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Economia

'Não vai ser fácil', diz Bloomberg sobre promessas de Lula para terceiro mandato

A forte polarização no País e confiança do PT corroída por escândalos de corrupção complicam o início de mandato

Data de publicação:02/01/2023 às 14:48 -
Atualizado um ano atrás
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Luiz Inácio Lula da Silva retomou o comando da maior democracia da América Latina prometendo trazer de volta a inclusão econômica e a garantia que marcaram seus dois primeiros mandatos como presidente do Brasil entre 2003 e 2011.

Não será fácil: o Brasil se tornou mais politicamente polarizado nas últimas duas décadas, com a confiança em seu Partido dos Trabalhadores corroída por escândalos de corrupção. O mundo também se tornou um lugar mais difícil para os países de mercados emergentes, especialmente aqueles com questões fiscais não resolvidas.

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Lula assume com País polarizado politicamento - Foto: Reprodução

A posse do líder esquerdista começou no domingo, em Brasília, com desfile pela esplanada dos ministérios e primeira parada no Congresso Nacional. Lá, o político de 77 anos prestou juramento e fez seu discurso inicial como presidente, dizendo que estava assinando medidas que permitiriam que as empresas estatais retomassem seu papel de impulsionar o desenvolvimento econômico.

“Os bancos públicos, principalmente o BNDES, assim como as empresas que lideram o crescimento e a inovação, como a Petrobras, terão um papel fundamental neste novo ciclo”, disse Lula, prometendo também governar com realismo fiscal e monetário. “A roda da economia voltará a girar e o consumo popular terá papel central nesse processo.”

A segunda parada de Lula foi no Palácio do Planalto, seu endereço oficial de trabalho, onde ocorreu a tradicional cerimônia de passagem de poder sem a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que faltou à posse para viajar aos Estados Unidos. Em vez disso, a faixa verde e amarela que é tradicionalmente passada de um líder para outro foi entregue a Lula por uma mulher negra que trabalha como catadora de lixo - parte de um grupo maior incluindo um líder indígena, um homem com deficiência física e um negro criança simbolizando os brasileiros mais vulneráveis.

Da prisão ao terceiro mandato: a volta histórica de Lula

Seu segundo discurso então assumiu um tom emocional. Falando para milhares de simpatizantes reunidos em frente ao palácio, Lula começou agradecendo aos que o apoiaram durante sua passagem pela prisão, mas disse que governará para todos e pediu paz na sociedade politicamente dividida. Ele foi às lágrimas ao falar sobre as profundas desigualdades do país.

A segurança foi reforçada em Brasília depois que alguns dos apoiadores de Bolsonaro se envolveram em protestos violentos contra a vitória de Lula em 30 de outubro. pretendia explodir um caminhão-tanque perto do aeroporto internacional de Brasília. A explosão foi apenas uma das outras táticas de terror planejadas por um grupo de pessoas que buscavam espalhar o caos, o que eles acreditavam que forçaria a intervenção dos militares, impedindo a posse de Lula.

Pacificar um país politicamente dividido, assim como melhorar as relações com os militares, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, estão entre as tarefas mais prementes de Lula. Ele já começou a enfrentá-los, nomeando membros-chave do gabinete que receberam a missão de melhorar o diálogo com outras instituições de governo.

Mundo mudado

Seu outro desafio, talvez o mais difícil, é cumprir várias promessas de campanha que exigem mais gastos e investimentos sociais em um momento em que as finanças públicas brasileiras estão mais frágeis, a inflação segue acima da meta e os juros altos. Uma possível recessão global só aumentaria os problemas do Brasil, já que os principais bancos centrais continuam apertando a política monetária em todo o mundo.

“O desafio de Lula será iniciar o processo de reequilíbrio das contas públicas — seja com aumento de receita ou corte de despesas — que viabilize o crescimento econômico e possibilite a expansão de sua base social após reuniões tão conflituosas”, disse Júnia Gama, alta política Analista na XP Inc.@. Ele deu esse trabalho a Fernando Haddad , um economista de tendência esquisita que, como ministro da Fazenda, ainda não apresentava uma estrutura fiscal confiável que permitisse ao mesmo tempo que Lula aumentasse os gastos e garantisse a sustentabilidade da dívida no longo prazo. Um de seus primeiros testes aprovará a substituição do teto de gastos do país, principal âncora fiscal do Brasil que já perdeu quase toda a confiança junto aos investidores, ao mesmo tempo em que avança na reforma do complexo sistema tributário brasileiro.

Há preocupação no ar. “Os primeiros meses serão essenciais para vermos a disposição do governo para enfrentar agendas impopulares necessárias para o crescimento sustentável do país”, disse Gama.

Mas Lula também mudou. Depois de ficar 580 dias preso por acusações de corrupção que foram rejeitadas pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-sindicalista voltou com a proposta de unir forças com partidos e lideranças de esquerda distantes, bem como políticos de centro, para criar uma coalizão grande e plural capaz de derrotar Bolsonaro nas eleições.

Embora a coalizão tenha cumprido seu propósito, o júri ainda não decidiu se o Partido dos Trabalhadores realmente dividirá o poder com outros grupos, particularmente em decisões governamentais mais cruciais.

A aliança política que vai além da ideologia de esquerda do Partido dos Trabalhadores de Lula pode lhe dar alguma estabilidade política, diz Flávia Biroli, cientista política da Universidade de Brasília.

“Não seremos um país como o Peru, onde durante anos não foi possível formar uma coalizão que permitisse estabilidade política”, afirmou.

Tais alianças serão particularmente importantes para lidar com apoiadores mais radicais de Bolsonaro que conquistaram assentos no Congresso.

“Temos uma extrema-direita atuante e mobilizada, que tende a ser um elemento presente nas próximas eleições”, afirmou Flávia Biroli. “Isso não vai acabar mesmo que Bolsonaro deixe de ter um papel de destaque na política brasileira.” /Bloomberg

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