Fundos de Investimentos

Norma da CVM permite que gestoras ‘escondam’ carteiras de fundos por 6 meses; quem ganha e quem perde

Resolução pode evitar que investidores repliquem portfólios com boa perfomance, diz gestor

Data de publicação:07/11/2022 às 12:18 - Atualizado 2 anos atrás
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Na última terça-feira, 01, a Comissão de Valores Mobiliários divulgou a Resolução CVM 172, que promove alterações temporárias e de caráter experimental sobre a divulgação do demonstrativo de composição e diversificação de carteira (CDA) de fundos de investimento.

Os fundos de investimento classificados como ações e como previdenciários de ações, de gestão ativa, poderão omitir, por até 180 dias, a identificação e a quantidade de valores mobiliários na carteira, sem necessidade de enviar solicitação fundamentada à CVM para isso. Esta medida passará a valer a partir de 01 de dezembro de 2022.

Foto: Reprodução

Nesta resolução, o CDA enviado à CVM passará a ser disponibilizado no site da instituição em periodicidade trimestral, permanecendo inalterada a obrigação de envio mensal da carteira.

O CEO da Finacap Investimentos, Luiz Fernando Araújo, avalia a medida como positiva e afirma que a divulgação mensal de carteiras por gestores ativos pode dificultar estratégias. Além disso, essa troca na periodicidade, de acordo com Araújo, "pode evitar que investidores ou outros players do mercado repliquem portfólios de gestores que atingiram uma boa performance, a fim de preservar o capital intelectual de alguns operadores".

Ao mesmo tempo, o CEO da Finacap destaca que o principal ponto negativo está na governança das empresas. Segundo Araújo, identificar quais os fundos têm posições relevantes nas empresas, que é uma métrica utilizada por ele, pode ser uma tarefa mais difícil a partir dessa resolução.

À primeira vista, o especialista em investimentos da Mais Retorno, Luís Felipe Vieira, acredita que esse movimento de alongar o período de divulgação do portfólio da carteira pode dificultar o repasse de informações detalhadas para os investidores.

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Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno