Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta terça-feira, 18 de janeiro
Após fechar em baixa de 0,52% no dia anterior, a Bolsa opera com volatilidade nesta terça-feira, 18. Do lado favorável, a valorização das ações da Petrobras,…
Após fechar em baixa de 0,52% no dia anterior, a Bolsa opera com volatilidade nesta terça-feira, 18. Do lado favorável, a valorização das ações da Petrobras, que sobem 0,60%, ajudam o Ibovespa a buscar a alta. Os papéis da petroleira refletem a disparada no preço do barril do petróleo no mercado externo.
Do lado negativo, a aversão ao risco do mercado internacional e a paralisação dos servidores federais, que pleiteiam reajuste salarial - o que pode causar um rombo nas contas públicas do País - contribuem para o principal índice da B3 registrar algumas baixas. Às 15h, o Ibovespa reportava queda de 0,47%, aos 105.879 pontos. Já o dólar subia 0,93%, cotado a R$ 5,578.
Nos Estados Unidos, a forte queda nos futuros reflete o aumento do temor de que o processo de aperto monetário pode ser mais rápido e intenso do que o esperado. A migração de investidores da renda variável para a renda fixa propiciou um salto nos rendimentos dos Treasuries, o que sinaliza que eles estão se preparando para o aumento nas taxas de juros que será aplicado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para segurar a inflação.
O que mais chamou a atenção do mercado foi que, pela primeira vez desde fevereiro de 2020, os rendimentos dos títulos da dívida americana para dois anos passaram de 1%, enquanto os rendimentos de 10 e 30 anos também avançaram.
Dessa forma, os pedidos para que a autoridade monetária aja com mais rapidez para conter as pressões sobre os preços tem sido uma crescente em Wall Street.
O aumento das apostas altistas nas taxas de juros ganhou ainda um aditivo geopolítico, com a disparada no preço do petróleo, com o barril sendo cotado a cerca de US$ 86, por conta de um desequilíbrio entre oferta e demanda, além de atritos entre a Rússia e a Ucrânia e tensões no Oriente Médio.
Segundo Pietra Guerra, especialista da Clear Corretora, essa alta deve contribuir para o cenário de inflação global. "É importante a gente olhar também essa tendência de forte demanda por petróleo, que sustenta esses preços altos, vem muito pelas maiores regiões consumidoras do mundo, como Europa e Estados Unidos, que seguem se recuperando da covid-19 e consumindo o óleo que serve de motor para as grandes economias".
Em paralelo, a temporada de balanços corporativos segue a todo vapor, em uma semana marcada pela divulgação mais intensa dos gigantes financeiros. Para esta terça-feira estão previstos a publicação dos resultados do quarto trimestre de 2021 de empresas como o Goldman Sachs, Bank of New York Mellon, Charles Schwab Corporation, entre outros.
Segundo analistas, a questão agora é avaliar se os lucros das empresas que estão sendo apresentados serão suficientes para reduzir a apreensão do mercado, que ainda está às voltas com os desafios da disseminação rápida da variante ômicron pelo mundo.
Bolsas americanas/índices futuros
- S&P 500: - 1,00%
- Dow Jones: - 0,95%
- Nasdaq 100: - 1,62% (dados atualizados às 11h23)
Cenário interno: paralisação dos servidores federais aumenta temor sobre descontrole fiscal
No ambiente interno, ajuda a pesar no clima tenso do mercado a ameaça de paralisação por parte dos servidores federais que pedem reajuste salarial. A mobilização preocupa o mercado por conta do impacto negativo que um possível aumento possa provocar nas contas públicas. Algumas categorias do funcionalismo têm reivindicado um reajuste salarial que o governo propôs apenas aos policiais.
Aos investidores, nessa queda de braço, vêm à memória uma novela na qual os capítulos finais podem reprisar os de anteriores em que, em igual circunstância, o Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta a uma ação, poderia vir a conceder liminar estendendo reajuste a todos os servidores.
Uma decisão do Supremo à eventual ação movida por uma categoria em favor de todo o funcionalismo resultaria em uma conta adicional de bilhões de reais que faria implodir as contas públicas e levar a pique o equilíbrio fiscal, em um cenário de grande temor com a inflação.
Juros futuros em linha com o dólar
Os juros futuros abriram em leve baixa nesta terça-feira, mas logo ganharam força, em sintonia com o dólar em dia de aversão ao risco no exterior. Os investidores também estão na espera do leilão de NTN-B e LFT do Tesouro, que acontece a partir das 11h.
Às 9h34, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 marcava 12,05%, de 12,02% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2025 estava em 11,45%, de 11,41%, e o para janeiro de 2027 exibia taxa de 11,40%, de 11,41% no ajuste anterior.
Sobe e desce da Bolsa
As maiores altas
PetroRio (PRIO3) | + 3,86% |
Gerdau (GGBR4) | + 2,49% |
Cogna (COGN3) | + 0,92% |
3R Petroleum (RRRP3) | + 1,75% |
CSN (CSNA3) | + 1,83% |
As maiores baixas
Locaweb (LWSA3) | -5,24% |
Banco Inter (BIDI11) | - 5,15% |
BRF (BRFSA3) | - 3,80% |
Cielo (CIEL3) | - 2,36% |
BTG Pactual (BPAC11) | - 3,40% |
Exterior
Europa: bolsas em queda com EUA e dados econômicos
Na zona do euro, as principais praças financeiras operam em queda, refletindo o cenário de aperto monetário adotado por diversos BCs ao redor do mundo, assim com os últimos dados econômicos do bloco.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a taxa de desemprego nos países que integram a instituição recuou de 5,7% em outubro de 2021 para 5,5% em novembro do ano passado, contabilizando o sétimo mês consecutivo.
De acordo com a OCDE, o indicador segue 0,2 ponto porcentual acima do nível de fevereiro de 2020, antes do primeiro choque causado pela pandemia.
No entanto, a instituição aponta que a queda na taxa de desemprego deve ser interpretada com cautela, “pois reflete em grande parte o retorno de trabalhadores demitidos temporariamente nos Estados Unidos e no Canadá, onde são registrados como desempregados, ao contrário da maioria de outros países”.
A organização acrescenta que os dados podem mascarar a real fraqueza do mercado de trabalho, uma vez que algumas pessoas sem trabalho podem ter saído da força de trabalho por não estarem mais buscando emprego.
Além desse dado, o instituto alemão Zew comunicou que o índice de expectativas econômicas do país subiu de 29,9 pontos em dezembro para 51,7 pontos em janeiro.
O resultado deste mês superou as expectativas dos analistas, que previam um avanço do indicador a 32,5 pontos. Por outro lado, o índice de condições atuais medido pelo instituto teve piora no período, ao cair de -7,4 para -10,2 pontos.
Bolsas europeias/principais praças
- Stoxx 600 (Europa): - 0,34%
- FTSE 100 (Londres): - 0,55%
- DAX (Frankfurt): - 0,94%
- CAC 40 (Paris): - 0,82% (dados atualizados às 10h26)
Ásia: bolsas fecham em baixa com EUA
As bolsas asiáticas concluíram o pregão desta terça-feira majoritariamente em baixa, à medida que os investidores voltam a focar sua atenção na perspectiva de aperto monetário nos Estados Unidos. Por outro lado, o Banco do Japão (BoJ) não apenas reafirmou sua política ultra-acomodatícia, como descartou a possibilidade de aumentar juros antes que a inflação convirja para sua meta oficial de 2%.
O Fed vem sugerindo que deverá anunciar sua primeira elevação de juros em março, diante da persistência da inflação alta e à medida que o mercado de trabalho segue se recuperando dos impactos da pandemia de covid-19. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/principais bolsas asiáticas
- Nikkei (Tóquio): - 0,27% (28.257 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): - 0,43% (24.112 pontos)
- Kospi (Seul): - 0,89% (2.864 pontos)
- Taiex (Taiwan): - 0,79% (3.569 pontos)
- Xangai Composto (Xangai): + 0,80% (3.569 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydnei): -0,11% (7.480 pontos)