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Bolsa de Valores
Mercado Financeiro

Mercado tem ata do Fed e dados da economia americana na agenda da semana; cenário doméstico preocupa

Dados externos da economia chamam a atenção, mas contexto político-econômico do País é preocupante

Data de publicação:16/08/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Com uma agenda doméstica sem indicadores econômicos de maior relevância nesta semana, o mercado financeiro tende a lançar o olhar ao exterior, onde o principal evento á a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, banco central americano).

O documento será conhecido na próxima quarta-feira, 18, e a expectativa de analistas é que seu conteúdo venha em linha com o comunicado divulgado após o encontro, sem maiores surpresas.

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Dados da produção chinesa e também americana estão no radar da semana - Foto: Pixabay

A expectativa é que a ata reafirme que a inflação americana é transitória e setorial, sem necessidade de flexibilização da política de estímulos monetários, que consistiria na redução gradual do lote de recompra de títulos pelo Fed.

Dois dados de produção industrial no exterior também serão destaque na semana. Nesta segunda-feira, 16, serão conhecidos os números da produção industrial chinesa em julho e na terça-feira, 17, os dados da produção manufatureira de julho nos Estados Unidos.

A agenda doméstica fraca não significa que os investidores e gestores de mercado trabalharão sem conexão com o cenário doméstico. Indicadores externos dividirão a atenção com notícias e fatos internos, relacionados principalmente à política e economia.

A tensão entre Poderes, com os ataques do presidente Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pode agravar a crise política e causar maior instabilidade nos mercados. Investidores estão preocupados também com o compromisso fiscal do governo de não estourar o teto de gastos com a proposta de novo programa social.

Mercado na defensiva com deterioração do cenário

O aumento de incertezas com a deterioração da crise política, que gera dúvidas em relação a uma retomada mais forte da economia, pode deixar o investidor mais cauteloso e na defensiva.

Sem renovado alento com a economia e a Bolsa de Valores marcando passo, em meio a muitas dúvidas, o investidor tende a ficar animado com a renda fixa, considerada mais segura. E até mais rentável, com juros futuros em alta que encostaram em 10% ao ano para vencimentos mais longos.

Quem aplica em títulos que remuneram por essas taxas poderia travar uma rentabilidade atraente por muitos anos quando, se o aperto monetário comandado pelo Banco Central for bem-sucedido no controle da inflação, a Selic poderá estar fazendo o caminho de volta para patamares mais baixos.

Pelos dados do último boletim Focus, analistas de mercado estimam uma inflação de 6,81%, para este ano, e de 3,84%, em 2022. Os dados indicam também que o mercado prevê uma Selic de 7,25% no fim deste ano que seria mantida até o fim de 2022.

A temporada de apresentação de balanços trimestrais abril/junho chega ao fim nesta segunda-feira, com a divulgação de resultados de quatro companhias: Alupar, IRB Brasil, Hermes Pardini e Gafisa.

Cenário político: Bolsonaro x Poderes

O tenso cenário político no País, com o agravamento da crise institucional no governo, segue na pauta de atenção dos investidores. No último final de semana, em mensagens publicadas no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai levar ao Senado um pedido de abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A manifestação ocorreu após a prisão, no último sábado, 14, de seu aliado e ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB. A prisão ocorreu por ordem de Moraes, após ataques do ex-deputado a instituições. “Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura, a qual não provocamos e desejamos”, escreveu o presidente Bolsonaro em sua rede social.

"De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal", completou.

O clima entre Bolsonaro, STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esquentou após o presidente insistir nos ataques às urnas eletrônicas e na insinuação de que há um complô para fraudar as eleições de 2022 a fim de evitar sua vitória no pleito.

O Judiciário voltou do recesso disposto a dar uma resposta dura a Bolsonaro. Primeiramente, a corte eleitoral decidiu, por unanimidade, abrir um inquérito para apurar as acusações feitas pelo presidente, sem provas, de que o TSE frauda as eleições.

Depois, Barroso assinou uma queixa-crime contra chefe do Executivo e recebeu o aval do plenário da corte eleitoral para enviá-la ao STF.

Também na semana passada, o corregedor-geral do TSE, ministro Luís Felipe Salomão, solicitou ao Supremo Tribunal Federal o compartilhamento de provas dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos com a ação que pode levar à cassação de Bolsonaro.

No mesmo dia, Moraes aceitou a queixa-crime de Barroso e incluiu Bolsonaro como investigado no inquérito das fake news.

NY: futuros em queda

No cenário externo, as bolsas de Nova York operam em queda com os investidores no aguardo da audiência do presidente do Fed, Jerome Powell, que acontece na próxima terça-feira, 17, e que pode dar pistas sobre se a série recente de fortes dados econômicos se qualifica como um “processo adicional” para a autoridade monetária reconsiderar a redução de estímulos.

As especulações sobre um anúncio na reunião de Jackson Hole, evento que acontece no fim deste mês, se aprofundam, mesmo com os dados da última sexta-feira, 13, mostrando que a confiança do consumidor americano despencou para o mínimo de quase uma década.

Além da fala de Powell, os investidores monitoram também as últimas datas do Fomc (Copom americano) nesta semana, já que há visões conflitantes sobre se a ata da inflação irá estimular a volatilidade persistente nos títulos do Tesouro.

As ações nos Estados Unidos bateram recordes na semana passada, impulsionadas pelo avanço global da vacinação, mas a variante delta do coronavírus continua sendo uma ameaça.

Além disso, dominando as manchetes do final de semana está o alarme retorno do Taleban, que assumiu novamente o controle do Afeganistão no vácuo deixado pela saída das forças armadas americana e da Otan.

Bolsas asiáticas fecham em queda

Os mercados acionários da Ásia fecharam na maioria em baixa, nesta segunda-feira, após indicadores da China frustrarem a expectativa dos investidores. No Japão, o Produto Interno Bruto (PIB) veio um pouco acima do esperado, conforme divulgação feita na véspera, mas isso não foi suficiente para reverter o quadro de cautela predominante.

Na própria China, não houve sinal único nas praças. A Bolsa de Xangai terminou perto da estabilidade, em alta de 0,03%, aos 3.517,34 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,58%, aos 2.568,14 pontos. Na agenda de indicadores, a produção industrial, as vendas no varejo e os investimentos em ativos fixos frustraram as previsões em julho.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) injetou yuans no sistema financeiro por meio de um instrumento de empréstimos de médio prazo, atuação vista por muitos como um esforço para impulsionar a economia. Em relatório, o Citi considerou que a China deve reforçar o apoio monetário e fiscal, diante do quadro de desaceleração econômica.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 1,62%, aos 27.523,19 pontos. Ações de empresas de eletrônicos e de maquinário puxaram as quedas, com o fortalecimento do iene pressionando papéis de exportadoras.

Na agenda, foi informado que o PIB do Japão cresceu 0,3% no segundo trimestre ante o anterior, acima da previsão de avanço de 0,2%.

A Pantheon diz que o crescimento japonês deve seguir modesto neste ano, com a covid-19 contendo a atividade em geral, mas a consultoria acredita que pode haver mais apoio fiscal no país para apoiar o quadro.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou queda de 0,80%, aos 26.181,46 pontos, em sua terceira baixa consecutiva.

Em Taiwan, o índice Taiex caiu 0,73%, aos 16.858,77 pontos. Já a Bolsa de Seul não operou nesta segunda-feira, devido a um feriado na Coreia do Sul.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em baixa de 0,61%, aos 7.582,50 pontos, após recordes históricos recentes. Ações do setor financeiro estiveram entre as mais penalizadas nesta segunda-feira, com mineradoras também em queda. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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