 200 milhões versus US$ 54 milhões no quarto trimestre de 2020 - impulsionado pelo crescimento rápido da carteira e à metodologia de provisionamento adotada pelo Nubank.

O aumento da inadimplência também pesou no pacote negativo, com um aumento marginal de 10 pontos base, alcançando o nível de 3,5%, “1,5 ponto porcentual abaixo da média da inadimplência dos empréstimos pessoais, porém 1,2% acima da média de inadimplência do Sistema Financeira Nacional”.

“Permanecemos com visão cautelosa quanto a sustentabilidade do modelo de negócios do banco, que acreditamos enfrentará obstáculos maiores frente a mais aumentos da taxa de juros”, conclui Crespi.

Alguns analistas ressaltam ainda outros desafios enfrentados pelo Nubank como a dificuldade de monetização de seus usuários e o valuation excessivo.

Primeiros números apresentados após IPO

Este foi o primeiro resultado financeiro que a fintech divulgou ao mercado desde sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês na Bolsa brasileira e na bolsa de Nova York, em dezembro passado.

Desde sua estreia nas bolsas – sua chegada lá fora foi considerada o terceiro maior IPO da bolsa americana - o Nubank viu suas ações lá fora e seu BDR no Brasil registrarem forte queda de mais de 30%. No dia da divulgação do balanço as ações do banco em Nova York caíram mais de 14%, enquanto seu BDR na Bolsa derreteu 15%.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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