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Jive e Mauá
Mercado Financeiro

Mercado segue cauteloso com tensões locais na política e economia

Deterioração do cenário doméstico enfraquece a bolsa e fornece combustível ao dólar

Data de publicação:24/08/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro continua movimentando os negócios com um sentimento de cautela redobrada em face do agravamento da crise política, com novos lances preocupantes a cada dia e da deterioração de expectativas em relação ao controle das contas públicas.

O pedido de impeachment do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado ao Senado pelo presidente Jair Bolsonaro, adicionou mais incerteza em relação aos desdobramentos da crise política, que tem como ponto central o embate entre Poderes.

Foto: Anna Nekrashevich
Fazer investimentos via aplicativos caiu na preferência dos consumidores - Foto: Anna Nekrashevich

Ao fazer a solicitação ao Senado, na sexta-feira, o presidente Bolsonaro adiantou que esta semana faria mais. Prometeu apresentar pedido idêntico contra outro ministro do STF, Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os capítulos que se sucedem a cada dia lançam temor no mercado sobre os próximos lances do confronto que, para parte dos especialistas, poderiam levar ao aumento de radicalização por parte de pró-bolsonaristas em enfrentamentos até com ingredientes de violência. 

A inquietação dos investidores com o aumento de risco político caminha em marcha batida com outra preocupação, a persistente dúvida em relação à manutenção do ajuste fiscal, mediante controle das despesas do governo nos limites impostos pela regra do teto de gastos.

Mercado receia estouro nas despesas do governo

O principal fator de mal-estar nos mercados é a perspectiva de criação do Auxílio Brasil, benefício que faz parte do novo programa social do governo, sem valor definido, mas que deve superar ao do Bolsa Família.

A proposta que prevê a criação do novo benefício, que vai substituir o Bolsa Família, espera aprovação pelo Congresso em um momento que a mudança no imposto de renda, no âmbito do projeto de reforma tributária, está com o debate paralisado na Câmara e sem perspectiva de votação, após dois adiamentos.

Para especialistas de mercado, ou uma fonte de financiamento do Auxílio Brasil seria definido no âmbito dessa reforma ou o governo precisaria buscar outra fonte, como o pagamento parcelado dos precatórios. Uma proposta de emenda constitucional (PEC), que propõe essa saída e também não agrada ao mercado, está parada no Congresso.

É nesse ambiente doméstico recheado de incertezas que o mercado financeiro segue desalentado, reagindo apenas a fatos ou expectativas pontuais. Na véspera, o mercado nem sequer respondeu ao dia mais positivo no exterior, em que o destaque foi a vistosa alta das bolsas americanas.

Impeachment dos ministros

Após solicitar ao presidente da Câmara, Arthur Lira, os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro entregues a ele, o vice-presidente da Casa, Marcelo Ramos, afirmou que os deputados precisam se debruçar sobre as "manifestações antidemocráticas" do chefe do Executivo.

Ramos ainda defendeu a reunião de governadores, que aconteceu no dia anterior, em defesa da democracia. "Eu espero que amanhã sejam os parlamentares, para definir qual é o limite desse avanço autoritário do presidente Bolsonaro. A democracia é o que temos de mais valioso", declarou.

Ramos ainda se posicionou contra o requerimento de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado pelo presidente da República ao Senado. "Li a peça. É absolutamente insustentável", declarou. O vice-presidente da Câmara é advogado.

Sobre o veto do Palácio do Planalto ao fundo eleitoral, pivô do rompimento entre o "número dois" da Câmara e a família Bolsonaro, Ramos disse que vai esperar o envio da lei orçamentária anual ao Congresso Nacional. "Não adianta ter vetado e na lei orçamentária mandar R$ 4 bilhões para o fundo eleitoral. Então vou esperar", afirmou.

Bolsonaro na PF

Na véspera, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou que o delegado de Polícia Federal, Felipe Alcântara de Barroso Leal, possa colher novos depoimentos no caso que investiga a denúncia de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na PF, com o intuito de proteger seus filhos e aliados.

A decisão de Moraes ocorre apenas dois dias após Leal encaminhar uma petição ao Supremo para solicitar a retomada da tramitação regular do inquérito, de forma que as investigações avancem.

"Diante do exposto, autorizo o Delegado de Polícia Federal a proceder às oitivas de eventuais testemunhas sem a necessidade de intimação nos termos antes determinados, inclusive dos advogados dos investigados", escreveu o ministro.

Na petição encaminhada ao gabinete de Moraes, o delegado da PF pede ao relator que julgue se a decisão do ex-ministro Celso de Mello, que divulgou as gravações da reunião ministerial realizada em abril de 2020 pelo governo Bolsonaro, continua valendo.

Os vídeos do encontro entre as autoridades do primeiro escalão do governo foram o estopim da crise que atingiu Bolsonaro, a partir da denúncia de que ele estaria interessado em usar politicamente a PF, inclusive com a solicitação de relatórios de inteligência policial.

NY: futuros em alta

No cenário externo, os futuros operam em alta nas bolsas de Nova York, com o mercado mais otimista, o que se refletiu na véspera com a alta dos mercados, sobre as vacinas no país e dados locais.

No pregão anterior, o Nasdaq renovou seu recorde de fechamento e o S&P 500, a máxima histórica intraday. No fechamento, o Dow Jones avançou 0,61%, a 35.335,71 pontos, o S&P 500 subiu 0,85%, a 4.479,53 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,55%, a 14.942,65 pontos.

Nos EUA, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, a Anvisa norte-americana) anunciou, pela primeira vez, a aprovação integral - não mais apenas emergencial - da aplicação da vacina contra a covid-19 em maiores de 16 anos. O imunizante produzido pela Pfizer, em parceria com a BioNTech, recebeu a concessão.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou a aprovação um "marco" no combate à pandemia e informou que mais de um milhão de doses do imunizante foram aplicadas nos últimos três dias, maiores taxas desde junho.

Na análise da TD Securities, é o medo da cepa delta do coronavírus que impulsiona a vacinação pelo país. Para a Oxford Economics, de modo geral, a delta não é motivo para "grande pânico", pois "em vez de empurrar as economias de volta à recessão, o mais provável é que a recuperação apenas recue no curto prazo".

Na semana, investidores também aguardam o Simpósio de Jackson Hole, evento anual do Fed de Kansas, que acontece na próxima sexta-feira, 27. Nesta segunda, porta-voz da Casa Branca disse que Biden não tem cronograma para decidir sobre o próximo presidente do banco central.

Além disso, a trajetória dos preços segue no foco dos investidores. Em entrevista o professor da Universidade de Chicago, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex-presidente do banco central da Índia, Raghuram Rajan, afirmou que a inflação dos EUA ficará elevada por um período mais longo do que o previsto pelo Fed, por conta do mercado de trabalho já estar "bem apertado".

Bolsas asiáticas fecham em alta

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira, seguindo o desempenho positivo dos mercados de Nova York, que ontem foram impulsionados por esperanças de maior imunização contra covid-19 nos EUA após a aprovação integral da vacina da Pfizer e BioNTech pelo regulador de saúde do país.

O índice acionário japonês Nikkei subiu 0,87% em Tóquio hoje, aos 27.732,10 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 2,46% em Hong Kong, aos 25.727,92 pontos.

O sul-coreano Kospi valorizou 1,56% em Seul, aos 3.138,30 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,46% em Taiwan, aos 16.818,73 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto teve alta de 1,07%, aos 3.514,47 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,77%, aos 2.463,85 pontos, após indícios de que o último surto de coronavírus do país perdeu força.

Há preocupações com o lento ritmo de vacinação na região asiática. Embora estejam em queda na Índia, Taiwan e Indonésia, os casos de infecção por covid-19 ganharam força no Japão, Coreia do Sul, Malásia, Filipinas e Vietnã.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou levemente no azul hoje, apesar de fortes perdas de empresas que divulgaram balanços anuais. O S&P/ASX 200 subiu 0,17% em Sydney, aos 7.503,00 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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