Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 24 de janeiro
Investidores aguardam reunião do Fed para ter conhecimento sobre os passos da política monetária dos EUA e acompanham a tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia
Após fechar a semana em alta de 1,88%, a Bolsa opera em queda nesta segunda-feira, 24, na esteira do mercado internacional. Por lá, vários assuntos estão sendo repercutidos pelos investidores, incluindo o aguardo da próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deve trazer uma nova decisão de política monetária para os Estados Unidos, aspecto que impacta nas economias globais.
Seguem ainda na pauta de acontecimentos que pesam no mercado o conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, a continuidade da divulgação dos balanços trimestrais lá fora e, internamente, o Orçamento 2022, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro que trouxe vetos com valor menor do que o esperado. Às 17h, o Ibovespa caía 1,58%, aos 107.219 pontos. Já o dólar subia 0,88%, cotado a R$ 5,503.
Ainda no mercado interno, a forte queda nas ações da Vale também é um ponto que puxa o Ibovespa para baixo, já que a companhia mineradora responde por mais de 14% de peso na cesta de ativos do principal índice da B3. As ações da empresa recuam mais de 2% com a desvalorização do preço do minério de ferro no exterior.
Investidores ao redor do mundo aguardam a primeira reunião do Fed de 2022, que acontece nesta semana, e que deve trazer o direcionamento para a política monetária dos EUA no ano. Para os analistas, a expectativa é que, a decisão tomara pelo Fomc (Copom americano) envolva intensificar o ritmo de redução do balanço, ou seja, menos dinheiro disponível na economia e também sinalize o início do ciclo de aumento de juros em março.
Segundo Pietra Guerra, analista da Clear Corretora, essa expectativa já tem impactado nas bolsas americanas. “Os três principais índices das bolsas americanas fecharam na semana passada na terceira semana consecutiva de queda, repercutindo muito essa expectativa de aumento de juros. A taxa dos títulos de longo prazo (Treasuries de 10 anos) já alcançaram 1,9%”, pontua.
Contribuem para o pessimismo por lá a divulgação dos lucros trimestrais dos bancos, referentes aos três últimos meses de 2021, que vieram pior do que o ano passado. “Também teve a Netflix, como um destaque negativo, com um número abaixo do esperado e uma projeção de desaceleração de crescimento”, reforça Guerra. Para essa semana, mais alguns nomes importantes reportam seus resultados, como IBM, Apple, Tesla e Microsoft.
Tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia
Além da apreensão sobre a reunião do Fed, o mercado segue cauteloso e preocupado com o possível ataque russo à Ucrânia, o que está impactando em uma forte queda nas bolsas americanas. O Departamento de Estados dos Estados Unidos retirou membros da família do embaixador em Kiev.
Segundo informações do New York Times, o presidente Joe Biden estava considerando enviar milhares de tropas dos EUA para aliados da Otan na Europa, juntamente com navios de guerra e aeronaves.
Um dos pontos que preocupa os investidores é o possível impacto disso nos preços do petróleo, que vem se mostrando resiliente.
Futuros/bolsas americanas
- S&P 500: - 3,15%
- Dow Jones: - 2,59%
- Nasdaq 100: - 3,90% (dados atualizados às 14h06)
Juros futuros em alta
Os juros futuros operam em queda nesta segunda-feira, em meio ao veto do presidente Jair Bolsonaro no Orçamento de 2022, à cautela no exterior antes da decisão de política monetária na quarta-feira, 26, e à discussão sobre redução de preços de combustíveis sem compensação fiscal.
Por volta das 13h50, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro para janeiro de 2027 recuava para 11,26%, de 11,33% na abertura. O DI para janeiro de 2025 marcava 11,15%, de 11,23%, e o para janeiro de 2023 exibia 11,88%, de 11,92%.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Marfrig (MRFG3) | + 5,57% |
Pão de Açúcar (PCAR3) | + 3,08% |
CPFL (CPFE3) | + 1,70% |
Usiminas (USIM5) | + 0,95% |
Braskem (BRKM5) | + 0,77% |
Maiores baixas
Locaweb (LWSA3) | - 10,22% |
Banco Inter (BIDI11) | - 9,17% |
Banco Pan (BPAN4) | - 7,75% |
Méliuz (CASH3) | - 6,38% |
Alpargatas (ALPA4) | - 5,90% |
Bolsonaro sanciona o Orçamento 2022 e veta R$ 3,184 bilhões
No ambiente local, as atenções se voltam para o Orçamento 2022, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no último fim de semana e publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira.
Bolsonaro vetou R$ 3,184 bilhões e do total, R$ 1,823 bilhão correspondem a emendas de comissão e R$ 1,823 bilhão, a despesas discricionárias, aquelas que ficam sob controle dos ministérios.
O tamanho do corte é superior aos R$ 2,8 bilhões anunciados por Bolsonaro no fim de semana, mas bem abaixo do valor sugerido pelo Ministério da Economia, que apontou necessidade de recompor R$ 9 bilhões em despesas obrigatórias neste ano.
O Orçamento de 2022 é o maior da história, com espaço de R$ 89 bilhões para o Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família. A lei estima a receita da União para 2022 em R$ 4,7 trilhões, com despesa de igual valor, dos quais R$ 1,884 trilhão destinados para refinanciamento da dívida pública federal.
O presidente sancionou a verba de R$ 1,7 bilhão para o reajuste de servidores públicos federais no Orçamento de 2022. O recurso foi negociado para atender os policiais federais, grupo estratégico para Bolsonaro em ano eleitoral, e causou reação de outras categorias do funcionalismo público.
O reajuste efetivo ainda dependerá de atos do Executivo. Técnicos e parlamentares esperam que o presidente deixe a decisão em "banho-maria", enquanto consolida um apoio maior para o aumento aos policiais nas próximas semanas. A verba não é suficiente sequer para a revisão na remuneração da segurança pública.
Exterior
Europa: bolsas apontam queda forte
No continente, as bolsas fecharam em queda acentuada nesta segunda-feira, reverberando a apreensão com o Fed, variante ômicron, crise entre a Ucrânia e a Rússia, além da divulgação de dados sobre o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de vários países e também da zona do euro. No bloco, o PMI caiu de 53,3 em dezembro para 52,4 em janeiro, atingindo o menor nível em 11 meses, segundo dados preliminares divulgados pela IHS Markit.
Apesar da queda, o resultado acima da marca de 50 indica que a atividade do bloco segue se expandindo neste mês, ainda que em um ritmo mais contido. A prévia de janeiro, no entanto, ficou abaixo da expectativa dos analistas, que previam recuo a 52,7.
O indicador geral foi afetado pelo PMI de serviços do bloco, que diminuiu de 53,1 em dezembro para 51,2 em janeiro, tocando o menor patamar em nove meses. Neste caso, a projeção era de declínio menor, a 52.
O PMI industrial, por outro lado, subiu de 58 para 59 no mesmo período, alcançando o maior nível em cinco meses. O consenso do mercado era de queda a 57,5.
Na Alemanha, o PMI subiu de 49,9 em dezembro para 54,3 em janeiro, atingindo o maior nível em quatro meses. No Reino Unido, o índice de gerentes de compras recuou de 53,6 em dezembro para 53,4 em janeiro, atingindo o menor patamar em 11 meses. A prévia de janeiro decepcionou analistas, que previam alta do indicador a 54,3.
Fechamento/bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): - 3,81% (456,46 pontos)
- FTSE 100 (Londres): - 2,63%(7.297 pontos)
- DAX (Frankfurt): - 3,80% (15.011 pontos)
- CAC 40 (Paris): - 3,97% (6.787 pontos)
Ásia: bolsas fecham sem direção única com Fed
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira, após uma semana de robustas perdas em Nova York e na expectativa para a decisão de política monetária do Fed. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas
- Nikkei (Tóquio): + 0,,24% (27.588 pontos)
- Hang Seng (Hong Kong): - 1,24% (24.656 pontos)
- Kospi (Seul): - 1,49% (2.792 pontos, menor nível em 13 meses)
- Taiex (Taiwan): + 0,50% (17.989 pontos)
- Xangai Composto (China continental): + 0,04% (3.524 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): + 0,19% (2.392 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydnei): - 0,51% (7.139 pontos)