Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta sexta-feira, 25 de fevereiro

Piora no conflito entre os dois países é acompanhado de perto pelos investidores

Data de publicação:25/02/2022 às 11:23 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa segue volátil nesta sexta-feira, 25, entre perdas e ganhos. Porém, no início da tarde engatou trajetória no azul. O mundo segue acompanhando os desdobramentos da invasão da Rússia na Ucrânia, que ganhou novos capítulos após a chegada das forças russas à Kiev, capital ucraniana.

Internamente, os investidores digerem dados da inflação ao produtor (IGP-M) , que seguiu em patamar elevado em fevereiro, porém abaixo das expectativas, puxada pela alta dos preços das commodities. Às 14h57, o Ibovespa subia levemente 0,14%, aos 111.748 pontos, e o dólar subia 1,27%, cotado a R$ 5,170.

Russos começam a chegar próximo do centro da capital ucraniana, em Kiev - Foto: AFP

A busca pela alta do Ibovespa é influenciada pela valorização de quase 3% das ações da Vale, que sobem após a mineradora divulgar seu balanço do quarto trimestre com lucro liquido mais de 600% acima do obtido no mesmo período de 2020, além de anunciar o pagamento de novos dividendos.

Para o economista Armando Castelar, pesquisador associado da FGV/Ibre, o padrão histórico observado em choques provocados por conflitos internacionais mostra que eles são críticos em um primeiro momento e, gradativamente, há uma acomodação, com a tendência de que os fundamentos econômicos prevaleçam. Ou seja, que os mercados respirem com um pouco mais de alívio após o "susto" inicial.

Seguindo essa premissa, as bolsas americanas operam em alta e as europeias fecharam na mesma toada positiva, recuperando uma parte das perdas.

Principais índices/bolsas de NY

  • S&P 500: +1,83%
  • Dow Jones: +2,30%
  • Nasdaq 100: +0,94% (dados atualizados às 15h01)

Bolsas europeias/fechamento

  • Stoxx 600 (Europa): + 3,32% (453,52 pontos)
  • FTSE 100 (Londres): +3,90% (7.487 pontos)
  • DAX (Frankfurt): +3,67% (14.568 pontos)
  • CAC 40 (Paris): +3,55% (6.752 pontos)

Invasão da Rússia na Ucrânia: novos desdobramentos

O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou na manhã desta sexta-feira, pelo horário de Brasília, período da tarde no horário local, que as forças russas entraram no distrito de Obolon, a menos de nove quilômetros do centro de Kiev, de acordo com o jornal The New York Times.

Os bombardeios também aumentaram nas últimas horas, e puderam ser ouvidos e sentidos em vários pontos da capital ucraniana.Em sua conta no Twitter, o ministério do Interior da Ucrânia disse ainda que os moradores devem "preparar coquetéis molotov" para tentar deter os invasores.

As forças russas aproximaram-se de Kiev após avançar rapidamente de três eixos, no Norte, Sul e Leste da Ucrânia. As duas primeiras frentes dirigiam-se à capital no início da ofensiva, segundo autoridades de inteligência ucranianas.

No fim da manhã, o presidente da Ucrânia, Volodmyr Zelenski, propôs ao presidente russo Vladimir Putin uma negociação, segundo a agência de notícias russa RIA. Em dois pronunciamentos diferentes Zelenski afirmou que a invasão russa é como um ataque da 2ª Guerra, que está disposto a dialogar e até mesmo adotar um "status neutro" - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

"Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento", disse, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. "Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?"

Volodmyr Zelenski, presidente da Ucrânia

Em outro pronunciamento na tarde de sexta-feira em Kiev (pelo horário ucraniano), o presidente pediu negociações com a Rússia. "Eu quero mais uma vez fazer um apelo ao presidente da Federação Russa. Vamos sentar na mesa de negociações e parar as mortes."

Adotando sua política usual de morder e assoprar, a Rússia deu respostas em direções contraditórias. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que Putin iria analisar a declaração de Zelenski, mas que ela seguia "um movimento numa direção positiva".

Juros futuros

Os juros futuros sobem nesta sexta-feira. Por volta das 14h50, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 subia para 11,30%, de 11,21% na abertura. O DI para janeiro de 2025 avançava para 11,42%, de 11,31%, e o DI para janeiro de 2023 marcava 12,45%, de 12,44%.

Sobe e desce da Bolsa

Maiores altas

CSN (CSNA3) +4,81%
3R Petroleum (RRRP3)+4,52%
Vale (VALE3)+2,78%
Bradespar (BRAP4)+2,34%
Hypera (HYPE3)+2,18%

Maiores baixas

Locaweb (LWSA3)-6,71%
Qualicorp (QUAL3) -5,63%
CCR (CCRO3) -4,92%
Cielo (CIEL3)-4,15%
JBS (JBSS3)-4,11%
Fonte: B3 (dados atualizados às 15h09)

Cenário interno: inflação no radar

No ambiente doméstico, além de monitorar os últimos acontecimentos da invasão russa na Ucrânia, os investidores se voltam para os novos dados ligados à inflação do País. Durante a manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice de Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 1,83% em fevereiro, avanço de 0,1 ponto porcentual ante janeiro – 1,82%.

O resultado ficou abaixo da mediana projetada pelos analistas de alta de 1,86%. No acumulado de 12 meses, o indicador recuou de 16,91%, em janeiro, para 16,12%, abaixo das estimativas do mercado, com mediana de 16,16%.

A aceleração do IGP-M do período foi puxada pelo avanço dos preços das commodities como milho e soja, que refletiu no aumento do Índice de Preços ao Produto Amplo (IPA-M), que atingiu 2,36% em fevereiro contra 2,30% no mês anterior.

Além dos novos dados, o mercado segue atento aos efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia na inflação do País, que, segundo economistas, deve impactar preços de itens importados como petróleo, gás e trigo, alimentos em geral e combustíveis.

Exterior

Wall Street: novos dados econômicos dividem a atenção com invasão russa na Ucrânia

Os futuros nas bolsas americanas seguem levemente positivos, dando continuidade à recuperação surpreendente dos mercados no dia anterior, após o forte impacto do início da invasão russa na Ucrânia.

Por lá, os investidores também repercutem novos dados econômicos dos Estados Unidos. O PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para balizar sua política econômica, avançou 0,6% em janeiro, bem cima do consenso do mercado, que esperava uma variação positiva de 0,2%.

Na base anual, o PCE subiu 6,10%, ante 5,90% em dezembro. No acumulado de 12 meses, a alta chega a 5,1%, maior número desde 1983. Já o pedido de bens duráveis subiu 1,6% em janeiro, ante projeção de avanço de 0,1% dos analistas.

Bolsas europeias operam em alta, seguindo a busca por recuperação

Após amargar fortes perdas no dia anterior, as bolsas europeias fecharam em alta, recuperando uma parte das perdas. Além de monitorar a invasão russa na Ucrânia, os investidores locais digerem novos dados econômicos do bloco.

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Insee, instituto de estatísticas francês, o Produto Interno Bruto (PIB) da França cresceu 0,7% no quarto trimestre de 2021 ante os três meses diretamente anteriores. O resultado confirmou a estimativa preliminar, divulgada há cerca de um mês.

Ao longo de 2021, o PIB francês registrou expansão de 7%, após sofrer um tombo de 8% em 2020, em meio aos efeitos da pandemia.

Já na Alemanha, o PIB do país encolheu 0,3% no quarto trimestre, de acordo com dados da Destatis. O resultado superou a estimativa original e a previsão dos analistas, de queda de 0,7% no período.

Na comparação anual, o PIB alemão teve expansão de 1,8% entre outubro e dezembro. Também neste caso, a leitura final ficou acima do cálculo preliminar e do consenso de analistas, de ganho de 1,4%. A Destatis também revisou levemente para cima a alta do PIB da Alemanha em 2021, de 2,8% para 2,9%.

Bolsas asiáticas fecham no positivo

Os mercados na Ásia fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, à medida que Wall Street se recuperou de forma surpreendente nos negócios da tarde do dia anterior, após inicialmente reagir em forte queda à invasão da Ucrânia por forças russas.

Na Oceania, a bolsa australiana teve leve alta nesta sexta, após sofrer ontem sua maior queda em um único dia desde setembro de 2020, de quase 3%. / com Tom Morooka e Agência Estado

Fechamento/bolsas asiáticas

  • Nikkei (Tóquio): +1,95% (26.476 pontos)
  • Kospi (Seul): +1,06% (2.676 pontos)
  • Taiex (Taiwan): +0,33% (17.652 pontos)
  • Xangai Composto (China continental): +0,63% (3.451 pontos)
  • Shenzhen Composto (China continental): +1,21% (2.310 pontos)
  • Hang Seng (Hong Kong): -0,59% (22.767 pontos)
Sobre o autor
Julia ZilligA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!