Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 4 de agosto
Investidores acompanham o mercado internacional e digerem diretrizes monetárias do BC local
Em dia de agenda local esvaziada, a Bolsa opera em alta nesta quinta-feira, 4, descolada do mercado americano. Às 15h05, o Ibovespa avançava 2,20%, recuperando o patamar dos 106 mil pontos. O dólar caía 1,13%, cotado a R$ 5,21.
Os investidores seguem repercutindo a decisão do Banco Central de elevar a Selic, taxa básica de juros do País, em 0,50 ponto porcentual, elevando-a para 13,75% ao ano, maior patamar dos últimos cinco anos.
A alta já era esperada pelo mercado e o que estava realmente no radar era o tom que o BC adotaria no comunicado que acompanhou a decisão. No documento, o Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu que a inflação segue elevada e considera mais um ajuste de menor magnitude na próxima reunião do colegiado, que acontece em setembro.
Para Caio Megale, economista-chefe da XP, mesmo com essa sinalização do BC, a casa mantém a expectativa de que a Selic se mantenha inalterada em 13,75% ao ano até meados de 2023.
"Não acreditamos que esse patamar seja suficiente para trazer o IPCA para a meta no próximo ano, mas certamente ajudará a aumentar a probabilidade da inflação dentro da meta em 2024".
Caio Megale, da XP
No âmbito fiscal interno, o presidente Jair Bolsonaro sancionou uma Medida Provisória que autoriza a realização de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil.
A concessão de empréstimos vem em um momento de dúvidas sobre se o valor do benefício será realmente mantido em R$ 600 no próximo ano, como prometeu Bolsonaro e o candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
O dia na Bolsa
O Ibovespa é impulsionado para cima com a influência da valorização das ações de empresas de e-commerce, que refletem a sinalização do Copom sobre os juros. Às 15h11, os papeis da Magazine Luiza, Via, Americanas, Lojas Renner e Grupo Soma subiam 14,33%, 12,21%, 3,87%, 4,00% e 8,45%, respectivamente.
Os bancos também ajudam nesse movimento, com gigantes como Itaú, Bradesco e Santander avançando 1,97%, 2,12% e 1,13%, na sequência, no mesmo horário.
Maiores altas
Empresa | Ticker | Variação |
Méliuz | CASH3 | +15,93% |
Qualicorp | QUAL3 | +14,46% |
Magazine Luiza | MGLU3 | +13,99% |
MRV | MRVE3 | +14,03% |
Gol | GOLL4 | +13,55% |
Maiores baixas
Empresa | Ticker | Variação |
BRF | BRFS3 | -2,11% |
Minerva | BEEF3 | -1,48% |
PetroRio | PRIO3 | -1,52% |
JBS | JBSS3 | -1,42% |
SLC Agrícola | SLCE3 | -0,70% |
Movimentação no exterior
Wall Street e Europa: EUA em queda e praças da zona do euro no positivo
No exterior, o clima é misto entre as bolsas americanas, que operam sem direção única, e os principais índices europeus, que encerraram o dia em alta.
Nos Estados Unidos, os investidores seguem monitorando com cautela as falas mais duras de representantes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre o controle da inflação, o que aponta juros mais elevados e um maior risco de uma possível recessão.
Além disso, digerem dados da economia do país, como o déficit comercial americano, que registrou queda de 6% em junho ante maio, somando US$ 79,61 bilhões, segundo dados do Departamento do Comércio.
O mercado previa um déficit maior no período, de US$ 80 bilhões. As exportações dos EUA subiram 1,7% na comparação mensal de junho, a US$ 260,80 bilhões, enquanto as importações caíram 0,3% no período, a US$ 340,41 bilhões.
Outra informação econômica divulgada durante a manhã foi o volume de pedidos de auxílio-desemprego no país, que subiu 6 mil na semana encerrada em 30 de julho, somando 260 mil solicitações, número em linha com as expectativas dos analistas.
Já na Velha Economia, mais um BC subiu os juros. Desta vez foi o Banco da Inglaterra (BoE), que elevou em 0,50 ponto porcentual a taxa de juros do país, a 1,75% ao ano.
Bolsas americanas/índices
- S&P 500: -0,03%
- Dow Jones: -0,23%
- Nasdaq 100: +0,24% (dados atualizados às 15h33)
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (pan-europeu): +0,17% (439,06 pontos)
- DAX (Frankfurt): +0,55% (13.662 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,03% (7.448 pontos)
- CAC 40 (Paris): +0,57% (6.513 pontos)
Bolsas asiáticas concluem o pregão em alta
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quinta-feira, 4, após um rali em Wall Street e à medida que tensões geopolíticas diminuíram com o fim da viagem da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.
O índice Hang Seng liderou o movimento na região, com ganho de 2,06% em Hong Kong, aos 20.174 pontos. Apenas a ação local do gigante do e-commerce chinês Alibaba saltou 5,15%, na expectativa para resultados financeiros previstos para hoje.
Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,80%, aos 3.189 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,86%, aos 2.135 pontos.
Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei registrou alta de 0,69% em Tóquio, aos 27.932 pontos, e o sul-coreano Kospi se valorizou 0,47% em Seul, aos 2.473 pontos.
O apetite por risco foi em parte inspirado pelas bolsas de Nova York, que tiveram um rali ontem na esteira de dados econômicos e balanços corporativos melhores do que o esperado nos EUA.
Também contribuiu para a melhora do sentimento na Ásia o fato de Pelosi ter encerrado ontem uma viagem de dois dias a Taiwan, que enfureceu o governo chinês.
De lá, a presidente da Câmara americana partiu para a Coreia do Sul e, em seguida, para o Japão, como parte de uma turnê pela região.
Apesar do alívio, analistas dizem que ainda há riscos geopolíticos, uma vez que a China está conduzindo exercícios militares em áreas próximas de Taiwan, que Pequim considera ser parte do território chinês.
Não por acaso, o Taiex contrariou o tom positivo do dia e fechou em baixa de 0,51% na bolsa taiwanesa, aos 14.702 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou praticamente estável, com perda marginal de 0,01% do S&P/ASX 200, aos 6.974 pontos. / com Agência Estado
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